Novos tempos para o WR-V
Eduardo Rocha
Novos tempos para o WR-V

WR-V quer briga

Honda traz de volta o WR-V com tecnologia, visual marcante e preço atraente

por Eduardo Rocha

Auto Press

Quando um segmento do mercado se torna amplamente dominante, a regra é dividir para multiplicar. Ou seja: as marcas que disputam o setor tratam de subdividir e especificar seus produtos para ampliar a atuação e as vendas no próprio segmento. É o que vem acontecendo com os SUVs compactos, já reclassificados em dois tipos: compactos ou B+ e de entrada. Nesse último estão Fiat Pulse, Volkswagen Nivus, Renault Kardian e, a partir de novembro, passa a ser disputado também pelo novo Honda WR-V.

Curiosamente, foi exatamente a primeira geração do WR-V que inventou este subsegmento, em 2016. Na época, era um derivado do Fit, com algumas mudanças na carroceria e na suspensão. Dessa vez, ao contrário, trata-se de um projeto individualizado. Obviamente, ele compartilha diversos sistemas com outros compactos da Honda, HR-V e City, como plataforma, arquitetura eletrônica e motorização. Na parte visível, no entanto, não têm sequer uma peça em comum.

O novo SUV da marca, produzido na fábrica de Itirapina, São Paulo, chega em duas versões: EX, a R$ 144.900, e EXL, por R$ 149.900, preços que são respectivamente de 12,5% e 14% abaixo das versões correspondentes do HR-V. O recorte que a Honda fez do público-alvo do novo WR-V é mais jovem e adeptos de atividades ao ar livre, enquanto o HR-V fica direcionado a um público mais familiar, e que busca maior sofisticação.

Por conta da juventude e esportividade, além do preço mais em conta, o espaço interno e para bagagem foi bem valorizado. Ele tem 4,33 metros de comprimento, com entre-eixos de 2,65 metros – 2 cm mais curto com entre-eixos 4 cm. Altura de 1,65 m, ou 6 cm maior, com a mesma largura de 1,79 m. O porta-malas também tem mais capacidade, com 458 contra 354 litros. Já a altura livre, de 22,3 cm, é 4 cm maior, o que maximiza a aptidão para enfrentar vias irregulares.

O design também segue a lógica mais aventureira, com volumes em bloco, linhas retas e proporções robustas, no estilo mais consagrado para o off-road. A dianteira é alta, com capô plano grade retangular imponente e conjuntos óticos elevados. De perfil, as rodas de 17 polegadas diamantadas de 15 raios, com pneus 215/55 R17, são contornadas por molduras em preto brilhante. A linha de cintura alta contrasta com as janelas estreitas. Chamam a atenção a coluna traseira especialmente larga e proteção lateral na base das portas. A traseira, também alta, traz lanternas horizontais no limite do vidro, interligadas por uma barra acrílica, com a logomarca da Honda centralizada.

No interior, o WR-V usa bem o espaço gerado pelo entre-eixos e altura avantajados. E a disposição horizontal dos elementos do painel, como os difusores de ar, valorizam bem essa área interna. A tela de 10 polegadas da central multimídia é bem elevadas, e traz logo abaixo os controles do ar-condicionado digital de série. O sistema faz espelhamento sem fio, mas o carregador por indução só aparece na versão EXL. O painel digital de 7 polegadas segue uma linha estética clássica, em um cluster poligonal e gráficos analógicos para conta-giros e velocímetro.

Entre os principais atrativos tecnológicos, o WR-V traz de série o pacote básico do Honda Sensing, com controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência e alerta de mudança de faixa e farol alto automático. A versão EXL ainda conta com o sistema myHonda Connect, que permite monitoramento remoto do veículo via aplicativo. Faróis full led, seis airbags e câmera de ré com três modos de visualização são de série na gama.

Sob o capô, o conjunto mecânico do WR-V é mesmo das versões correspondentes do HR-V: motor 1.5 litro flex aspirado com injeção direta, com 126 cv 15,5/15,8 kgfm com gasolina/etanol. A aceleração de zero a 100 km/h é feita em 11,5 segundos, com máxima de 175 km/h. Ele é gerenciado por um câmbio CVT com sete marchas pré-programadas com paddle shifts e sistema que aplica freio-motor automaticamente em descidas. Segundo as medições do InMetro, o WR-V percorre 8,2/12 km/l na cidade e 8,9/12,8 km/l na estrada, com etanol/gasolina, índices que valeram as notas D na categoria, C no geral e A em emissões.

O novo WR-V chega ao mercado no próximo dia 12 de novembro em sete cores e com seis anos de garantia. Entre os três rivais, o SUV da Honda é um pouco mais caro que o Pulse Impetus, que é menos equipado, e tem preço semelhante ao de Renault Kardian Iconic e Volkswagen Nivus Comfortline. Com a vantagem de ser mais espaçoso, ter porta-malas maior com dinâmica e consumo semelhantes. E por suas características, e principalmente preço, tem boas chances de alavancar as vendas na marca e alcançar as 3 mil vendas mensais, informalmente pretendidas pela Honda. Parte delas, certamente, virão de uma migração nas próprias concessionárias da marca, na chamada canibalização. Mas esse é um efeito colateral inescapável quando se subdivide um segmento.

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