Como parte da série de mudanças impostas pelo exército brasileiro, quanto às normas de regulamentação de carros blindados (estabelecidas em junho do ano passado), uma das principais novidades é que o teto solar precisa ser obrigatoriamente composto por uma peça única e fixa, com o mesmo nível da blindagem aplicada nas demais partes do veículo. A medida gerou muita polêmica e desagradou a muitos, não só porque não se pode mais abrir o teto solar, mas também devido ao aumento do custo total da blindagem em cerca de R$ 4 mil reais. Entretanto, segundo Floriano Guimarães, consultor da GR Blindados, “essa é uma mudança muito importante, pois serve para reforçar a segurança dos usuários de carros blindados”.
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Segundo Guimarães, a decisão de fixar o teto solar aumenta a eficácia da blindagem dos veículos no Brasil. “Muita gente ignorava a importância do travamento do teto solar por questões estéticas ou de gosto pessoal, ignorando que a movimentação desse vidro poderia causar riscos à sua segurança. Enquanto o vidro original do teto pesa cerca de 6kg, a versão blindada pode chegar a até 40 kg. Os mecanismos de abertura e fechamento do teto solar dos carros não foram projetados para suportar o peso extra. Assim, isso podia gerar acidentes, pois o material poderia se desprender do carro em movimento”. O especialista afirma, ainda, que a regra é vigente apenas para carros que foram blindados depois do mês de agosto do ano passado. Logo, os carros blindados anteriores a esse mês, que abrem o teto solar, não precisarão se readequar.
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O que mudou além do teto solar
Antes das normas, o proprietário de veículo blindado não precisava ter o Certificado de Registro (CR), apenas a empresa de blindagem. Para cada modelo, a blindadora pedia uma autorização para o exército antes de começar o procedimento. Hoje, o proprietário precisa tirar o CR, por meio de preenchimento de formulários, entrega de documentos e emissão de certidões na Justiça Federal, Militar e Criminal. Floriano Guimarães atribui a nova exigência à melhoria do controle sobre os fins dos carros blindados, que são impedidos de pertencer a indivíduos com histórico criminal e outras restrições civis. Se quiser ou tem um carro blindado e ainda não está regulamentado, você tem até agosto para se acertar com as normas. A taxa do CR é de R$ 100, mas despachantes e blindadoras cobram em torno de R$ 850 para pessoas físicas e R$ 1.250 para empresas (pessoas jurídicas) para fazer todo o processo.
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Além disso, o aumento da burocracia pelo exército fez com que o tempo de espera para a autorização da blindagem aumentasse de 3 dias para 30 dias, até a emissão do CR. Entretanto, a parte boa é que o CR vale por 3 anos, então o proprietário não precisará refazer e pagar novamente caso queira blindar mais veículos; basta inserir os dados no Sicovab.
Por fim, outra mudança que veio foi a proibição da autoclavagem, procedimento que trata a delaminação dos vidros blindados. Hoje, caso o dono queira eliminar as bolhas de ar nos vidros, o exército obriga a troca da peça toda. Se antes o custo de reparo partia de aproximadamente R$ 700, para vidros pequenos, indo até R$ 1.500, no caso de delaminação no para-brisa ou outros vidros grandes, os valores hoje são, respectivamente, R$ 3.000 e R$ 6.000, na troca da peça. A justificativa para isso é a de que, dependendo do estado da delaminação, idade do vidro e o cuidado da blindadora durante o procedimento, o material poderia ter sua eficiência comprometida.
Como é a blindagem fora do Brasil
Tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, você precisa de uma boa justificativa para comprar e fazer carros blindados. Por isso, a prática não é comum a cidadãos que não sejam autoridades, políticos, grandes empresários ou celebridades. Além disso, os próprios custos também servem de “peneira”, pois lá, partem de R$ 65.000. Bem salgado se comparado com os R$ 45.000 iniciais que você precisará desembolsar para blindar um carro por aqui.