
O caminho do meio
Primeira moto elétrica da Honda, WN7 aposta no nicho de médias urbanas
por Eduardo Rocha
Auto Press
A Honda WN7 recorreu a uma estratégia bem racional para lançar a WN7, sua primeira motocicleta elétrica com bateria fixa. Para fugir da concorrência com scooters e motonetas de um lado, e dos modelos superesportivos do outro, aposto num segmento intermediário – que seria equivalente a uma motocicleta de 600 cm³. A ideia é que a WN7 tenha bom trânsito urbano, e autonomia capaz de também encarar trechos mais longos, como em subúrbios e cidades vizinhas nas grandes regiões metropolitanas.
Esta naked elétrica ainda reforça a estratégia da marca de trazer para o segmento de duas rodas a imagem de tecnologia e responsabilidade ambiental. A da marca funciona mais como uma vitrine tecnológica do que como solução para o mercado em um futuro próximo. E isso fica claro já no design, da Honda WN7 segue a tendência de motocicletas elétricas, com linhas limpas e um perfil futurista.
A carenagem proporciona um visual aerodinâmico, se aproveitando da ausência do volumoso motor de combustão interna e criando um desenho esbelto e compacto. A iluminação de led na dianteira e na traseira contribui para o aspecto moderno. O design minimalista se alinha com a de outros modelos do segmento – a principal é a Kawasaki Z e-1 –, que buscam uma certa diferenciação em relação aos modelos a combustão. A escolha por um estilo naked reforça a proposta de uma moto urbana, ágil e com apelo visual direto.
As inovações tecnológicas da WN7 buscam atender a tendência de funções conectadas. Ela traz uma tela TFT de cinco polegadas que funciona como painel, exibe dados de pilotagem e se conecta ao aplicativo Honda RoadSync, que dá acesso às informações através de um smartphone e traz para o painel funções como navegação e chamadas.
A WN7 é equipada com um motor elétrico com características peculiares, sem comparado a motos tradicionais. Seus 18 kW ou 24,5 cv de potência seriam equivalentes à de uma motocicleta de 250 cm³, enquanto o torque de 10,2 kgfm é exatamente o mesmo da CB 1000R, que a Honda vende no Brasil. Nessa composição, a marca avalia o comportamento da WN7 como equivalente ao de uma motocicleta de 600 cm³. Para efeito de comparação, as Kawasaki Z e-1 e Ninja e-1 compartilham um motor de 9 kW (12,2 cv) com torque de 4,1 kgfm – a grosso modo, potência de 125 cm³ e torque de uma 400 cm³. Já o peso da WN7, de 217 kg, é 50% maior que o da rival.
A bateria de íons de lítio fixa oferece uma autonomia estimada de 130 km, um valor que a Honda julga suficiente para o uso urbano diário. A bateria pode ser recarregada em menos de três horas utilizando um carregador de 6 kWh. E como utiliza carregamento CCS2, padrão em veículos elétricos, tem facilidade para usar carregadores público. Em potência máxima, a bateria vai de 20% a 80% da carga em 30 minutos.
Com um design fino e compacto, a moto tem dimensões que facilitam a pilotagem em ambientes com trânsito intenso. A posição de condução, típica de um modelo naked, é vertical, o que proporciona conforto em percursos curtos e médios. Com centro de gravidade rebaixado devido à bateria fixa e a combinação de peso e dimensões compactas prometem fazer da WN7 uma moto de uso versátil.
O posicionamento da WN7 no segmento Fun, naked sem intenções esportivas, permite que o modelo atue em um segmento eminentemente urbano, mas com capacidade de enfrentar também rodovias. O início da produção está previsto para o final de 2025, com as primeiras unidades chegando às concessionárias no início de 2026, ao preço na Europa de 15 mil euros – cerca de R$ 95 mil. Esse valor praticamente inviabiliza a importação para o Brasil, até porque esse preço ainda seria acrescido de impostos e taxas de importação. Ou seja: para o brasileiro, a WN7 será tão somente uma motocicleta de vitrine.
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