
Fase requintada
Volvo aposta na sofisticação do fastback ES90 na briga entre elétricos luxo
por Marcelo Palomino
Autocosmos.com/Chile
Exclusivo no Brasil para Auto Press
Mesmo que as marcas europeias já estejam repensando os prazos para a eletrificação total da frota, a sueca Volvo, que pertence à Geely, manteve os planos de expandir a gama de modelos movidos 100% a bateria, com o lançamento nesse final de 2025 do ES90, o novo topo de linha da marca, ao lado de outros modelos da linha 90, como o S90, V90 e EX90. Apenas o EX90 é trazido para o Brasil, pois a marca ´por aqui se dedica apenas a SUVs e crossovers. Por isso, a vinda do recém-lançado cupê de quatro portas ainda é incerta. Por enquanto, o ES90 é vendido apenas na Europa, onde briga com Mercedes-Benz EQE, BMW i5, Audi A6 e-tron, Tesla Model S e até BYD Han.
O ES90 é o maior sedã da marca, herdeiro de modelos famosos como S80 e S90. Ele mede 4,99 metros de comprimento, 1,92 m de largura, 1,55 m de altura e 3,10 m entre os eixos. O porta-malas comporta 424 litros e outros 22 litros são disponíveis na dianteira, no chamado frunk. O modelo é construído sobre a plataforma modular SPA2, que agora passou de 400 para 800 volts de capacidade, o que permite aceitar recargas rápidas em corrente contínua de até 350 kWh.

As linhas exibem uma silhueta muito marcante, que funde o estilo de um sedã tradicional com o de um fastback, com elementos de crossover devido à sua altura ao solo e aos balanços extremamente curtos – o que fica evidente pelo entre-eixos. Ele é o primeiro modelo topo de linha da marca a ter uma tampa traseira em vez do porta-malas tradicional separado como um terceiro volume.

Ele repete os elementos de design dos carros elétricos da marca, como a dianteira fechada, os clássicos faróis integrados em T deitado, perfil fluido, teto panorâmico generoso, lanternas traseiras em C e rodas de 20 ou 22 polegadas. Mas o que mais se destaca é o trabalho aerodinâmico extraordinário, com um Cx de apenas 0,25.

Por dentro, ele traz o mesmo conceito de design do EX90: minimalista, luxuoso e exageradamente digital. Possui um painel de instrumentos digital de 9 polegadas, enquanto no console central traz uma segunda tela vertical com 14,5 polegadas. Não há muitos controles físicos e quase tudo é gerenciado pela tela, bem ao estilo dos modelos chineses. O ES90 ainda traz detalhes cuidadosamente elaborados, com bancos dianteiros extremamente confortáveis, com muitos ajustes elétricos, como almofadas laterais e assento infláveis, além de opções de massagem, aquecimento e ventilação.

A qualidade dos materiais é alta para oferecer uma sensação de luxo e tecnologia de ponta. A começar pelo teto panorâmico eletrocromático, com comandos para escurecer ou clarear, controle climático de quatro zonas de temperatura e central multimídia com Google nativo. O modelo traz ainda o chamado Insivible Shield, que incluui o pacote de segurança ativa Pilot Assist, com um LiDAR, o sistema de radar ótico capaz de reproduzir no painel carros e objetos no entorno do veículo, com cinco radares, sete câmeras e 12 sensores ultrassônicos.

Na parte mecânica, o ES90 traz três opções. A primeira tem um único motor traseiro de 333 cv e 49 kgfm, bateria de 92 kWh e autonomia de 680 km, no ciclo WLTP, que foi exatamente a versão avaliada. As duas configurações seguintes trazem dois motores, tração integral e montam bateria de 106 kWh. A primeira rende 449 cv e 68,3 kgfm e a outra, a versão Performance, rende 680 cv, com 88,7 kgfm de torque. A autonomia de ambos promete ultrapassar os 700 km.

Impressão ao dirigir
Dinâmica sob medida
A primeira coisa que chama a atenção no ES90 é a posição de direção, que é incomum para um sedã. O modelo é mais alto que os modelos do gênero, embora não chegue a passar a impressão de ser estar em um SUV. O assento é extraordinariamente confortável e oferece uma posição relaxada. A partir daí, acessar todos os controles é fácil, pois ficam à mão e são poucos. Há apenas controles colocados no volante; todas as outras funções precisam ser feitas tocando a tela. Não é o ideal, mas pelo menos a Volvo criou uma interface simples e acessível com o Google.

Mesmo sendo a versão mais acessível de todas, o modelo traz muita tecnologia e alta qualidade de dirigibilidade. Ele tem suspensão autonivelante pneumática adaptativa de série, que mantém a altura do carro independentemente da carga. São dois níveis de ajuste: macio e firme. O primeiro é mole demais, bem ao gosto dos chineses e estadunidenses. O outro é mais europeu, oferecendo um equilíbrio melhor entre conforto e precisão, sem chegar a ser seca e dura. A suspensão absorve irregularidades do pavimento e proporciona uma experiência espetacular.

A direção, por sua vez, é excessivamente macia e não oferece nenhum feedback. Algo que vem se tornando típico em carros elétricos. O fato de ter apenas um motor traseiro não torna o ES90 lento. Afinal, ele tem 333 cv de potência e 49 kgfm de torque, o que são mais do que suficientes para empurrar as duas toneladas de peso, embora fique longe de ser um dos modelos mais expressivos e rápidos no mercado. Em relação ao consumo, não houve condições de uma medição mais rigorosa, mas durante o teste, o ES90 fez a média de 5 km/kWh, o que renderia uma autonomia em torno de 450 km.




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