Herança atualizada
Eduardo Rocha
Herança atualizada

Carga esportiva

Como anda o MG C yberster, roadseter elétrico que chega ao Brasil este ano

por Jorge Beher

Autocosmos.com/Chile

Exclusivo no Brasil para Auto Press

A inglesa MG está se preparando para desembarcar no Brasil com três modelos, já homologados: o hatch MG4, o SUV médio S5 e o conversível esportivo Cyberster. Esse último, testado no Chile, tem a proposta de aproveitar a imagem esportiva cultivada em um século de história produzindo roadsters, a partir do MG 14/28, de 1924, e passando por clássicos como MGA, MG Midget e MGB, que consolidaram a fama da marca entre os anos 1950 e 1980. De lá para cá, muita coisa mudou para a fabricante britânica. A mais importante, certamente, foi a aquisição da empresa pela chinesa SAIC, que decidiu apostar em uma linha de elétricos, na qual o Cybester é a melhor tradução dessa herança esportiva.

Depois de ser exibido em diversas feitas a partir de 2021, o Cyberster entrou em produção em 2023. E ele traz os elementos que consagraram a MG como fabricante de esportivos, como o design agressivo e as dimensões compactas. Ele tem 4,53 metros de comprimento, 1,91 m de largura, 1,32 m de altura e 2,69 m de distância entre-eixos. O porta-malas tem capacidade parecida com a de um hatch compacto, com 249 litros.

No Chile, o modelo chegou ao mercado com versões de tração traseira, RWD, com um motor elétrico traseiro de 250 kW (340 cv) e 48,4 kgfm, capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 5,2 segundos com máxima de 199 km/h. O modelo registrado no Brasil, porém, tem tração integral AWD, o que adiciona um motor elétrico de 150 kW (204 cv) e 25,5 kgfm no eixo dianteiro. No total, são 452 cv de potência máxima e 73,9 kgfm de torque. Com o Launch Control acionado, ele vai de zero a 100 km/h em 3,2 segundos e chega a 208 km/h.

Esse conjunto é alimentado por uma bateria de 77 kWh, capaz de gerar uma autonomia de 342 km, segundo o InMetro. O sistema de frenagem regenerativa tem três estágios, que podem ser controlados durante a condução e funcionar como redução de marchas virtual. O Cyberster tem ainda o recurso V2L, ou seja, pode funcionar para alimentar aparelhos externos. O sistema de carregamento rápido aceita até 150 kWh, o que permite recuperar de 10% até 80% da carga em 38 minutos.

As linhas do Cyberster trazem como principal característica a silhueta que virou assinatura de design de quase todos os modelos da marca. O perfil curvo, o nariz longo e a traseira compacta ajudam a delinear uma linha clássica de GT. Claro que no Cyberster o design é mais ousado para marcar a esportividade do modelo. Outra característica importante são as lanternas traseiras que traz uma seta, literalmente, como luz de direção. O teto de lona tem abertura e fechamento elétrico – em aproximadamente 15 segundos em cada operação – e as portas em tesoura com abertura elétrica.

Em relação aos equipamentos, a versão trazida para o Brasil deve ser a mais completa, até para pode se inserir em um segmento onde atualmente há apenas modelos de marcas de luxo, como BMW Série 4 Cabrio e Porsche 718 Boxster, ambos a combustão. Inclusive o preço do Cyberster deve rondar os R$ 550 mil, já em outros mercados menos taxados, a versão de topo é vendida a aproximadamente US$ 70 mil, ou R$ 380 mil. A versão de topo traz de mais relevante iluminação full led, rodas de 20 polegadas com pneus de perfil assimétrico, bancos esportivos em couro sintético e Alcantara com aquecimento, ajuste elétrico, inclusive lombar, e memória, chave presencial, sistema de som Bose e câmera 360°.

No Chile, o acabamento no interior pode ser em vermelho com preto ou cinza com bege, opções que podem ser mantidas no Brasil. O modelo traz um console com um conjunto de três telas que contornam o posto do condutor com duas telas de 7 polegadas nas extremidades e uma tela central de 10,25 polegadas, que trazem painel, monitor do sistema elétrico, computador de bordo e central multimídia com espelhamento através de Apple CarPlay e Android Auto. O acabamento transmite uma sensação de qualidade muito alta, que não é perceptível apenas nos materiais, mas também no fato de que as costuras são precisas e as montagem bem detalhista.

Na parte de segurança, o Cyberster inclui entre os principais itens quatro airbags, sendo que laterais são grandes para proteger também a cabeça para funcionar como um esquema de seis airbags em um carro convencional e ainda luzes de emergência automáticas na frenagem, sistema de limpeza de discos de freio e auxílio de partida em subida. Em recursos ADAS, ele frenagem autônoma de emergência, controle de cruzeiro adaptativo com assistente de engarrafamento, farol alto automático, monitoramento de faixa, alerta de ponto cego e de tráfego cruzado traseiro com frenagem automática.

Impressões ao dirigir

Boa combinação

A avaliação do Cyberster foi no circuito de Las Vizcachas, incluindo áreas de slalom e aceleração, além de trechos livres. Uma vez atrás do volante, antes de dar a partida, chama a atenção a dureza do assento e a posição de dirigir mais alta do que costuma ser em um esportivo. No slalom, o carro não sente o peso e se mostra bastante neutro. Já nas curvas de raio mais longo, aparecem algum rolamento, mas é notável como o carro empurra e se acomoda quase telepaticamente.

A suspensão é macia os padrões de um esportivo, já a aceleração é vigorosa, mas não a ponto de ser violenta. O carro tem um comportamento bastante nobre e por causa do peso das baterias. E o Cyberster surpreende porque, embora não seja exatamente um superesportivo, oferece uma condução muito divertida e capaz. Possui suspensão dianteira de duplo triângulo, suspensão traseira multilink, freios Brembo e bons pneus Pirelli para manter a aderência em todos os tipos de condições. Não me dá a vibração de um carro esportivo nato, mas me dá a vibração de um GT que consegue conciliar o conforto com diversão.

The post Herança atualizada appeared first on MotorDream.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!