Omoda na roda
Eduardo Rocha
Omoda na roda

Estratégia de expansão

Omoda 7 busca espaço combinando conteúdo tecnológico e design ousado

por Eduardo Rocha

Auto Press

A Omoda Jaecoo resolveu morder a fatia mais carnuda entre os híbridos plug-in no Brasil, com o crossover médio Omoda 7. A própria fabricante, que pertence à Chery Group, já tem uma experiência positiva no segmento com o SUV médio Jaecoo J7, que desde que foi lançado no país vem mantendo uma média de emplacamentos acima de 500 unidades por mês, volume respeitável para uma marca com seis meses de mercado brasileiro. O Omoda 7 chega para ocupar o posto de topo de linha na marca no Brasil e será vendido em duas versões: a Luxury sai por R$ 254.990, enquanto a Prestige fica em R$ 279.990.

O objetivo da Omoda Jaecoo é colocar o Omoda 7 em confronto com os SUVs/crossovers PHEV dominantes atualmente no mercado brasileiro, o BYD Song Plus e o GWM Haval 6 – que custam entre R$ 245 mil e R$ 299 mil, dependendo da versão. E os argumentos são os que a marca usa para se apresentar: design e tecnologia. De fato, o Omoda traz um desenho marcante, com linhas ousadas e bem originais, e traz detalhes de tecnologia capazes de atrair consumidores que adoram recursos inovadores.

A frente ganha um ar agressivo, com os conjuntos óticos inclinados para baixo, apontando para a grade sem moldura, composta por um mosaico de hexágonos que vão reduzindo o tamanho de cima para baixo e abrindo espaço para a tomada de ar. De perfil, as rodas são de 19 ou 20 polegadas, de acordo com a versão. A linha dos vidros é ascendente, com um pequeno bico na última janelas, e converge com a linha do teto, que é descendente. As lanternas são bem finas e é composta por triângulos separados por um desenho que lembra um raio deitado. Todas as superfícies são limpas, com poucas nervuras e valorizam o tamanho do modelo.

E, de fato, as dimensões do Omoda 7 são ligeiramente maiores que de seus rivais. Ele tem 4,66 metros de comprimento, 1,88 m de largura, 1,67 m de altura com um entre-eixos de 2,72 m – maior até que o do Tiggo 8. A distância para o solo é apenas de 15,7 cm e o porta-malas comporta 590 litros, que sobe para 1.380 litros com a segunda fileira de bancos rebatida.

Em relação à tecnologia, o Omoda 7 traz um conteúdo bem completo desde a versão Luxury. Iluminação em led, sensor de luz, teto solar panorâmico, tampa do porta malas com movimentação elétrica, central multimídia de 15,6 polegadas, ar-condicionado com duas zonas, carregador por indução com resfriamento, chave presencial para travas e ignição, sete airbags, câmera de 540º com função chassi transparente e pacote ADAS que inclui farol alto automático, alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, alerta de tráfego cruzado, sensor de ponto cego, controle de cruzeiro adaptativo com assistente de engarrafamento e assistente de faixa de rolamento.

A versão Prestige adiciona rodas aro 20, bancos dianteiros com ajuste elétrico, aquecimento e ventilação, banco do passageiro com massagem, head-up display colorido, sistema deslizante para a tela da central multimídia, sistema de som da Sony com 390 W RMS e 12 alto-falantes, sistema de cancelamento de ruídos, oito airbags, incluindo um entre os ocupantes dos bancos dianteiros, indicador de carregamento na coluna central e até sistema de fragância acoplado ao ar-condicionado.

O Omoda 7 é animado por um sistema híbrido composto por um motor a gasolina de quatro cilindros turbo com 1.5 litro e injeção direta, que rende 135 cv e 20,4 kgfm acoplado a um motor elétrico instalado no eixo dianteiro, que rende 204 cv e 31,6 kgfm. A alimentação do sistema híbrido é feita por uma bateria de 18,4 kWh, que aceita carga de até 6,6 kWh AC e 40 kWh DC e proporciona uma autonomia elétrica de até 60 km, segundo o InMetro.

Na combinação, a potência máxima é de 279 cv e o torque máximo de 37,4 kgfm. Eles conversam através de um câmbio tipo DHT (transmissão híbrida dedicada), com uma única marcha. Este conjunto acelera o crossover de 1.855 kg de zero a 100 km/h em 8,4 segundos e à máxima de 180 km/h. O consumo homologa é de 14 km/l na cidade e 11,9 km/l na estrada.

As marcas Omoda e Jaecoo foram criadas há dois anos e meio para atuar principalmente no mercado ocidental, onde a Chery ficou marcada por uma gama pouco sofisticada, composta por QQ, Cielo, Celer e até os primeiros Tiggo. Na China, os modelos costumam ser oferecidos sob o emblema da própria Chery – por lá, o Omoda 7 é conhecido como Tiggo 7 Plus. No Brasil, a ideia é consolidar as novas marcas e passar a montar, já no ano que vem, alguns modelos no Brasil – o mais cotado para iniciar esse processo é o crossover compacto Omoda 4. Até mesmo antiga fábrica da Chery em Jacareí, São Paulo, encampada pela Caoa em 2018, pode entrar nessa nova operação (Fotos de Eduardo Rocha, Auto Press).

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Impressões ao dirigir

Potência co m controle

Na apertada pista de testes de Tuiuti, o Omoda 7 até se saiu bem, diante de seus 4,66 metros de comprimento. O crossover se movimenta com bastante desenvoltura e passa a sensação de ser mais leve que seus mais de 1.800 kg. Normalmente, a indústria estabelece que a potência máxima destinada às rodas dianteiras não ultrapasse os 250 cv, mas o sistema de câmbio DHT, equaliza as coisas para que a frente do Omoda 7 não perca a aderência nas arrancadas, já que em baixas velocidades apenas o motor elétrico atua sobre as rodas. Por isso, ele consegue ser agressivo sem perder o controle, mas ainda oferecendo uma muita pujança.

Por dentro, a intenção é oferecer uma sensação de requinte e luxo. E o passageiro tem um tratamento preferencial, com a tela da central deslizante multimídia, que pode se posicionado em frente, e ao banco com massagem – além do aquecimento e ventilação, disponível também para o condutor. O espaço interno é generoso e ganha ainda mais amplidão com o teto solar panorâmico. Os revestimentos em couro sintético são de boa qualidade e praticamente todas as superfícies de contato são macias. A alavanca de câmbio, colocada numa haste na coluna de direção, abre espaço para um console central recheado de nichos para os ocupantes de organizarem.

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