Se você está à procura de um hatchback com muito estilo e sofisticação, pode colocar o Peugeot 208 na sua lista de opções. O carro chegou ao Brasil no início de 2013, apenas onze meses após o lançamento de sua versão europeia. E podemos dizer que praticamente não envelheceu em seu estilo francês e despojado. Teto panorâmico, ótima posição de dirigir e uma nova caixa automática de seis velocidades garantem a competitividade do modelo, que utilizará as novidades da linha 2018 para conquistar um público cada vez mais indeciso. Afinal, o Volkswagen Polo está para chegar.
LEIA MAIS: Audi Q3 1.4 Ambition: como anda o SUV premium mais vendido do Brasil?
O Peugeot 208 tem entre os principais destaques o design digno das passarelas, mas falta espaço no banco traseiro. Definitivamente, não é um compacto para famílias grandes. O habitáculo é limitado em todos os ângulos. É fácil ficar apertado no banco traseiro e bater a cabeça no teto. Sobretudo, o carro é mais largo em sua base, e vai afinando conforme o desenho se eleva. E se o modelo tiver o belo teto panorâmico, que decora muito bem o ambiente, mas deixa o revestimento superior ainda mais baixo, torna-se incômodo viajar com três adultos no banco de trás. Do alto de meus 1,84 m de altura, bati a cabeça no teto tanto no meio quanto nas extremidades. O porta-malas de 285 litros é um pouco menor que o do Novo Polo, ou Fiat Argo (ambos com 300 litros).
Um pai de família com filhos pequenos, ou um jovem que procura um hatch despojado para sair com os amigos terão boas impressões sobre o 208. É uma unanimidade entre as pessoas que já andaram em todos os hatches deste segmento: a posição de dirigir do 208 é a melhor de sua categoria. O motorista sente como se estivesse sentado no cockpit de um esportivo. O volante multifuncional é pequeno e achatado, fazendo com que o condutor veja o cluster por cima da peça. Este apresenta grafismos com iluminação branca e vermelha, com um computador de bordo simples, porém tecnológico ao meio.
Sabe o novo design que está sendo adotado pela maior parte das fabricantes, com a central multimídia acima das saídas de ar? O 208 foi o primeiro a aparecer com esse layout entre os hatches. O acabamento é simples, porém, de boa qualidade. Há detalhes com cold-touch , e plásticos de boa textura que imitam material metálico no painel e nas portas. Ar-condicionado digital dá um ar mais rebuscado ao hatch. Nessa versão Griffe temos airbags laterais e de cortina, sensores de chuva e acendimento automático dos faróis.
LEIA MAIS: Ford EcoSport Titanium: o carro mais completo abaixo de R$ 100 mil
A central multimídia melhorou bastante, com funcionamento rápido, interface interessante e fácil de se conectar com qualquer celular. Na maioria das vezes, você utilizará a conectividade Apple CarPlay ou Google Android Auto. Por meio desse recurso, é possível reproduzir informações do seu celular na tela do 208, inclusive Waze e Spotify.
Você viu?
Gucci
Mas a grande novidade que direciona todos os holofotes para a linha 2018 do 208 é o novo câmbio de seis marchas. O motor, entretanto, já é um conhecido do grupo PSA (Peugeot Sociedade Anônima), com 122 cv de potência e 16,4 kgfm de torque, o primeiro que dispensou o tanque auxiliar de partida a frio. Agora, com o novo câmbio automático de seis marchas (da marca japonesa Aisin), o hatch passou a gastar menos combustível. De acordo com o Inmetro, o hatch é capaz de fazer 7,7 km/l na cidade e 9,3 km/l na estrada com etanol no tanque. Com gasolina, os números sobem para 11 km/l e 13,2 km/l, respectivamente.
Apesar de não ser uma versão esportiva, o Peugeot 208 Griffe se mostra bem esperto com o motor aspirado. Pisando fundo, o carro acelera de 0 a 100 km/h em 10,7 segundos antes de atingir os 191 km/h de velocidade máxima. Você ainda poderá escolher entre quatro modos de condução: drive; que prioriza a dinâmica urbana, sport; que realiza as trocas em giros mais altos, eco ; para uma condução mais eficiente e manual; com trocas realizadas na alavanca de câmbio. Cada um traz seu gerenciamento específico para a transmissão, interferindo no tempo das trocas. A suspensão está mais acertada e garante boa estabilidade nas curvas. Além disso, o 208 não pula enquanto passa por buracos, garantindo mais conforto aos ocupantes.
Entretanto, vale fcar atento à segurança, pois o Peugeot 208 não foi bem nos últimos testes realizados pelo Latin NCAP. O modelo recebeu duas estrelas para adultos, e três para crianças. De acordo com as medições, os reforços estruturais das portas, que oferecem proteção lateral aos passageiros, foram removidos. Em 2014, quando o teste era menos rigoroso e o Peugeot 208 ainda contava com o reforço estrutural, o modelo aferiu quatro estrelas para adultos e três para segurança infantil. O novo rival, Polo, ganhou cinco estrelas em todas as categorias.
LEIA MAIS: Novo Polo: como anda o hatch premium com motor 1.0 turbo?
O Peugeot 208 é bom, mas enfrenta problemas com seu preço. A versão Griffe, vendida exclusivamente com motor 1.6 aspirado, câmbio de seis marchas e teto panorâmico, custa R$ 70.490. Com esse valor, você poderá levar o Polo Highline, com motor 1.0 turbo de 128 cv, bem mais econômico, espaçoso e esperto que o Peugeot. Investindo mais R$ 4 mil, o Polo traz a nova central multimídia App Connect e o cluster digital que revolucionou o segmento. Uma das únicas vantagens do 208 é ter teto solar panorâmico, item que o modelo da Volkswagen não tem disponível nem como opcional.
Ficha Técnica
Preço: R$ 70.490 (na versão Griffe)
Motor: 1.6, quatro cilindros, flex
Potência: 122 cv a 5.800 rpm
Torque: 16,4 kgfm a 4.000 rpm
Transmissão: automática, seis velocidades
Suspensão: independente McPherson na dianteira, eixo de torção na traseira
Freios: disco ventilado na dianteira, tambor na traseira.
Pneus: 195/60 R15
Dimensões: 3,9 m (comprimento), 1,7 m (largura), 1,4 m (altura)
Tanque: 55 litros
Porta-malas: 280 litros
Consumo: 11 km/l na cidade, 13,2 km/l na estrada, com gasolina
0 a 100 km/h: 10,7
Vel. Máx: 191 km/h