BYD é uma das únicas duas marcas chinesas que conseguem se sustentar no azul
Divulgação
BYD é uma das únicas duas marcas chinesas que conseguem se sustentar no azul

Apenas 15 das 129 marcas que hoje vendem veículos elétricos e híbridos plug-in na China devem permanecer financeiramente viáveis até 2030, segundo relatório da consultoria AlixPartners divulgado na quinta-feira (3) pela Reuters.

A estimativa aponta que essas marcas irão concentrar cerca de 75% das vendas no maior mercado automotivo do mundo.

Apesar do ritmo acelerado de consolidação previsto, o movimento deve ser mais lento do que em outras regiões, devido ao apoio governamental a fabricantes locais que ainda operam com prejuízo, mas sustentam empregos e cadeias produtivas regionais.

Consolidação no mercado chinês pressiona fabricantes

O relatório da AlixPartners indica que, até o fim da década, as marcas sobreviventes terão média anual de 1,02 milhão de unidades vendidas cada.

O estudo, no entanto, não revela os nomes das fabricantes que devem se manter ativas no mercado.

Hoje, apenas a BYD e a Li Auto,  ambas listadas em bolsas de valores, conseguiram atingir lucratividade anual entre os fabricantes chineses de elétricos.

O restante opera com margens apertadas, afetadas por uma guerra de preços e excesso de capacidade industrial.

Stephen Dyer, chefe da divisão automotiva da AlixPartners na Ásia, aponta que, embora os reguladores locais tenham tentado frear a disputa por clientes, o cenário competitivo deverá continuar por meio de incentivos indiretos, como subsídios para seguros e financiamentos sem juros.

Apoio estatal e excesso de oferta dificultam reestruturação

A taxa de utilização das fábricas automotivas na China caiu para 50% em 2023, o nível mais baixo em uma década.

Isso significa que metade da capacidade instalada permanece ociosa, o que compromete a rentabilidade do setor.

A persistência de apoio financeiro dos governos regionais a montadoras locais, consideradas importantes para as economias das províncias, tende a retardar a eliminação de empresas deficitárias.

Essa proteção, embora estratégica do ponto de vista social e político, dificulta ajustes estruturais que reduziriam o número de marcas e equilibrariam a oferta.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!