Costumo dizer que as versões de despedida são como os cantos dos cisnes, o que remete a uma antiga crença de que o cisne-branco é completamente mudo durante toda a sua vida, mas pode cantar uma bela e triste canção logo antes de partir desta para melhor.
E no caso do Audi A3 que testamos, na versão Prestige Plus Tech (R$ 179.990) - que sucede a edição comemorativa de 25 anos da marca no Brasil - a lenda se repete.
O Audi A3 Prestige Plus Tech vem com faróis Full LED com novo design, regulagem de facho e setas direcionais dinâmicas, ponteiras cromadas das saídas do escapamento, pacote interno e externo com detalhes cromados e aço escovado, volante multifuncional com base reta e keyless go (sistema de abertura de portas sem chave), adiciona ar-condicionado de duas zonas, bancos de couro de série, banco do motorista com ajuste elétrico, câmera traseira, entre outros.
Completam o pacote ar-condicionado de duas zonas, bancos esportivos com couro sintético e ajuste elétrico no assento do motorista, sensores de luz e chuva, controle de cruzeiro, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro com câmera de ré, 7 airbags, controle eletrônico de estabilidade, suporte Isofix, rodas de 17 polegadas e sistema start-stop.
O volante tem base achatada, remetendo aos modelos esportivos. Ele é revestido de couro e traz hastes para trocas de marcha mais esportivas. O bom acabamento encobre todo o painel, com materiais de boa qualidade e texturas diferenciadas. Este mesmo revestimento se alastra pelas portas (com design bem diferenciado na maçaneta). O painel de instrumentos digital multifuncional, Virtual Cockpit, permite uma visão fácil e um manuseio intuitivo.
Na versão com foco na oferta de tecnologia, conta apenas com um motor: o 1.4 turbo, que gera de 150 cv e 25,5 kgfm, com injeção direta de combustível e com câmbio automático de seis marchas. É, nada mais nada menos, que o famoso 1.4 TSI da Volkswagen, que hoje também equipa Jetta, T-Cross, Tiguan e companhia.
No sedã da Audi , é capaz de acelerar até 100 km/h em 8,8 segundos e chegar à velocidade máxima de 215 km/h. O mais interessante é que, além do bom desempenho, é bem econômico. Conforme dados do Inmetro, o carro faz 11,7 km/l e 14,2 km/l na cidade e na estrada, respectivamente, quando abastecido com gasolina. Já no etanol, os números caem para 7,8 km/l (cidade) e 9,9 km/l (estrada).
Impressões
É típico dos carros da Audi uma ergonomia impecável. O condutor pode se ajustar da maneira que quiser, facilmente encontrando a distância ideal das pernas e dos braços. O acesso aos equipamentos é direto, os bancos são confortáveis e envolventes, os apoios para os braços estão à disposição, enfim, realmente um carro feito para o condutor.
E, particularmente falando, o modelo tem visual de gosto mais refinado que os “primos” da VW. Isso porque não abandona a linhagem sóbria dos modelos alemães, mas oferece nível de acabamento e opta por quebrar o convencional com itens como as saídas do ar-condicionado diferenciadas, linhas mais fortes no console e texturas emborrachadas.
Para manusear os equipamentos, você precisa interagir com comandos no volante e no console central, que, por sua vez, alteram as configurações da central multimídia e no cluster. A intuitividade e a facilidade de sobra também são vistos nesse quesito. O único porém é que a central multimídia — com visual charmoso e que que sai do painel quando ligada — poderia ser um pouco maior — como nos modelos maiores da marca. Veja abaixo o vídeo do novo A3, que ainda não tem data para chegar ao Brasil.
O motor 1.4 turbo mostra fôlego de sobra para o uso urbano e também na estrada, com bom torque mesmo abaixo de 2.000 rpm. Já a direção é leve e direta. A sintonia dela é bem evidente junto da suspensão firme, mas que, ainda assim, filtra bem as imperfeições do solo. O câmbio de seis marchas não é de dupla embreagem, apesar dos paddle shifters atrás do volante, mas oferece trocas rápidas e sutis.
Outro aspecto que se pode observar é a boa rigidez torcional do monobloco, em níveis que se assemelham até dos esportivos de alto padrão. É assim o A3 se torna um carro bem plantado ao chão, e bem convidativo para o motorista abusar do acelerador. O isolamento acústico da cabine é outro ponto forte. Quase não se ouve o que acontece do lado de fora.
Conclusão
O Audi A3 Prestige Plus Tech é, de fato, a melhor forma do sedã alemão, fabricado no Brasil, pena que o preço é um tanto salgado (R$ 173.990). Mesmo assim é possível encontrar o modelo com descontos que pode superar os R$ 20 mil em algumas concessionárias, como apurou a reportagem de iG Carros.
Também falamos com a Audi do Brasil, que diz apenas que o carro segue em produção na fábrica de São José dos Pinhais (PR). Mas, isso deverá acontecer apenas até a nova geração do Q3 começar a ser montada por lá, o que ainda não foi confirmado pela fabricante. De qualquer forma, o mais provável é que isso aconteça ao longo do ano que vem.
Ficha técnica
Você viu?
Audi A3 Sedan 1.4 Prestige Plus Tech (R$ 173.990)
Motor: Dianteiro, transversal, 4 cil. em linha, 16V, comando duplo, turbo, flex, injeção direta de combustível
Cilindrada: 1.395 cm³
Potência: 150 cv a 4.500 rpm
Torque: 25,5 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: Automático de 6 marchas, tração dianteira
Direção: Elétrica
Suspensão: Independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira
Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira
Pneus: 225/45 R17
Dimensões: Comprimento 4,45 m; Largura 1,79 m; Altura 1,41 m; Entre-eixos: 2,63 m
Tanque: 50 litros
Porta-malas: 425 litros
Peso: 1.240 kg
Aceleração 0-100 km/h: 8,8 segundos
Velocidade máxima: 215 km/h
Consumo: 11,7 km/l (cidade) e 14,2 km/l (estrada), na gasolina. 7,8 km/l (cidade) e 9,9 km/l (estrada), no etanol.