O BMW Série 3 é o carro mais vendido da marca e um dos sedãs executivos grandes mais emplacados do Brasil, brigando diretamente com o Ford Fusion.
Nicolas Tavares/iG Carros
O BMW Série 3 é o carro mais vendido da marca e um dos sedãs executivos grandes mais emplacados do Brasil, brigando diretamente com o Ford Fusion.

Em se tratando de sedãs médios de luxo,  os modelos alemães estão bem na foto. E isso é bom para o BMW Série 3, que continua a vender com um bom ritmo, superando com facilidade os rivais Mercedes-Benz Classe C e Audi A4 .  Mas, atualmente, o modelo da marca sediada em Munique (Alemanha) trava uma disputa acirrada com o Ford Fusion  pela liderança no segmento. Porém, com a nova geração no forno, ainda vale a pena investir R$ 175.950 no 320i Sport GP ?

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Como não poderia deixar de ser, o BMW Série 3 vem bem equipado. Conta com ar-condicionado digital,  bancos de couro com ajustes elétricos para motorista e passageiro, volante multifuncional, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), controle eletrônico de estabilidade e tração, sensor de estacionamento traseiro, faróis com lâmpadas de xenônio, central multimídia e pneus run-flat (que pode rodar até 80 km/h mesmo furado). O preço inicial é de R$ 164.950. Por R$ 175.950, muda para a versão 320i Sport GP , com teto solar, navegação por GPS e piloto automático .

Montado em Araquari (SC), conta com o motor 2.0 turboflex, de 184 cv  e 27,5 kgfm entre 1.250 e 4.000 rpm, combinado ao câmbio automático de oito marchas. Seu grande diferencial é a tração traseira, que dá uma dinâmica totalmente diferente para o sedã quando comparado com os rivais A4 e Classe C , ambos de tração dianteira nas configurações mais em conta.

Referência, mas que já pede mudanças 

Não dá para negar que os sedãs executivos miram no BMW Série 3 em diversos aspectos. Seu design, uma evolução da linguagem visual da marca, continua impressionante e muito superior do que vários outros modelos, inclusive da própria empresa – só desconsidere a estranha versão Série 3 GT . O sedã passa um ar de sofisticação com esportividade, justamente uma das grandes qualidades do carro.

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O 320i é amor à primeira curva. O motor 2.0 casa muito bem com o câmbio automático de oito marchas, com trocas suaves e quase imperceptíveis. Só irá sentir a transmissão hesitar se mudar o modo de direção para Sport enquanto estiver em um congestionamento. Isso é fácil de resolver, basta passar para o  Comfort ou Eco Pro e deixe o Sport para quando estiver na estrada.

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Nicolas Tavares/iG Carros

Basta olhar para o BMW Série 3 para reconhecê-lo de longe, mesmo que a maioria dos carros da marca usem a mesma identidade de design.

Na cidade, é muito bem comportado. A suspensão atinge o equilíbrio, capaz de manter o conforto sem comprometer a firmeza da carroceria. Passe por uma lombada e o 320i não pula. Na hora de andar rápido em uma curva mais fechada, o sedã está sob controle o tempo todo. No modo Sport, o carro pede apenas um toque no botão e garante ainda mais diversão nas acelerações, devido ao comportamento completamente diferente causado pela tração traseira.

O lado ruim é que pesa um pouco no rendimento energético. Segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro, faz 9,4 km/l na cidade e 13,3 km/l na cidade, com gasolina, o que o rende uma nota B na categoria dos sedãs médios e C na comparação com todos os veículos. Apesar de ser flex, abastecer com etanol não é vantajoso. O consumo oficial é de 6,5 km/l na cidade e 9,3 km/l na estrada.

Uma melhoria importante está no sistema flex do Série 3. Até pouco tempo atrás, sistema start-stop não funcionava com mais de 30% de etanol no tanque, já que o carro era preparado para rodar com E30. Aos poucos, a BMW foi investindo para aumentar o limite até este mês de dezembro, quando o motor passou a aceitar o etanol E100, ou seja 100% de etanol.

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Embora apenas 8% dos clientes do Série 3 utilizem o combustível vegetal, de acordo com a fabricante, apenas agora foi possível investir nas modificacões necessárias para fazer o start-stop funcionar com apenas etanol no tanque, lembrando que as mudanças não se limitam apenas à reprogramação da central eletrônica, mas envolve outros componentes do motor, que passou a ser conhecido pelo código B48. 

A nova geração vem aí

O maior problema do BMW Série 3 é como ficou envelhecido comparado aos rivais. Depois de experimentar o Virtual Cockpit do Audi A4, totalmente digital, é estranho olhar para o painel de instrumentos com mostradores totalmente analógicos e uma pequena telinha para o computador de bordo. Mesmo o Classe C, mais conservador, faz uma união melhor do digital com analógico.

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Divulgação/BMW

A grande crítica contra o 320i é o quanto ele está envelhecido em comparação com as concorrência. Pode atrair os puristas, mas perde apelo para os clientes normais.

Em uma era em que até carros mais em conta, como Chevrolet Onix, usam central multimídia com tela sensível ao toque,  bem que um sedã executivo, que custa mais de R$ 100 mil, poderia ter algo maos moderno,  principalmente no caso do BMW, que conta com vários comandos. A interface é meio confusa, exigindo paciência para começar a entender todas as funções e conseguir usar o sistema com rapidez.

A BMW sabe muito bem que está devendo nessa parte. O novo Série 7 estreou uma central multimídia com nova interface e que pode ser comandada pelo controle iDrive no console central, tocando a tela sensível ao toque ou por gestos – este último não deve ser levado para o Série 3 , por questão de custo. Os flagras da nova geração do Série 3 mostram que o carro terá um grande mostrador no quadro de instrumentos, com o velocímetro e conta-giros em volta.

Mesmo com tantas mudanças previstas para a nova geração do BMW Série 3 , que deve ser revelada no Salão de Frankfurt, em setembro de 2017, ainda vale a pena comprar o 320i. Ainda mais considerando que o motor da versão de entrada do novo modelo será o 1.5, de três cilindros, o mesmo que equipa o Mini Cooper. Não é à toa que, além de ser o BMW mais vendido, o sedã alemão domina o segmento com folga.

Ficha Técnica

Preço:  R$ 175.950

Motor: 2.0, quatro cilindros,  flex

Potência: 184 cv a 6.200 rpm

Torque: 27,5 kgfm a  1.250 rpm

Transmissão:  Automático, oito marchas, tração traseira

Suspensão:Independente (dianteira e traseira)

Freios: Discos ventilados na dianteira e na traseira

Pneus: 225/50 R17

Dimensões: 4,62 m (comprimento) / 1,81 m (largura) / 1,43 m (altura), 2,81 m (entre-eixos)

Tanque : 60 litros

Consumo: 13,3 km/l (cidade) /9,4 km/l (estrada) com gasolina

0 a 100 km/h: 7,3 segundos 

Vel. Max: 235 km/h  

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