Enfrentando uma das maiores polêmicas de sua história, a Mitsubishi pode fechar as portas se a situação piorar. Não são nossas palavras, e sim do presidente da marca, Tetsuro Aikawa, ditas durante uma coletiva de imprensa na última terça-feira. A declaração é um desabafo sobre a descoberta que a marca vem fraudando testes de emissões de poluentes.
Tudo começou quando a Nissan descobriu as fraudes. A Mitsubishi é responsável pela fabricação dos modelos Nissan Dayz e Dayz Roox . São carros que entram no segmento kei-car no Japão, muito pequenos (medem no máximo 3,4 metros de comprimento) e com motor de 660 cilindradas. A legislação para esses carros é muito exigente, já que eles recebem isenção de impostos.
O Ministério dos Transportes do Japão começou a investigar os carros dessa categoria, o que fez com que a Nissan realizasse seus próprios testes. Encontraram divergências em relação aos dados fornecidos pela Mitsubishi e foram tirar a história a limpo. A fraude foi divulgada e Aikawa teve que pedir desculpas publicamente pelo escândalo.
“Acredito que esse caso pode afetar a existência de nossa companhia”, disse Aikawa na coletiva. “Minha missão é resolver esse problema”. E tem mesmo que resolver. Desde que o escândalo foi revelado, as ações da Mitsubishi estão em queda livre, perdendo 50% de seu valor e passando a valer 427 bilhões de ienes (cerca de R$ 13,7 bilhões).
Tudo depende da investigação que está sendo conduzida por uma equipe independente formada por três ex-promotores. Por enquanto, sabemos que a fraude envolve 625 mil unidades do Nissan Dayz e Dayz Roox , e do Mitsubishi eK Wagon e eK Space . Esse é só o número inicial, pois já descobriram que o esquema acontece desde 1991, imagine a quantidade de carros fraudados nesses 25 anos.
Em nota, a HPE Automotores do Brasil , representante da Mitsubishi no País, reitera que nenhum dos veículos afetados na fraude são vendidos no Brasil e que cumprem e sempre cumpriram 100% da regulamentação e das normas exigidas pelos órgãos brasileiros.