O mercado de picapes médias está se atualizando cada vez mais para se fortalecer em um cenário competitivo. A vez agora é da Chevrolet S10 , que permanece na mesma segunda geração, mas ganhou um facelift pesado para permanecer mais forte ainda no segundo lugar e, quem sabe, roubar a liderança da Toyota Hilux , que continua invicta. A estratégia é forte, oferecer grandes atualizações pelo mesmo preço do modelo anterior.
Fomos até Pirenópolis, em Goiânia, para testar a nova S10 e verificar se as mudanças na suspensão, no motor e na dirigibilidade realmente fazem diferença, além de explorar o que as novas tecnologias podem oferecer de melhor. Testamos a opção mais cara, a High Country , e a versão intermediária Z71 , além de ter contato com as mais básicas, anteriormente conhecidas como LS e LT, que agora se chamam WT (World Truck).
Veja os preços:
DIMENSÕES
Por se tratar de um facelift, as dimensões raramente são alteradas. Na nova S10 , elas não mudaram em nada. No entanto, há algumas ressalvas técnicas. Ela mantém os mesmos 5,36 m de comprimento, 2,13 m de largura, 1,83 m de altura e distância entre eixos de 3,09 m. A ressalva fica para as bitolas que estão maiores.
A capacidade da caçamba e a carga suportada dependem da versão: a cabine simples possui 1.571 litros e suporta 1.220 kg, enquanto a cabine dupla tem 1.329 litros, com as versões ZL1 suportando 1.046 kg, LTZ 1.076 kg e High Country 1.044 kg.
O tanque de combustível continua com 76 litros, mas a Chevrolet afirma que, com a nova motorização mais econômica, é possível rodar em média 76 km a mais de autonomia na estrada.
MOTORIZAÇÃO
O motor continua sendo o 2.8 Duramax turbodiesel de quatro cilindros em linha, porém, melhorias, calibrações e trocas de componentes foram realizadas para otimizar o desempenho, a emissão e o consumo. Isso faz com que a S10 tenha agora 207 cv (7 cv a mais) e 52 kgfm de torque a 2.000 rpm (1 kgfm de torque a mais). Embora os números na teoria pareçam pequenos, na prática as diferenças são significativas.
Isso porque o câmbio também é novo, com oito velocidades, semelhante ao da Colorado norte-americana, mas calibrado para o Brasil. As opções manuais permanecem com seis velocidades e um torque de 46,9 kgfm.
O tempo de 0 a 100 km/h, que antes era de 10,4 segundos, agora é de 9,4 segundos. As retomadas de 80 km/h a 120 km/h, que antes eram de 8,5 segundos, agora são de 6,9 segundos. Com isso, o consumo melhorou de 8,4 km/l para 9,5 km/l na cidade e de 10,4 km/l para 11,4 km/l na estrada, uma melhoria de 13%.
Essas mudanças são influenciadas por novos componentes na nova geração do motor Duramax, que apresenta mais de 30 novidades. Uma delas é a nova central eletrônica, novos pistões e o uso de Inteligência Artificial (IA) para otimizar e equilibrar performance, eficiência energética, dirigibilidade e emissões.
A IA consegue processar centenas de simulações por microsegundo, considerando também a condição dos componentes do motor, para encontrar o parâmetro de calibração mais próximo do ideal.
SUSPENSÃO MAIS MACIA E BEM CALIBRADA
A plataforma da S10 permanece a mesma, porém sob ela há diferenças. A picape produzida em São José dos Pinhais (PR) teve um aumento nas bitolas, como já comentado. Sob elas, a suspensão independente na dianteira e o feixe de molas semi-elípticas na traseira receberam novos amortecedores e uma nova calibração, proporcionando mais conforto.
Falando em conforto, a coluna de direção também é nova, agora com assistência elétrica em vez de hidráulica.
NA PRÁTICA
Dirigimos cerca de 300 km, tanto na cidade quanto em estradas. A melhoria na potência da Chevrolet S10 é evidente. Ao pisar no acelerador, a resposta é forte, mas há um pequeno atraso devido à entrada do turbo, embora nada que realmente incomode.
A suspensão também está claramente mais confortável e macia, o que dá uma condução bem mais agradável que no modelo passado. Além disso, a estabilidade em altas velocidades é notável, com bom desempenho em curvas sem dar a sensação de perder o controle. Durante um teste de frenagem emergencial, a eficiência dos freios se destacou. Segundo a Chevrolet, a distância de frenagem de 100 km/h até a parada total melhorou em 2,5 metros em relação a S10 anterior.
Em estradas de terra, a picape média também mostrou um bom desempenho, cumprindo bem seu papel. Testamos em condições moderadas, mas notamos uma leve vibração no volante em baixas velocidades e em terrenos mais planos. Embora não seja um grande desconforto, é algo que menos acontece na Ford Ranger , que também possui direção elétrica. No geral, a S10 se saiu muito bem na maioria das situações, mesmo com o modo 4x2 ativado.
INTERIOR E TECNOLOGIA
O interior da S10 está repleto de novidades. Uma delas é o painel integrado, que inclui um cluster digital de oito polegadas e uma central multimídia de 11 polegadas com o novo sistema MyLink. Agora, o MyLink suporta Apple CarPlay e Android Auto sem fio. O mais interessante é que essas telas estão disponíveis em todas as versões, desde a mais básica.
Entre os recursos, há piloto automático convencional, limitador de velocidade, e nas versões mais caras, sensores de ponto cego, frenagem autônoma de emergência e alerta de invasão de faixa.
A S10 também vem equipada com o sistema OnStar, que permite rastrear o veículo em caso de roubo. Isso resultou na recuperação de 95% das S10 com essa tecnologia, reduzindo assim o valor do seguro. Além disso, o veículo dispõe de wi-fi integrado.