Quando bati o olho no Volvo V40 T3 Kinetic (R$ 99.950), a versão mais em conta da linha, não iria imaginar que encontraria algo realmente novo, mas acabei me surpreendendo. Já começa pelo motor 1.5, turbo, de 152 cv (são mais de 100 cv/litro), com injeção direta de gasolina, que ajuda o carro a ser econômico e responder bem desde as primeiras marcações do conta-giros. Faz parte da linha Drive-E, feita para ser o mais eficiente possível, sem deixar de lado a questão do ecologicamente correto.   

Logo de cara, o alto nível de equipamentos de série também fez parte do que me chamou atenção no carro. Há bancos revestidos de couro (em um tom claro, na unidade avaliada), sistema Stop&Start (desliga o motor quando o carro está parado, tornando a ligá-lo automaticamente ao tirar o pé do pedal de freio), ar-condicionado digital com regulagem independente para motorista e passageiro, central multimídia com DVD e On Call (serviço de auxílio em caso de emergência acionado por um botão próximo do retrovisor). Sem dúvida, é um pacote interessante, principalmente quando comparado com o oferecido pela maioria dos principais rivais nas versões básicas ( Mercedes A200, de R$ 136.900; BMW 120i , de R$ 157.950 e Audi A3 1.4 Ambition , de R$ 120.990).

Quem não está muito acostumado com os carros da Volvo pode estranhar o console central, de baixa espessura, o que abriu espaço para um porta-objetos atrás dele. O desenho foi inspirado nas guitarras suecas Hagstrom, mas a quantidade de botões instalados alí, de fato, assusta alguns. São mais de 30 deles, alguns pequenos, que dificultam o acionamento. Entretanto, existem funções interessantes, como poder digital o número de telefone no próprio painel.  O que também pode fazer torcer o nariz é o volante um pouco maior que a média, algo que pode dificultar uma tocada mais animada em trechos cheio de curvas fechadas.

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Divulgação

Volvo V40 T3

Porém, o acabamento é digno de elogios e boa parte dos comandos está bem localizada e com fácil acionamento, como o botão giratório do computador de bordo na alavanca da esquerda, a mesma dos piscas laterais. Entretanto, se quiser acionar o limpador do vidro traseiro, terá que se lembrar de apertar a ponta da alavanca da direita, o que não é lá muito comum. Além disso, bem que a Volvo poderia inclui câmera de ré e sensores nos para-choques para facilitar a estacionar em vagas apertadas.

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O novo motor 1.5, turbo, tem bom fôlego e funciona bem com a caixa automática de seis marchas. Tem boa dose de força (25,5 kgfm a partir de meros 1.700 rpm),  facilitando as ultrapassagens no dia a dia sem gastar muito combustível. De acordo com números da fabricante, o V40 T3 faz de 0 a 100 km/h em 8,2 segundos. E conforme as indicações do computador de bordo, o carro fez uma média de 9,8 km/l em ciclo misto (cidade/estrada), o que dá uma autonomia de algo em torno de 600 quilômetros com o tanque de 62 litros.

Como estamos falando da versão mais simples da linha V40 , sem as pretensões esportivas, o fato da tração ser dianteira não atrapalha nas acelerações, já que a relação peso-potência fica em razoáveis 10,2 kg/cv, acima do limite de 7 kg/cv, patamar em que aumenta bastante o risco das rodas da frente ficaram girando em qualquer pisada mais forte no acelerador.  

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Volvo V40 T3

Seguro, como sempre, o V40 vem com controle de estabilidade e sete airbags, inclusive para os joelhos. Bom também é o conforto a bordo, seja pela anatomia dos bancos ou pela cabine com isolamento acústico caprichado. Apenas as rodas de aro 17 montadas em pneus de perfil baixo (235/45R) fazem a suspensão sofrer um pouco em piso irregular, causando alguns solavancos. Outro sinal de que o Volvo se sente melhor no impecável piso sueco é a facilidade com que a parte de baixo do carro raspa em valetas e rampas um pouco mais íngremes.

No cômputo geral, porém, o saldo do V40 T3 é positivo, principalmente levando em conta a relação custo-benefício. O desempenho também anima, bem como a segurança que o carro transmite em qualquer situação.  Mas é bom lembrar que a versão com retoques no desenho chega no segundo semestre e ficar de olho no custo de manutenção e no índice de desvalorização. Contudo, esse hatch com ares de perua é um Volvo com boas surpresas e que está bem na foto na comparação com os principais rivais.

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