A BYD, gigante chinesa de veículos elétricos, alcançou um marco histórico ao ultrapassar a Toyota nas vendas de carros elétricos no Japão em 2024. A empresa comercializou 2.223 unidades, contra 2.038 da Toyota, uma diferença de 185 veículos.
Este feito ocorre em um cenário de queda nas vendas de elétricos no Japão. Em 2024, foram comercializadas 59.736 unidades, uma redução de 33% em relação ao ano anterior, representando menos de 2% do total de vendas de veículos no país.
A BYD entrou no mercado japonês em 2023 com os modelos Atto 3 e Dolphin. Em 2024, lançou o sedã Seal EV, que se tornou o carro elétrico importado mais vendido no país, com preços a partir de 5,28 milhões de ienes.
Reação das montadoras japonesas
As tradicionais fabricantes japonesas estão acelerando seus planos de eletrificação em resposta ao avanço da BYD. A Toyota planeja lançar 30 novos modelos elétricos até 2030, sob a linha "bZ" (Beyond Zero).
A Nissan busca expandir sua linha de elétricos, incluindo uma versão do popular Qashqai até 2025. Já a Honda anunciou planos de vender apenas veículos eletrificados até 2040, com o primeiro modelo previsto para 2026.
Em uma movimentação surpreendente, Honda e Nissan anunciaram negociações para uma fusão. A união deve criar a terceira maior montadora do mundo, aumentando a competitividade frente a marcas como BYD e Tesla.
As montadoras japonesas também estão investindo em pesquisa e desenvolvimento. A Toyota foca em baterias sólidas, enquanto Honda e Nissan formaram uma aliança para desenvolver tecnologias de baterias e software.
O mercado japonês enfrenta desafios únicos na transição para veículos elétricos. A falta de infraestrutura de carregamento, a preferência por carros a gasolina e os preços elevados dos elétricos são barreiras para a adoção em massa.
Apesar dos obstáculos, a BYD mantém uma estratégia agressiva de expansão no país. A empresa planeja abrir 100 lojas no Japão até 2025, oferecendo veículos com preços competitivos e um portfólio diversificado de modelos.
As montadoras japonesas enfrentam o desafio de adaptar suas cadeias de suprimentos para a produção de elétricos. Isso inclui a busca por fornecedores locais de materiais para baterias e a otimização da produção para atender à crescente demanda.