Antevisão do futuro
O protótipo Audi Concept C aponta a estética dos próximos modelos da marca
por Eduardo Rocha
Auto Press
A Audi foi buscar no passado a renovação de sua estética. O figurino dessa nova filosofia de design da marca alemã foi mostrado no esportivo de dois lugares totalmente elétrico Concept C, com linhas inspiradas em ícones históricos da Audi como o Auto Union Type C de 1936 e o Audi A6 de 1997, com semelhanças flagrantes ainda com o primeiro TT, de 1998. Ele incorpora o conceito definido pelo chefe de design da fabricante, Massimo Frascella, como Simplicidade Radical, que valoriza a precisão técnica e a pureza das formas.
O design externo é marcado por uma estrutura vertical na dianteira chamado de Vertical Frame, que redefine a identidade visual da marca, caracterizada até aqui pelo clássico Single Frame. A assinatura de luz composta por quatro elementos horizontais em cada farol e lanterna traseira fazem referência às quatro argolas. O teto do roadster traz uma capota rígida retrátil eletricamente composta por dois elementos que se recolhem para a área onde estaria um vidro traseiro – que foi eliminado, graças à retrovisão feita por câmera. Esse recurso permite ao veículo manter uma forma monolítica, sem abrir mão da experiência de condução ao ar livre.
A carroceria usa a clássica cor prata, aqui chamada de Titanium para agregar as características de leveza e resistência do metal e evocar elegância técnica. Na traseira, superfícies limpas e linhas horizontais reforçam o caráter esportivo do modelo, enquanto a cabine, posicionada mais para trás, se integra firmemente ao corpo do carro, resultado de um layout de bateria central que define suas proporções.
No interior, o Audi Concept C superfícies limpas, com formas geométricas que se permite trazer muitas arestas – que em um modelo de produção seriam redesenhadas em nome da segurança. Os comandos são todos voltados para o motorista, com controles físicos em alumínio anodizado que proporcionam uma sensação tátil refinada. O volante, com elementos de toque, é trabalhado com precisão técnica e se torna o núcleo da interação sensorial. A paleta de cores, sempre derivadas da Titanium, apresenta harmonia tom sobre tom, enquanto os revestimentos em materiais naturais e iluminação interna indireta dão sofisticação ao ambiente.
A tecnologia embarcada segue o conceito batizado de Tecnologia Tímida (o marketing da Audi está bem produtivo na criação de nomes). A ideia é que os recursos estejam presentes, mas não fiquem no centro do palco. Um bom exemplo é o display central de 10,4 polegadas, que é escamoteável. Quando exposto, fornece informações de forma intuitiva e contextualizada, adaptando-se à situação de uso. Os controles no volante e no console central estão posicionados nos locais clássicos.
Mais que um simples protótipo, o Audi Concept C é uma declaração de intenções. Ele antecipa futuros modelos de produção e influenciará toda a linha da marca em busca de uma renovação do conceito básico de design, que vem sendo remendado nas últimas três décadas com pequenas evoluções, sem uma ruptura palpável. Em paralelo, a Audi busca reforçar a posição como um dos principais fabricantes de veículos premium e de luxo, com presença em mais de 100 mercados, com 22 fábricas espalhadas por 13 países.
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