Depois da versão 1.8 Flex e da 2.0 a diesel, automática, faltava avaliar a picape Fiat Toro com câmbio manual, cujo preço acaba de aumentar. Passou de R$ 93.900 para R$ 95.900, valor sem incluir opcionais, entre os quais estão incluídos itens como rodas de liga-leve (R$ 2.122), teto-solar (R$ 3.721) e pacotes como o que vem com capota marítima, faróis de neblina e retrovisores externos eletricamente rebatíveis e com luz (R$ 2.019).  

O que mais chamou atenção durante os dias que avaliei o carro é que o nível de vibração é bem menor do que na automática, principalmente em “Drive” e com pedal do freio acionado. Com câmbio manual, a Toro diesel não é “vibrante” e fica dentro do que é considerado normal para um carro movido a diesel que custa quase R$ 100 mil. E os engates do câmbio de seis marchas são fáceis e precisos, com caixa de relações bem escalonadas. Além disso, a alavanca tem bom acabamento com manopla de alumínio anodizado polido e conta com trava para a marcha à ré. 

Como já era de se esperar para um motor de 35,7 kgfm de torque, é preciso fazer certa força para acionar o pedal de embreagem. O problema é que faltou um ajuste do sistema que funcione em harmonia com o motor 2.0 turbodiesel, que tem um “lag” (atraso na resposta do turbo) que termina apenas bem perto das 2.000 rpm. Ao sair em subidas é preciso manter o giro do motor um pouco acima desse patamar para não correr o risco do motor apagar. No plano isso não acontece, embora seja necessário se adaptar ao funcionamento da embreagem para não fazer o motor “morrer” o tempo todo.

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Interior da Fiat Toro é espaçoso e com vários porta-objetos

Assim como na versão automática, a suspensão continua sendo um dos pontos altos do carro.  Consegue absorver bem as irregularidades do piso, passando incólume por todo o tipo de obstáculos pelo caminho (valetas, lombadas, rampas, buracos), sem causar solavancos. Ao mesmo tempo, contribui com a estabilidade nas curvas e ajuda a transmitir uma sensação de segurança tanto nas frenagens quanto nas acelerações.  

Porém, a Toro 4x2 a diesel, com câmbio manual, mantém o mesmo o incômodo raio de giro curto, que atrapalha nas manobras em lugares apertados, como estacionamentos de shoppings e condomínios.  São 12,9 metros, ante apenas 10,7 m da rival Renault  Duster Oroch.  Na prática, as manobras no dia a dia ficam mais trabalhosas. É preciso ficar indo para frente e para trás até conseguir fazer a manobra completa. Para um carro que mede 4,91 m de comprimento, é algo a ser considerado. Em contrapartida, a direção com assistência elétrica facilita a vida, com boa leveza em baixa velocidade e firmeza nas altas. Só é preciso de acostumar com o volante de 18 botões. 

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Fiat Toro Freedom 2.0 turbodiesel

Apesar dos opcionais não serem poucos e baratos, a  lista de itens de série e grande e inclui instrumentos personalizável de 3,5 polegadas em TFT (com relógio digital, calendário e indicador de temperatura externa), ESC (controle eletrônico de estabilidade), Hill Holder (auxiliar de partida em subidas) e rádio Connect com comando no volante, direção elétrica, fixação Isofix para cadeira infantil, vidros e travas elétricas automáticas (fecham a 20 km/h), sensor de estacionamento traseiro e revestimento de caçamba, entre outros. Mas bem que a  Fiat  também poderia oferecer, pelo menos, rodas de liga-leve e capota marítima da fábrica, dois itens que precisam ser pagos à parte.

O que também poderia melhorar é a central multimídia Uconnect, com GPS TomTom. Além da resolução da tela estar abaixo do ideal, o funcionamento é pouco intuitivo e navegador por satélite deveria ser mais preciso. Em contrapartida, há vários porta-objetos que facilitam a vida no dia a dia, inclusive o que fica escondido sob o banco dianteiro do passageiro. Boa também é a visibilidade da área envidraçada, mas embora o carro tenha câmera de ré, faltaram os sensores nos para-choques, oferecidos apenas como opcional em um pacote que custa salgados R$ 3.608.

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Bela e moderna, a Toro 2.0 a diesel, com câmbio manual é mais voltada para quem vai precisar de uma picape para levar objetos mais pesados na caçamba de 820 litros. Mas precisaria ter melhor ajuste do sistema de embreagem, menor raio de giro e alguns equipamentos importantes para um carro que beira os R$ 100 mil. 

Ficha técnica

Motor: 2.0 turbodiesel, 4 cilindros                               Comprimento:  4,92 m

Potência: 170 cv a 3.750 rpm                                     Largura:  1,84 m 

Torque: 35,7 kgfm a 1.750 rpm                                   Altura:  1,74 m    

Câmbio: Manual, 6 marchas, tração dianteira             Entre-eixos:   2,99 m

Peso: 1.709 kg                                                             Caçamba: 820 litros

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