
É inegável que todos nós esperávamos muito do Salão do Automóvel deste ano. A mudança de local foi benéfica tanto ao público quanto aos expositores, por uma estrutura maior e mais moderna. Porém, o evento não foi 100%, por problemas pontuais que precisam ser resolvidos e algumas decepções por parte das fabricantes. Confira os cinco problemas que atrapalharam o Salão do Automóvel 2016:
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Falhas de estrutura

Tudo bem, este foi o primeiro ano do Salão do Automóvel no São Paulo Expo, erros podem acontecer. No entanto, a queda de energia no primeiro dia para a imprensa pegou muito mal, deixando o pavilhão às escuras por quase 15 minutos, atrasando toda a programação. Pior ainda, o pequeno blecaute fez com que o ar-condicionado apresentasse problema e ficasse desativado pelo resto do dia e por quase toda a quinta-feira.
Outro problema é o estacionamento. Com poucas unidades de auto-atendimento, teve quem ficasse quase uma hora para conseguir pagar. Havia outro estacionamento, que só começou a ser divulgado depois do evento abrir as portas, que fica atrás do São Paulo Expo e tem um transfer gratuito. A alça de acesso da Rodovia Imigrantes, como esperado, não suportou a quantidade de carros, gerando enormes filas.
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Cadê os lançamentos?

Depois de um ano bem agitado no mercado automotivo, com mais de 30 lançamentos, sobraram poucas novidades para aparecer pela primeira vez no Salão do Automóvel. Muitas fabricantes mostraram apenas um veículo inédito, como a Honda com o WR-V e a Toyota com o novo RAV4 . Outras, como Volkswagen e Fiat , apostaram mais em novas versões de carros que já estão no mercado.
Para piorar, algumas marcas trabalharam com uma estratégia bem estranha, deixando alguns lançamentos bem longe do estande. A Ford não trouxe o EcoSport com design atualizado, que foi revelado no Salão e Los Angeles (EUA). A Hyundai-CAOA vende o Veloster Turbo em uma concessionária em São Paulo, mas não levou uma unidade para o evento. A Kia prometeu trazer o hatch Rio no ano que vem, no entanto não quis mostra-lo em seu estande.
Clássicos renegados

Como foi muito bem dito por nosso colunista Rodrigo Mora, os clássicos pareciam invasores no Salão do Automóvel. Lá no fundo do evento, atrás de outros grandes estandes, estavam alguns modelos como um DKW Fissore 1965, um Fiat 147 L 1978, e um Chevrolet Opala Luxo 1969, trazidos por incentivo da Federação Brasileira de Veículos Antigos em um espaço obtido pela Anfavea.
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Toda apresentação feita em eventos no exterior que envolve uma reimaginação de um modelo antigo, é normal que a nova versão esteja ao lado do clássico. Não foi o caso por aqui. A Fiat mostrou o 124 Spider solitário, sem trazer uma unidade do 124 antigo. O Gol GT Concept poderia ter a companhia do Gol GT de 1984. Seria uma forma de homenagear os clássicos e dar um toque especial para a apresentação.
Estandes com sobra de espaço

O espaço extra para cada estande gerou um problema para as fabricantes sobre como preencher toda a área. Teve quem acertasse por ter muita coisa para mostrar. Audi , BMW e Chevrolet são exemplos, com lançamentos, modelos conceituais e participações especiais bem distribuídas. Era fácil olhar pelo estande e ver algum carro inédito ou diferente para tirar uma fotografia.
Outras não acertaram tão bem assim. Com poucas novidades, apostaram em colocar todos os carros de sua linha espalhados pelo estande, mesmo que alguns fossem bem antigos e sem qualquer mudança. Afinal, qual a necessidade de ver três unidades do Fiat Mobi ou quatro do Mitsubishi L200 Triton – pior ainda no caso da Mit, que repetiu os carros mas deixou o clássico PX-33 escondido no fundo do estande.
Marcas ausentes

Algumas fabricantes decidiram não participar do Salão do Automóvel deste ano. Seis delas eram marcas de luxo: Aston Martin , Bentley, Ferrari , Lamborghini , Rolls-Royce e Volvo . Até tinha Ferrari e Lamborghini , mas apenas uma unidade de cada no Espaço dos Sonhos, fora do alcance do público comum – para tirar foto de perto, só comprando o ingresso VIP de R$ 300. As outras não apareceram de forma alguma, como a Volvo – a empresa adotou o posicionamento de participar de apenas alguns eventos específicos no mundo.
Entre as marcas com preço mais acessível, a ausência foi da JAC Motors , a única que decidiu não ter um estande. Na apresentação do JAC T5 CVT , o presidente da marca no Brasil, Sergio Habib, disse que o investimento não compensa pois o ganho de imagem é pequeno. Justificou seu argumento com uma pesquisa que fez no evento, perguntando para quase 400 visitantes o que eles acharam do estande (inexistente) da JAC no Salão do Automóvel e, acredite se quiser, 55% dos entrevistados disseram que gostaram muito. “São tantas coisas acontecendo que o público não absorve direito todas as novidades”, explica Habib.
Mesmo considerando esse argumento, o fato é que ficou estranho a JAC Motors não participar do Salão do Automóvel, ainda mais quando suas rivais, Chery e Lifan , estiveram presentes e com novidades. A Chery mostrou o Tiggo 2 , seu novo modelo nacional, além do sedã Arrizo 5 , que chega em 2017. Já a Lifan estava com o X60 reestilizado e com câmbio CVT, justamente o que vai competir diretamente com o JAC T5 com a mesma transmissão.