
O influenciador Justin Demaree tentou cruzar os Estados Unidos usando o sistema de direção da Tesla neste mês, de Orlando (EUA) a San Diego (EUA), quando o Model Y colidiu contra uma pequena rampa de metal na pista.
O impacto, a cerca de 120 km/h, danificou o conjunto de baterias e gerou um conserto de US$ 22.275,82 (R$ 118,5 mil).
A viagem de quase 3.900 km, que poderia ser cumprida em cerca de 42 horas de direção contínua, foi interrompida após o veículo levantar do chão e atingir a parte inferior.
A conta do reparo equivale a 45,47% do preço de um Model Y novo com tração integral (US$ 48.990 — ~R$ 260 mil).
Como contraponto, a Tesla orienta uso com supervisão humana contínua e mãos no volante; seguimos buscando posicionamento formal da montadora.
A travessia e a batida
Durante a primeira quinzena de setembro, Demaree partiu de Orlando rumo a San Diego para testar o trajeto inteiro com o modo de direção da Tesla. A intenção era documentar a experiência de ponta a ponta.

No percurso, uma rampa metálica surgiu no asfalto. Segundo o vídeo do influenciador, o carro não freou nem desviou. O choque ergueu os 1.993 kg do veículo e atingiu o “berço” inferior, onde ficam proteções e a bateria.
A gravação mostra a dupla avaliando danos e removendo o objeto da via. A princípio, o carro manteve tração e energia, mas a avaliação posterior confirmou dano no pack de baterias.
A oficina indicou a substituição do pacote de baterias. Somando mão de obra e itens auxiliares, o orçamento fechou em US$ 22.275,82 — R$ 118,5 mil na cotação informada (R$ 5,32/US$), valor próximo ao preço de zero-km de compactos e SUVs de entrada no Brasil.
Do total, o novo pack foi orçado em cerca de US$ 17 mil, itens e valores relatados por Demaree. A garantia do veículo cobriu a bateria, reduzindo o desembolso direto.
Para efeito de comparação, um Model Y novo com tração integral custa US$ 48.990, o que torna o reparo equivalente a 45,47% do preço de um veículo zero da própria Tesla.
Segurança e limites do sistema
O caso recoloca em debate os limites de sistemas de assistência avançada (ADAS).
Apesar do nome “autônomo” usado informalmente por usuários, a orientação padrão da montadora exige atenção constante do motorista, com mãos no volante e olhos na via.
Objetos pequenos, escuros ou de baixo perfil — como rampas metálicas finas — podem ser difíceis de detectar a altas velocidades, sobretudo com iluminação e contraste desfavoráveis.
Nessas condições, a intervenção humana continua sendo a última barreira de segurança.
A Tesla costuma afirmar que seus recursos de direção exigem supervisão ativa do condutor e não tornam o carro autônomo no sentido legal.