Os bons resultados da Chevrolet em 2019 são indiscutíveis. A fabricante atingiu a impressionante marca de 475 mil veículos emplacados, superando por muito as 414 mil unidades vendidas da Volkswagen, que ficou na segunda colocação. Além disso, a GM obteve 17,8% de participação de mercado, contra 15,7 % da VW e 13,7% da Fiat.
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Há quem diga que os números da Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos) mostram um verdadeiro baile por parte da General Motors . Mas será? Para termos outra visão desse espectro, é preciso analisar os dados de emplacamentos por modelo.
Na lista dos carros mais vendidos de janeiro de 2020, a Chevrolet tem dois veículos na ponta: as versões hatch e sedã do Onix . O dois volumes emplacou 17,4 mil unidades no primeiro mês do ano, enquanto o Plus obteve a boa marca de 8,7 mil. Os resultados, novamente, mostram que a Chevrolet está muito à frente das rivais nos números.
As coisas se complicam quando procuramos pelo terceiro carro mais vendido da Chevrolet no ranking da Fenabrave. Neste caso, é preciso despencar do pódio diretamente para a vigésima sexta posição, onde você encontrará o Cruze Sedan com 1,7 mil emplacamentos. Ou seja, entre os 25 veículos mais vendidos do Brasil, apenas dois pertencem à Chevrolet.
Reestruturação
Os leitores mais afiados podem apontar que a Chevrolet ainda comercializa a antiga geração de Onix e Prisma como a nova família “ Joy ”, e que, portanto, seriam quatro veículos entre os 25 mais vendidos, e não dois. No princípio, a Fenabrave também pensou assim, sinalizando que os carros seriam tratados como modelos diferentes no ranking. A GM contestou, e pediu para que os veículos fossem contabilizados juntos, como Onix e Onix Plus, conforme publicado pelo Motor1 .
Portanto, a decisão para que as duas gerações do Onix fossem agregadas no ranking partiu diretamente da Chevrolet. Isso pode gerar algumas confusões na hora de consultar os resultados da Fenabrave, pois ainda que o Onix Joy Plus seja um sedã de entrada (como Etios, Voyage e Ka Sedan), ele aparece entre os sedãs compactos (Yaris, Virtus e CIty), impulsionando as vendas do irmão mais moderno.
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Essa divisão era mais clara na época em que a Chevrolet ainda vendia o Cobalt. Com a chegada do Onix Plus, o antigo sedã compacto que encantava pelo espaço interno perdeu o propósito, e foi descontinuado. Outro modelo que, naturalmente, perdeu fôlego nas vendas foi o Tracker, à beira de uma renovação completa.
Tracker salvará a GM da dependência
Os números atuais mostram que a Chevrolet é dependente da linha Onix. Os executivos sabem disso, e estão preparando uma nova investida com a próxima geração do Tracker . O SUV - que já pode ser visto nas cegonhas a caminho das concessionárias - está muito próximo de ser lançado, e deverá impulsionar as vendas da marca na categoria dos utilitários compactos. Com motor turbo e bons equipamentos de série (incluindo seis airbags e controle de estabilidade), o modelo irá balançar a categoria dominada por Renegade, Creta, HR-V e Kicks. Neste caso, trata-se de mais um carro de volume para reforçar o line-up da Chevrolet no Brasil.
Segurando a liderança
A nova plataforma global GEM que fez sua estreia no Novo Onix abre um verdadeiro leque de possibilidades para a Chevrolet. A partir dela, a marca espera lançar um novo crossover compacto (como sucessor da Spin), um SUV de sete lugares (contra Tiguan Allspace, líder da categoria) e uma picape intermediária inédita para enfrentar a Toro .
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A GM espera que todos os novos modelos estejam em linha nos próximos dois anos. O objetivo é claro: investir pesado na América Latina e evitar que a Volkswagen se ameace sua liderança. Quem sai vitorioso nessa guerra é você, que espera por produtos cada vez melhores. Vamos acompanhar os próximos episódios.