A GM e o Grupo PSA já tinham projetos em conjunto. É o caso do Opel Crossland X, que com a base do Citroën C3
Divulgação/General Motors
A GM e o Grupo PSA já tinham projetos em conjunto. É o caso do Opel Crossland X, que com a base do Citroën C3

Após anos insistindo na Europa, a General Motors finalmente desistiu e concordou em vender a Opel, sua marca no Velho Continente, para o Grupo PSA (dona da Peugeot e Citroën). O acordo de 2,2 bilhões de euros (aproximadamente R$ 7,2 bilhões) transforma a PSA no segundo maior grupo automotivo da Europa (atrás apenas da Volkswagen) e inclui também a Vauxhall, braço inglês da GM.

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A General Motors era dona da Opel desde 1929 e, apesar de alguns bons períodos nesses quase 90 anos, vinha sofrendo desde 2009 com os prejuízos de sua marca europeia – perdeu cerca de US$ 9 bilhões desde então. Mesmo com seus novos produtos, continuou a causar dores de cabeça para a matriz e fechou 2016 com perdas. Mais do que o lucro pelo valor pago, a GM ganha por se livrar de uma marca que pesava sobre suas contas.

Para a PSA, o negócio é muito mais atraente. Só de adquirir a Opel e a Vauxhall, a participação de mercado do Grupo PSA passou para 16%, acima da sua arquirrival Renault, ainda que bem abaixo dos 24% da Volkswagen. Para a empresa, ter mais 1,2 milhão de veículos vendidos ajudará a reduzir os custos de desenvolvimento, por aproveitar a tecnologia em três marcas ao mesmo tempo.

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“Estamos confiantes de que a mudança na Opel e Vauxhall irá acelerar significantemente o nosso suporte”, afirma Carlos Tavares, o chefão da PSA. “Já criamos juntos produtos vencedores para o mercado europeu, nós sabemos que a Opel/Vauxhall é o parceiro certo.” As duas empresas chegaram a anunciar uma parceria em 2012 para compartilhar motores e plataformas, além de desenvolver alguns veículos em conjunto. Recentemente, a Opel revelou o Crossland X, utilitário que usa a mesma base do Citroën C3.

Ponto de mudança

A negociação irá mudar muita coisa para ambas as companhias. A General Motors vem buscando maneiras de reduzir suas perdas com o corte de ativos que não dão retorno – em 2016, anunciou que iria encerrar a operação da fábrica da Holden, sua marca na Austrália. Com a venda da Opel/Vauxhall, a GM deixa a Europa quase que por completo. Só resta a Chevrolet, que trabalha no Velho Continente com o Corvette e o Camaro.

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Enquanto isso, a PSA irá iniciar seu plano para transformar a Opel/Vauxhall.  Sabem que irá demorar e, até lá, terão que segurar o prejuízo que a General Motors sofria. Com o desenvolvimento de novos veículos baseados em carros da PSA, esperam conseguir operar com uma margem de lucro de 2% dentro de três anos e 6% em 2026. O novo subcompacto da Opel foi adiado para 2020, já que terá que voltar para as pranchetas. Devem lançar outros cinco modelos até 2023.

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