Um inferno. Não há outra palavra para descrever o cenário apocalíptico deste Tesla Model S pegando fogo após atingir a estrutura de concreto em uma rodovia na Áustria. O vídeo viralizou na internet, e chamou muita atenção nas redes sociais. Você conseguiria imaginar que seriam necessários trinta e cinco homens do corpo de bombeiros, utilizando aparatos completos com máscaras de oxigênio, para controlar um carro em chamas? De fato, a situação é inimaginável quando falamos de carros a combustão. Mas o Model S é o veículo da moda. Um entre os vários carros elétricos do mercado mundial.
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Pois bem, o condutor de apenas 19 anos sobreviveu, mas não foi nada simples apagar o incêndio que liberava fumaça tóxica repleta de ácido sulfúrico e lítio no ecossistema. O corpo de bombeiros precisou entrar em contato com a Tesla, pois o Model S simplesmente não parava de queimar. Quando as chamas começam a diminuir, o fogo nas entranhas da bateria de lítio-ionizado voltava a acender. Apagar o fogo em carros elétricos pode levar várias horas.
Antes de tudo, é preciso saber a posição correta para cortar dois cabos conectores da bateria. Há, inclusive, risco do bombeiro ser eletrocutado caso a energia não tenha sido cortada antes. Duas horas depois, o incêndio estava controlado. A Tesla ainda recomenda que o carro fique em quarentena por 48 horas, uma vez que ele pode entrar em chamas outra vez. De acordo com o corpo de bombeiros, foram utilizados mais de 8 mil litros de água para conter o fogo. O mundo está mudando, e carros elétricos serão cada vez mais frequentes. Será que estamos preparados para isso? Carros elétricos são mais seguros? Como ficam os carros de hidrogênio nessa história.
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Ainda este ano, teremos a Rota 2030, que traz entre seus vários tópicos o incentivo para veículos híbridos e elétricos no Brasil. Em alguns meses, o Volkswagen Golf GTE híbrido, e a variante elétrica e-Gof, serão lançados por aqui. Enquanto escrevo este texto, há um Chevrolet Bolt elétrico na garagem do iG Carros, com o mesmo tipo de bateria do Tesla Model S em chamas. Em breve, eles serão uma realidade, e precisamos aprender a lidar com isso.
Carros elétricos são seguros?
Em defesa, um executivo da Tesla divulgou que carros elétricos são cinco vezes menos propensos a pegar fogo que veículos convencionais. Logo, devem ser tratados como casos isolados. Outro acidente envolvendo um Tesla Model S em uma rodovia australiana, que aconteceu no começo do ano passado, levou a NFPA (Associação de Proteção Nacional dos Estados Unidos) a realizar uma série de testes, conforme o site Fire Rescue 1.
“Em todos os testes que realizamos, os bombeiros precisaram utilizar grandes quantidades de água para conter o fogo. Em um dos processos, a bateria voltou a entrar em chamas 22 horas depois do fogo ter sido contido. Eles ainda utilizaram o Manual de Emergência da Tesla como referência, e declararam que, apesar de ser bem prático e didático sobre como lidar com um carro elétrico em chamas, faltam algumas informações importantes.
A equipe do NFPA, liderada pelo bombeiro e pesquisador Andrew Blum, ainda submeteu a bateria utilizada pela Tesla a um teste térmico. Todas as temperaturas internas estavam normais. Mas algo indetectável acontecia em seu módulo, fazendo com que o sistema voltasse a queimar. Em fevereiro do ano passado, um Tesla Model S explodiu em Indianápolis (EUA) e tirou a vida de uma mulher de 27 anos e seu chefe. Um motorista alcoolizado vindo no sentido oposto forçou uma manobra defensiva que terminou com uma colisão. Testemunhas também disseram que o Model S estava acima do limite de velocidade. O analista Dave Sullivan, que também é proprietário de um carro elétrico, contou ao NBC News que, assim como veículos a gasolina, carros elétricos também podem explodir em acidentes graves.
De fato, o Tesla Model S tem ótimo desempenho em crash tests. O CEO da marca, o bilionário Elon Musk, diz que é possível melhorar a estrutura de alumínio que protege a bateria. Entretanto, isso poderia adicionar mais peso ao veículo e comprometer dirigibilidade e até a autonomia. O executivo não pensa que isso será necessário, uma vez que as medidas de segurança atuais estão de acordo com a necessidade e incêndios são pouco frequentes.
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Em uma publicação em seu blog pessoal, Musk disse: “Aos nossos clientes que estão preocupados sobre o risco de fogo, não restam dúvidas que nossos carros são mais seguros com baterias que um tanque cheio de líquido inflamável”. No caso do acidente que tirou a vida da jovem e seu chefe, o comandante do corpo de bombeiros de Indianápolis, Kevin Jones, disse que em uma coletiva de imprensa que o simples fato da colisão ter acontecido com um veículo elétrico não é determinante para garantir a sobrevivência das vítimas. “Não importa se um veículo é híbrido, elétrico ou a combustão. Em impactos de alta velocidade, o risco de fogo é o mesmo”, afirma Jones.