
O presidente da chinesa Xiaomi , Lu Weibing, confirmou que a empresa de tecnologia já começou os seus preparativos para vender os seus veículos eletrificados no continente europeu a partir de 2027 . A informação foi divulgada durante a apresentação dos resultados financeiros do segundo trimestre deste ano da corporação.
A Xiaomi foi fundada em 2010 e sempre produziu artigos eletrônicos, como celulares. Desde 2023, a empresa tem investido no desenvolvimento de automóveis e, nesse período de dois anos, conquistou terreno significativo na China .
Em março deste ano, Weibing já havia adiantado que a subsidiária de eletrificados cogitava atuar fora da China. O anúncio foi feito na Mobile World Congress 2025 , em Barcelona, e deixou as montadoras automotivas tradicionais apreensivas com o futuro do mercado .
Quatro meses depois, o presidente da Xiaomi publicou no Weibo, uma rede social chinesa, uma fotografia do SU7 Ultra – um de seus modelos – com placa da Alemanha. Tratava-se já de um veículo experimental registrado no continente europeu.
A montadora chinesa ainda não informou quais modelos vai oferecer na Europa , porém as expectativas permanecem sobre o próprio SU7, o YU7 e o YU9, um SUV de porte EREV que está em desenvolvimento.
Vendas

No segundo trimestre deste ano, a Xiaomi EV comercializou mais de 81 mil automóveis. Ao todo, foram mais de 157 mil unidades vendidas no primeiro semestre.
Vale destacar que a Xiaomi EV é a grande concorrente da BYD e da Tesla na China. Por lá, as marcas têm focado as suas estratégias de lançamento em SUVs familiares, que comportam um número maior de passageiros e são adaptados para oferecer comodidade em viagens longas.
Elon Musk confirmou na última segunda-feira (18) o lançamento do Model YL – versão de seis lugares do sucesso Model Y – na China. Nesta mesma semana, afirmou que o modelo não deverá chegar aos Estados Unidos , onde a estratégia é outra: carros menores e com baixo custo.
A Tesla registrou desaceleração em suas vendas na China no primeiro semestre deste ano. Pouco mais de 30 mil unidades foram vendidas em fevereiro. Em julho, o ritmo se manteve o mesmo, com queda de 8,4% nas vendas de seus eletrificados.
A Xiaomi EV tem assustado os seus concorrentes em território chinês. Com a sua primeira grande expansão internacional nesse setor, as montadoras tradicionais deverão assumir novas estratégias de produção, buscando redução nos custos, e de entrega.
Por outro lado…
Apesar das vendas crescentes e da confirmação dos preparativos para a estreia na Europa, a divisão automotiva da Xiaomi registrou perdas aproximadas de ¥ 300 mi (cerca de R$ 11 mi) no segundo trimestre deste ano.
Por outro lado, as perdas operacionais da empresa – isso significa o tanto a mais que a empresa gastou em vez de arrecadar – caíram em comparação ao primeiro trimestre, quando foi registrado o impacto de ¥ 500 mi (cerca de R$ 18 mi) .
A expansão da Xiaomi EV tem sido acompanhada também por desafios impostos pela crescente demanda no mercado doméstico.
A empresa tem registrado longas filas de espera pelos seus modelos SU7 e YU7 . Em consequência, os prazos de entrega têm ultrapassado 40 semanas, ou seja, mais de 9 meses.
O CEO Lei Jun disse anteriormente que a prioridade da fabricante será atender o mercado chinês. Somente depois, ocorreria o avanço em direção ao mercado estrangeiro.