
Geração elétrica
O elétrico ID.Cross aponta como será o novo SUV compacto da Volkswagen
por Eduardo Rocha
Auto Press
A apresentação do conceito ID. Cross representa uma mudança estratégica importante na Volkswagen. Significa um plano mais simples e objetivo para o crescimento no mercado de elétricos. A ideia é promover uma maior sinergia entre as gamas a combustão e elétrica. O ID.Cross, que tem uma versão definitiva prevista para 2026, vai chegar na sequência do ID Polo, que chega nas concessionárias europeias nas próximas semanas. O novo SUV elétrico vai compartilhar peças e soluções com a versão a combustão da nova geração do T-Cross. Esses veículos prometem preços mais acessíveis, detalhe que ganhou muita importância com a redução e até o fim dos subsídios aos veículos elétricos em diversos países europeus.
O ID. Cross Concept vai brigar no competitivo segmento de SUVs compactos elétricos. A expectativa é enfrentar modelos como o Peugeot e-2008, o BYD Yuan Pro e o Volvo EX30. Cada um desses modelos já está estabelecido, com propostas e preços bem definidos, entre US$ 35 mil e US$ 40 mil, exatamente a faixa de preço que a Volkswagen pretende adotar. No Brasil, o Peugeot e-2008 foi lançado em outubro de 2024 e deixou de ser vendido em janeiro de 2025. Mas tanto o BYD Yuan Pro, que começa em R$ 182.990, quanto o Volvo EX30, que inicia em R$ 219.950, são exatamente os SUVs mais vendidos de cada marca.
O design do ID. Cross reflete a nova linguagem visual da Volkswagen, batizada de Pure Positive. Essa filosofia busca um estilo limpo, com linhas e superfícies bem definidas. O objetivo é fugir das tendências genéricas. A dianteira e a traseira, por exemplo, apresentam assinaturas luminosas tridimensionais e em muitos pontos lembram os SUVs da Land Rover. Elementos como a linha de janelas e os pilares C foram inspirados em ícones da marca, como Golf e Kombi, para reforçar a conexão com a herança da Volkswagen.
As dimensões do ID.Cross correspondem ao posicionamento de compacto. São 4,16 metros de comprimento, 184 m de largura e 1,59 m de altura, com uma distância entre eixos de 2,60 m. Essas medidas são bastante semelhantes às do atual T-Cross, o que facilita sua adaptação ao uso diário em cidades. Apesar de manter o tamanho externo próximo ao do SUV compacto a combustão, a arquitetura da plataforma elétrica MEB+ gera um maior espaço dedicado a passageiros e bagagem. Além de um habitáculo maior, a capacidade do porta-malas fica em 450 litros – e ainda tem um compartimento adicional de 25 litros sob o capô.
A nova fase da arquitetura MEB, que virou MEB+, inclui melhorias no software, nos motores e nas baterias. A principal função prática dessas inovações é a capacidade de integrar funcionalidades de segmentos superiores em veículos de entrada, como a versão mais avançada dos recursos de condução autônoma, chamado na Volkswagen de Travel Assist, combina piloto automático adaptativo e assistente de permanência em faixa. O conceito também apresenta um sistema de propulsão de última geração, com um motor elétrico no eixo dianteiro e a bateria instalada no piso. Nada de novo, mas eficiente.
O motor elétrico do ID. Cross entrega 155 kW (211 cv) de potência, transmitida às rodas dianteiras. A autonomia segundo o ciclo WLTP é de até 420 km, algo em torno de 300 km no ciclo InMetro. A velocidade máxima é de 175 km/h. Para comparar, o Peugeot e-2008 tem 158 cv e autonomia de 261 km no ciclo InMetro, o BYD Yuan Pro oferece 177 cv e 250 km de autonomia, enquanto o Volvo EX30 na versão de entrada tem 272 cv e a mesma autonomia de 250 km.
Para o interior do ID. Cross, a Volkswagen parece ter se rendido à necessidade de um acabamento mais caprichado e investiu em materiais de boa qualidade e superfícies com um toque agradável, incluindo revestimentos em tecido. A sensação de espaço é reforçada pela largura do veículo e pelo design arejado. Um ponto de inovação são os modos pré-configurados de luz, som e climatização, chamados de Atmospheres, que permitem personalizar o ambiente da cabine. O painel de instrumentos digital de 11 polegadas e a tela central de 13 polegadas têm interface de toque na tela, mas é complementada por comandos físicos no volante.
Com o ID. Cross, a Volkswagen busca redefinir sua imagem no mercado de elétricos de entrada. O protótipo demonstra que a marca está investindo em tecnologia, design e usabilidade para ganhar oferta competitividade. Com a produção em massa e a utilização de sinergias do Brand Group Core, o objetivo é oferecer um veículo elétrico que seja tecnicamente avançado e acessível.
Essa decisão de aglutinar os projetos de veículos elétricos e a combustão foi a primeira iniciativa importante do novo Brand Group Core, uma das quatro divisões surgidas da rearrumação das marcas do Grupo Volkswagen. A divisão Core cuida das marcas mais acessíveis e de maior volume, como Seat, Cupra, Skoda, a própria Volkswagen e VW Veículos Comerciais. Outra divisão, chamada de Progressive, liderada pela Audi, traz Bentley, Lamborghini e as motocicletas Ducati. A Porsche ficou sozinha na divisão Sport & Luxury, mas ainda busca sinergia com a divisão Progressive. Por fim, a divisão de pesados, batizada de Traton, une MAN, Scania e Volkswagen Ônibus e Caminhões, baseada em Resende.
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