
Polestar 5 quer briga
O cupê de quatro portas sueco Polestar 5 quer rivalizar com os alemães de luxo
por Eduardo Rocha
Auto Press
A sueca Polestar nasceu de uma costela da Volvo. A princípio, a marca especializada em carros elétricos, funcionava como a divisão de preparação esportiva, assim como a Motorsport para a BMW ou a AMG para a Mercedes-Benz. A Geely, dona das marcas sediadas em Gotemburgo, aos poucos foi dando autonomia e agora o Polestar 5 chega ao mercado na condição de consolidador dessa transição para uma marca independente de veículos elétricos. Trata-se de um cupê de quatro portas com alto luxo e desempenho esportivo. A marca tem planos de desembarcar no Brasil ainda este ano, mas não indicou quais modelos seriam comercializados por aqui – dificilmente, o Polestar 5 seria um deles nesse início.
O cupê de quatro portas sueco teve origem no conceito Precept, revelado em 2020 como uma declaração de intenções para o futuro design, tecnologia e visão de sustentabilidade da marca. O modelo é definido como um Performance Grand Tourer, segmento em que vai brigar com os alemães, principalmente com Porsche Taycan – mas também com Audi e-tron GT, BMW i4 M50 e Mercedes AMG EQE 53. Esses veículos compartilham a proposta de combinar alta performance, grande autonomia elétrica e design sofisticado. Nesse cenário, o Polestar 5 busca se diferenciar por seu foco em sustentabilidade, design minimalista e uma abordagem tecnológica refinada, seguindo a tradição escandinava.
A tecnologia do Polestar 5 traz arquitetura elétrica de 800V, que permite um carregamento ultrarrápido de até 350 kW. Na prática, isso significa que a bateria pode ser carregada de 10% a 80% em cerca de 22 minutos, o que facilita significativamente o uso em viagens longas – obviamente, em países que apresentam essa estrutura de serviço. A bateria de íons de lítio tem 112 kWh de capacidade bruta, com 106 kWh utilizáveis.
O Polestar 5 traz dois motores, sendo o dianteiro tem 200 kW (272 cv) na versão Performance e 150kW (204 cv) na versão Dual Motor, sendo que o traseiro tem sempre com 450 kW (612 cv). Na versão Performance, o total é de 650 kW (884 cv) e 103,5 kgfm, o que permite acelerar de zero a 100 km/h em apenas 3,2 segundos. Já a versão Dual tem potência total de 550 kW (748 cv) com 82,8 kgfm e acelera de zero a 100 km/h em 3,9 segundos. Ambas as versões são limitadas eletronicamente a 250 km/h.
Para suportar esse desempenho, o cupê de quatro portas utiliza uma plataforma de alumínio com solda química – com colas especiais –, o que confere alta rigidez estrutural e um peso menor em comparação às carrocerias de aço, o que se traduz em eficiência e dirigibilidade. Além disso, a suspensão adaptativa BWI MagneRide, ajusta-se à estrada a cada milissegundo para maior controle de carroceria preciso e rodagem mais suave.
O interior do Polestar 5 também segue o foco em tecnologia e conforto. O sistema operacional Android Automotive com Google integrado centraliza diversas funcionalidades em uma tela central de 14,5 polegadas. A navegação com o Google Maps e outras funções da central multimídia são integradas e personalizáveis, em busca de uma experiência mais intuitiva. O sistema de áudio de alto desempenho da Bowers & Wilkins tem 21 alto-falantes e potência de saída de 1.680 Watts de pico.
Em relação à segurança, o Polestar 5 conta com recursos ADAS nível 2, com ACC, monitor de ponto cego, frenagem autônoma, etc. Para esse controle, ele possui 11 câmeras externas e uma para monitoramento do motorista, um radar de médio alcance e 12 sensores ultrassônicos. Conta ainda com oito airbags e radares no habitáculo para detectar o número, a posição e o tipo de ocupantes para implantar as medidas de segurança corretas em caso de acidente.
No quesito design, o Polestar 5 reflete uma abordagem minimalista e aerodinâmica, inspirada em conceitos aeronáuticos, com superfícies esticadas e um caimento de teto alongado finalizado com um corte abrupto, no chamado estilo Kamm, o que otimiza o fluxo de ar e contribuem para um coeficiente de arrasto de 0,24 Cx. Também no sentido de melhorar a aerodinâmica, as maçanetas das portas são retráteis. A assinatura com faróis de lâmina dupla e o nariz do carro com sensores e câmeras, conhecido como Smart Zone, reforçam o visual futurista. O longo teto panorâmico – o maior usado pela marca – elimina a presença de uma vigia traseira, o que obriga o uso de um espelho retrovisor digital para a retrovisão.
A experiência interna do veículo foi pensada para ser igualmente sofisticada e funcional. O interior pode ser configurado para quatro ou cinco ocupantes traz bancos dianteiros desenvolvidos com a Recaro, para gerar conforto e suporte lateral. Uma solução de design notável é o recorte na bateria, que rebaixa o piso na área dos pés dos ocupantes do banco traseiro para aumentar o conforto. A ampla área de vidro amplia a sensação de espaço e luminosidade no interior.
O design do Polestar 5, embora minimalista, é altamente funcional e reflete a estética escandinava de “menos é mais”. A atenção aos detalhes, como o uso de materiais leves e reciclados, não é apenas uma escolha estética, mas um pilar da filosofia da marca, unindo forma e função de maneira coesa. O veículo demonstra que é possível aliar alto desempenho, luxo e um forte apelo visual a uma produção com argumentos ecológicos – como o uso fibra de linho para painéis internos, materiais reciclados como o Econyl, feito de redes de pesca, nos tapetes e forro do teto em PET reciclado.
O Polestar 5 está disponível para encomendas na Europa com valores bem atraentes, se comparados aos rivais diretos. A versão Dual Motor tem um preço de lançamento 119.900 euros (cerca de R$ 760 mil). Já a versão Performance está pode ser reservada pelo valor de 142.900 euros (aproximadamente R$ 900 mil). As entregas estão previstas para o final de 2025 em mercados centrais, como Estados Unidos e Europa, e ao longo de 2026 seria distribuído para demais mercados. A Polestar confirmou a intenção de passar a vender seus modelos no Brasil ainda este ano, mas não definiu ainda quais modelos devem ser oferecidos por aqui.
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