A escalada dos SUVs no mercado atinge patamar recorde na história, com nada menos que 38,6% de participação, conforme dados de junho da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos) . E entre os modelos que mais vendem hoje em dia está o recém-lançado Chevrolet Tracker, que já atingiu cerca de 4 mil unidades vendidas por mês, mesmo volume atual do líder do segmento, o Jeep Renegade.
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Para enfrentar o novo Chevrolet Tracker Premier (R$ 112.000), escolhemos a versão mais equipada do Hyundai Creta 2020, a Prestige (R$ 107.990). O SUV da marca coreana logo também vai passar de geração, assim como acaba de acontecer com o rival da GM. Mas está entre os modelos que ainda mais de aproximam do novato em termos de preço, itens de série, porte e comportamento dinâmico.
Apesar disso, nota-se o peso da idade do utilitário esportivo da marca corena, que fica na frente do concorrente da Chevrolet apenas em poucos quesitos, entre os quais porta-malas (431 litros ante 393 l do Tracker) e autonomia, principalmente na estrada, como mostraremos com mais detalhes em seguida. Em vários outros aspectos, o GM fica na frente, como a eficiência do conjunto mecânico e a modernidade da central multimídia com acesso a internet nativo.
Antes de mais nada é bom deixar claro que tanto Tracker quanto Creta não estão entre os melhores SUVs para dirigir. O GM é o que pode animar um pouco mais, com novo motor 1.2, turbo, com boa dose de força desde as primeiras marcações do contagiros. São 21,4 kgfm a menos 2.100 rpm, ante 20,5 kfgm a estratosféricos 4.700 rpm do Hyundai . Isso se traduz na agilidade nas ultrapassagens. No Creta, se não mantiver o giro do motor mais alto, falta fôlego, ainda mais de aparecer algum aclive pelo caminho.
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Nos dois também não existem hastes atrás dos volantes para trocas sequenciais dos câmbios automáticos de seis marchas, o que também é desanimador para quem gosta de dirigir, além de incômodo ter que fazer as trocas por um botão na alavanca (no caso do GM) e por toques para frente e para trás (no Hyundai). A alta posição de guiar de ambos os SUVs também não é para tem gasolina nas veias, embora a dupla conte com regulagens de altura nos volantes e bancos.
Ao volante dos SUVs
Dirigindo o Chevrolet Tracker Premier você terá alguma ajuda de dispositivos como alerta de colisão iminente e de ponto cego, algo que o Hyundai Creta Prestige não oferece. De qualquer forma, a visibilidade é boa nos dois, inclusive a proporcionada pelos retrovisores. A direção é elétrica em ambos e o raio de giro é semelhante (10,6 m no Creta e 10,8 m no Tracker), item que deve ser levado em consideração nas manobras em espaços apertados. No GM, o volante de base achatada dá uma pitada de esportividade.
Quando ao consumo, o problema do Tracker é o tanque pequeno, de 44 litros, contra o de 55 litros do Creta 2.0. Mesmo assim, o conjunto mais eficiente do GM, o torna mais econômico. Conforme dados do Inmetro, o Chevrolet 1.2 turbo faz 7,7 km/l na etanol na cidade e 11,2 km/l na estrada, ante 6,9 km/l e 10 km/l do Hyundai, respectivamente. Com apenas o combustível vegetal, o Tracker pode rodar até 413,6 km em trecho rodoviário, ante 451 no Creta, que tem ainda mais autonomia com gasolina.
Os dois também não têm muita fome de curva. Mas o Creta tem maior vão livre do solo (19 cm, ante 15,7 cm do GM), o que ajuda a superar obstáculos, mas leva a maior inclinação da carroceria. Entranto, vale lembrar que os dois SUVs vêm equipados com controle eletrônico de estabilidade.
Na questão da central multimídia, item com cada vez mais relevância hoje em dia, o GM fica bem na frente do Hyundai. A nova geração do Mylink se tornou o melhor sistema hoje em dia entre os carros fabricados no Brasil , com acesso à internet nativo, tela de alta resolução e funcionamento rápido e intuitivo. No Creta, há acesso à sinal de TV, mas já ficou defasado na comparação não apenas com o Chevrolet, mas de outros rivais, como o Renegade .
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Se for considerar a versão mais equipada do Creta, entre os equipamentos mais interessantes estão os retrovisores com rebatimento automático e o banco do motorista com ventilação (dois itens que o GM não tem). E nos dois há carregador de celular por indução, chave presencial, bancos revestidos de couro, luz diurna de LED, entre outros itens. O que pode fazer falta no Hyundai é o teto-solar panorâmico, que é mérito do GM.
Conclusão
No cômputo geral, o Chevrolet Tracker vence o comparativo pelo conjunto mais eficiente e por ter itens mais modernos na nova geração. O Hyundai é confortável e espaçoso, mas logo vai mudar, o que acaba implicando em certa defasagem na comparação com o rival.
Ficha técnica
Chevrolet Tracker Premier 1.2 turbo
Motor: 1.2, três cilindros, flex
Potência (cv): 133 (E) / 132 (G) a 5.500 rpm
Torque (kgfm): 21,4 (E) / 19,4 (G) a 2.000 rpm
Transmissão: Automático, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) e eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Pneus: 215/55 R17
Dimensões: 4,27 m (comprimento) / 1,79 m (largura) / 1,63 m (altura), 2,57 m (entre-eixos)
Tanque : 44 litros
Porta-malas: 393 litros
Consumo: 11,2 km/l (cidade) /13,5 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 9,4 segundos
Vel. Max: 185 km/h
Ficha técnica
Hyundai Creta Prestige 2.0
Motor: 2.0, quatro cilindros, flex
Potência: 166 cv a 6.200 rpm
Torque: 20,5 kgfm a 4.700 rpm
Transmissão: Automático, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) e eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Pneus: 215/60 R17
Dimensões: 4,27 m (comprimento) / 1,78 m (largura) / 1,63 m (altura), 2,59 m (entre-eixos)
Tanque : 55 litros
Porta-malas: 431 litros
Consumo: 10 km/l (cidade) /11,4 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 9,7 segundos
Vel. Max: 188 km/h