Mercedes-Benz GLC é baseado nos modelos da Classe C e chega com itens esportivos da AMG, como para-choques e rodas
Nicolas Tavares/iG
Mercedes-Benz GLC é baseado nos modelos da Classe C e chega com itens esportivos da AMG, como para-choques e rodas

Combinar estilos de carroceria pode dar certo. Veja o BMW X4, por exemplo, que é um SUV  com detalhes estéticos de cupê, por causa do caimento do teto. A Mercedes-Benz vem apostando pesado nos SUVs nos últimos anos e quis entrar nessa onda dos crossovers, primeiro com o GLE Coupé. Agora chegou a vez do Mercedes-Benz GLC Coupé, que chega às concessionárias em versão única, por R$ 299.900.

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A receita do Mercedes-Benz GLC Coupé é bem semelhante a da versão convencional (chamada pela empresa de GLC SUV). Seu estilo é basicamente o mesmo, com mudanças pontuais para o SUV-cupê, além de algumas diferenças causadas pela adoção de para-choques da Mercedes-AMG. A grade, por exemplo, usa pequenos pontos cromados em forma de diamante, ao invés das hastes da versão normal.  Na traseira, o caimento mais acentuado do teto levou ao uso de lanternas diferentes.

Mercedes-Benz GLC tem traseira que lembra a de um cupê, o que reforça o caráter esportivo do modelo  vindo da Alemanha
Divulgação
Mercedes-Benz GLC tem traseira que lembra a de um cupê, o que reforça o caráter esportivo do modelo vindo da Alemanha

O resultado é muito agradável aos olhos, mais do que o GLC convencional. A traseira tem linhas mais harmoniosas e combinam muito melhor com o estilo de cupê. Perdi a conta de quantas pessoas fotografaram o modelo cedido pela marca para avaliação. Da fábrica da Mercedes em São Bernardo do Campo (SP) até minha casa, contei 12 motoristas que aproveitaram o trânsito para fazer uma foto do SUV alemão.

Esse vai ser um dos diferenciais que irão ajudar o GLC Coupé a brigar de frente com o BMW X4. A própria Mercedes acha que esse modelo terá mais sucesso do que o GLC SUV, com 55% das vendas pendendo para o cupê. Como chega ao país em versão única e sem pacotes de equipamentos, o preço final é mesmo de R$ 299.900. É uma diferença de apenas R$ 9 mil em relação ao GLC 250 Sport, a configuração do modelo com a lista de equipamentos mais parecida.

Alto desempenho

Quatro cilindros, turbo, 211 cv e disposição mais do que suficiente para mover os 1.735 kg do GLC Coupé.
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Quatro cilindros, turbo, 211 cv e disposição mais do que suficiente para mover os 1.735 kg do GLC Coupé.

A única versão disponível do Mercedes-Benz GLC Coupé é a 250 4MATIC. Usa o motor 2.0 turbo, de quatro cilindros. Gera 211 cv e 35,7 kgfm de torque entre 1.200 e 4.000 rpm. Trabalha em conjunto com o câmbio automático 9G-TRONIC de nove marchas. A tração 4MATIC divide a força, transmitindo 45% para as rodas da frente e 55% para as traseiras.

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Os 211 cv podem parecer pouco para um SUV de 1.735 kg. Acredite, não é. O motor é bem esperto, fornecendo torque logo ao acelerar e sem que tenha seu ritmo atrapalhado pelo sistema start-stop. O formato de cupê ajuda na aerodinâmica, que tem um índice de 0,79 Cd de resistência. A fabricante diz que é capaz de ir de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos. Como comparação, um Classe C 250 leva 6,6 segundos, pesando 1.480 kg.

Na rua, isso tudo se traduz em agilidade para oSUV , mais do que se imagina para um veículo de 4,73 metros de comprimento. A suspensão bem ajustada deixa o carro bem longe do chão, com 16 cm de altura em relação ao solo – mesmo se passar rápido em uma lombada, o GLC não corre o risco de raspar ou bater a parte de baixo. Há um pouco de desconforto, causado pelo perfil baixo dos pneus, o que não é muito adequado ao solo brasileiro.

É equipado com o sistema Dynamic Select, que permite definir o modo de condução entre Eco, Comfort, Sport, Sport+ e Individual. Cada um mexe nas respostas do câmbio, comportamento do motor, funcionamento do ar-condicionado e o ajuste da suspensão. As funções esportivas fazem com que o SUV fique um pouco mais desconfortável, já que ele fica mais duro, reduzindo a capacidade de absorver as irregularidades do piso.

Quem compra um Mercedes-Benz espera uma cabine luxuosa e o GLC Coupé não decepciona, com ótimo acabamento
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Quem compra um Mercedes-Benz espera uma cabine luxuosa e o GLC Coupé não decepciona, com ótimo acabamento

Apesar do tamanho e do desempenho do motor, o consumo de combustível ficou dentro da média esperada. Após os cinco dias de teste, o computador de bordo marcava 9,1 km/l. Pode não parecer muito. Porém, mantive o Dynamic Select na função Sport na maior parte do tempo, sem me preocupar em segurar o nível de rendimento. Com seu tanque de 66 litros, não irá obrigar a parar com frequência para abastecer.

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O nível de conforto e sofisticação é o que se espera de um Mercedes-Benz. Grande parte da cabine é revestida de couro, como o painel e as portas. As exceções usam um plástico bem agradável ao toque e tecido (como no teto). Tiveram muito cuidado com o isolamento acústico, que filtra boa parte dos ruídos do motor e dos pneus rodando no asfalto. Se ligar o sistema de som, dificilmente irá ouvir barulhos da rua.

A combinação de SUV com cupê teve o seu preço:  porta-malas caiu para 500 litros, 50 l a menos do que o GLC convencional
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A combinação de SUV com cupê teve o seu preço: porta-malas caiu para 500 litros, 50 l a menos do que o GLC convencional

Embora o GLC Coupé seja um belo carro, não deixa de ter seus problemas. A fabricante insiste em usar a central multimídia controlada por uma espécie de mouse onde, normalmente, estaria a alavanca do câmbio. Mais ajuda do que atrapalha, já que tem uma resposta ruim, acompanhada pela lentidão do sistema. Outro problema é que, para um carro de R$ 299.900, deveria vir com mais alguns equipamentos de segurança. No mínimo, precisava vir com detector de ponto cego, para compensar a visibilidade reduzida causada pelo design de cupê. Perde 50 litros no porta-malas em relação ao GLC SUV, contando com 500 litros de capacidade.

São pequenos defeitos que não estragam a ótima experiência de ter um Mercedes-Benz GLC Coupé. Pelas linhas mais agradáveis, pode ser uma escolha muito mais interessante do que o GLC SUV – isso se o porta-malas ligeiramente menor e a visão traseira não for um grande empecilho para o comprador. A única razão para olhar mais para o modelo convencional do que o SUV-cupê é se estiver afim do GLC 43 AMG.

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