Recém-eleito presidente da França, Emmanuel Macron, tomou posse pela primeira vez no dia 14 de julho de 2017 com direito à uma chegada triunfante a bordo de um Peugeot 5008. O presidenciável manteve este carro durante seus primeiros cinco anos no cargo.
Por razões óbvias de segurança, a Presidência da República ao revela detalhes sobre o que difere o modelo feito exclusivamente para o transporte do presidente da França do modelo original.
No entanto, os dois SUVs compartilham o mesmo ‘berço de onde nasceram’, a fábrica da Rennes e depois confiado à Centigon, uma empresa especializada em Breton que realizou o blindagem do veículo.
Outra mudança visível está na segunda fileira de assentos no qual ao invés de, convencionalmente, comportar três assentos individuais, neste modelo especial são apenas dois, sendo que no centro há um console específico.
Por fora, as diferenças se resumem à instalação dos pisca-piscas dianteiros na grade do radiador e o emblema da Presidência da República afixado na carroceria. “Todo o resto é ultrassecreto”, afirma a marca francesa.
O pioneiro: Peugeot 156 de Alexandre Millerand
Mas a história começa muito antes com a ‘pré-história’ da Peugeot e da República Francesa, na década de 1920. Eleito Presidente da República em 23 de setembro de 1920, Alexandre Millerand dirigiu um Peugeot Type 156 a partir de 1921.
O modelo foi o primeiro carro a ser fabricado em Sochaux e foi o topo de gama da marca na época, com um impressionante motor de 6 cilindros em linha de 5.954 cm3 e apenas 25 cv de potência.
Peugeot 604 de Valéry Giscard d'Estaing
Mais de meio século depois, o então presidente Valéry Giscard d'Estaing trouxe a Peugeot para o Palácio Elysée em 1975, ano em que o novo carro-chefe da marca, o 604, foi lançado. Outra inovação solicitada por um chefe de Estado decididamente moderno: os carros do presidente não eram mais pretos, mas ‘verde musgo’.
Do modelo, foram encomendadas quatro unidades pelo Palácio Elysée durante o mandato de sete anos. Três deles eram modelos de produção, versões SL topo de gama alimentadas pelo V6 de 2,6 litros e 136 cv, que o presidente às vezes gostava de dirigir sozinho.
Havia também a versão limusine do 604, reservada para ocasiões cerimoniais. Feito em colaboração com o construtor de ônibus Heuliez, conta com entre-eixos mais longo em 62 cm, além de bancos traseiros luxuosamente equipados, e um teto coberto com imitação preta.
O Peugeot 605 limusine blindada sob François Mitterrand
Outro carro que fez história entre os presidenciáveis da França foi o 605, em 1991, adquirido pelo Palácio Elysée. O carro foi alongado e blindado pela empresa Breton Labbé (que mais tarde se tornou Centigon, a empresa que preparou o 5008 presidencial).
O modelo possui motor V6 de 170 cv, e foi equipado com blindagem de aço de alta resistência e janelas feitas de vidro à prova de balas e composto de policarbonato. Em números: 2.500 kg, que é 1.000 kg a mais que o padrão 605 V6!
Esta limusine foi usada principalmente por chefes de Estado hospedados na França, como Mikhail Gorbachev, Hosni Mubarak e o Papa João Paulo II.
Os modelos Chirac Peugeot
Jacques Chirac, durante sua passagem de doze anos no Palácio Elysée, usava regularmente o seu 607 que se juntou à Presidência da República na frota de carros. O 205 SR vermelho, 1984, que a esposa do presidente dirigiu nas estradas de Corrèze também fez muito sucesso em sua época.
Peugeot 607 Paladine de Nicolas Sarkozy
Em 2007, a equipe de Nicolas Sarkozy estava procurando um veículo que simbolizasse a renovação e a modernidade quando o novo presidente dirigiu até a Champs Elysées no dia de sua posse. Alguém pensou no 607 Paladine concept car visto no Salão de Genebra de 2000.
O sedã de entre-eixos alongado foi produzido pelo construtor de ônibus Heuliez, e mede mais de 5 metros transformada em um landaulet com um teto de vidro retrátil cobrindo os bancos traseiros.
Por dentro, a limusine conta com estofado Hermès com couro azul e creme, uma barra, duas poltronas eletricamente ajustáveis para os passageiros ilustres e um assento dobrável com as costas para a estrada para um companheiro.
Uma curiosidade do Paladine era a instalação do mecanismo de teto retrátil que ‘obrigou’ uma redução do tanque de combustível contando com apenas 6 litros de capacidade total. Dada essa ‘deficiência’, somada ao beberrão motor V6, o modelo logo foi aposentado.