As mudanças no motor 1.8 ajudam a ter torque quando o motor está em rotações mais baixas, algo vital para um SUV
Nicolas Tavares/iG Carros
As mudanças no motor 1.8 ajudam a ter torque quando o motor está em rotações mais baixas, algo vital para um SUV

Sempre que publicamos as primeiras impressões de um carro no seu lançamento, o fazemos tomando cuidado para dar mais detalhes depois que ele estiver na nossa garagem. No caso do Jeep Renegade 1.8, com o renovado motor flex, isso de aplica perfeitamente, já que apenas neste segundo contato com o carro é que deu para perceber melhor os efeitos das mudanças que foram adotadas na linha 2017.

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Uma situação que ajudou a avaliar as novidades foi ter enfrentado os congestionamentos de São Paulo. No anda-e-para da capital paulista, fica fácil perceber a qualidade do ajuste da transmissão, principalmente dos automáticos, notando se a relação de marcha é curta ou longa demais.

Pois bem, o que ficou mais claro agora é que o carro ficou mesmo com mais força desde as primeiras marcações do contagiros.  O maior problema do Jeep Renegade 1.8 era a falta de torque em baixa rotação, algo preocupante para um SUV de 1.393 kg. Os 19,1 kgfm demoravam muito a aparecer, obrigando o condutor a manter o veículo em rotação alta, impactando no consumo de combustível.

Embora tenha ficado mais ágil com as mudanças no motor, o câmbio automático de seis marchas não consegue acompanhar no modo normal.
Nicolas Tavares/iG Carros
Embora tenha ficado mais ágil com as mudanças no motor, o câmbio automático de seis marchas não consegue acompanhar no modo normal.

A versão atualizada do 1.8 e.TorQ gera 139 cv (7 cv a mais) e 19,3 kgfm. Com o uso do coletor de admissão variável, conseguiu compensar o problema de torque em baixa rotação. Quando andei pela primeira vez do Renegade 1.8, em Florianópolis (SC), pude sentir a diferença no torque em baixa ao fugir do roteiro para andar pelos trechos de serra na região de Lagoa da Conceição. Nas ladeiras de São Paulo, tirei a prova de que a primeira impressão estava correta. O SUV ficou muito mais agradável em baixa rotação, capaz de subir algumas ladeiras sem ter que descer até a primeira marcha. Mesmo pisando de leve do acelerador, ele continuava a ganhar velocidade e, mesmo quando trocava de marcha, não perdia o fôlego.

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Câmbio confuso

Entretanto, o problema é que,  por priorizar o baixo consumo, as relações de marchas do câmbio automático são um tanto longas e o sistema hesita em fazer reduções,  obrigando a fazer um kickdown (pisar no acelerador até o fim) para que o carro entenda o que queremos. Acredite, isso atrapalha no congestionamento. Mas, o que pode ajudar a resolver esse incômodo é apertar o botão Sport no painel central.

Com esse comando acionado, o câmbio irá esticar mais as marchas, eliminando o problema da pressa em chegar em uma marcha mais longa para economizar combustível. Deixa o Renegade muito mais agradável de dirigir para quem gosta de uma pegada mais esportiva. E, graças ao ajuste de suspensão que deixa a carroceria bem firme, dá para se divertir bastante nas curvas.

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Claro, a vocação do Jeep Renegade 1.8 é 90% urbana, com aqueles 10% que não passam de estradas acidentadas no caminho para o sítio ou o piso de terra do parque. Nem dá para querer mais do que isso, já que a tração 4x4 só está disponível para os modelos com motor a diesel. E, na cidade, o carro convive muito bem com os problemas do dia-a-dia (bom, exceto os congestionamentos).

Entre outros detalhes, também deu para notar que o Renegade é mais firme e sem o curso de suspensão curto que aflige seu irmão maior, o Compass . A tradução disso é que podemos encarar buracos e lombadas com tranquilidade, enquanto o SUV maior acaba raspando a parte de baixo pela carroceria descer demais. 

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Divulgação/Fiat-Chrysler

No Jeep Renegade 2017, mesmo na versão topo de linha Limited, o GPS é oferecido como opcional

O consumo de combustível, outra grande crítica da versão flex do Renegade , passou por uma pequena melhora. O uso do coletor de admissão variável e a adição do sistema start-stop elevaram o rendimento em até 10%. Agora o utilitário faz 6,5 km/l na cidade e 7,6 km/l na estrada, com etanol, de acordo com os números do Inmetro. Se abastecido com gasolina, passa para 9,5 km/l e 10,9 km/l, respectivamente. Sim, é uma evolução, mas ainda está longe dos 10,5 km/l que o Honda HR-V , seu principal concorrente e líder do segmento, consegue fazer na cidade.

A versão que testamos foi a  Limited, a nova opção da gama para os motores flex e que oferece o maior pacote de equipamentos. Vem com bancos de couro, painel com tela digital TFT de 7 polegadas, chave presencial, sensor de chuva e crepuscular, espelhos com rebatimento elétrico e mais. É uma pena que, mesmo com a proposta de ser o mais equipado, com o carro venha com o rádio Uconnect mais simples, oferecendo apenas central multimídia com  a pequena tela sensível ao toque, de 5” e GPS integrado como opcional.

No pacote completo, o Jeep Renegade 1.8 melhorou muito, mas ainda tem alguns defeitos irritantes. Para quem quer uma versão mais básica como a Sport (R$ 79.490) ou Longitude (R$ 90.990), é uma boa escolha. A Limited, por R$ 97.990, fica devendo nos equipamentos, pedindo por mais alguns opcionais para que realmente valha a pena. E, considerando que o Compass custa R$ 101.990, equipar mais o Renegade pode não compensar muito para o seu bolso.

Ficha Técnica

Preço:  R$ 97.990

Motor: 1.8, 16V, quatro cilindros em linha,  flex

Potência: 139/135 cv (E/G) a 5.750 rpm

Torque: 19,3 kgfm a 3.750 rpm

Transmissão: Automática de seis marchas, tração dianteira

Suspensão: Independente McPherson (dianteira e traseira)

Freios: Discos ventilados (dianteiros) / discos sólidos (traseiros)

Pneus: 225/55 R18

Dimensões: 4,23 m (comprimento) / 1,79 m (largura) / 1,70 m (altura), 2,57 m (entre-eixos)

Tanque : 60 litros

Porta-malas: 273 litros

Consumo (E/G): 6,5 km/l / 9,5 km/l (cidade) e 7,6 km/l / 10,9 km/l (estrada)

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