A Ford da América do Norte anuncia que Fiesta, Fusion, Focus e Taurus sairão de linha, restando apenas SUVs, picapes e o muscle car Mustang. De acordo com a declaração, a medida inclui Canadá, Estados Unidos e México, onde o repertório de SUVs e caminhonetes da marca é mais vasto. Ao redor do mundo, os modelos convencionais continuarão sendo vendidos.
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Vale dizer que a Ford tem um investimento massivo no segmento de SUVs e picapes de qualquer categoria. Se no Brasil temos apenas EcoSport, Edge e Ranger, o repertório norte-americano inclui Escape, Flex, Explorer, Expedition, F-150 e Super Duty. A intenção da marca é sair de negócios não lucrativos, conforme as palavras do presidente Jim Hackett em um anúncio aos investidores.
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A medida teria influência direta no Brasil, uma vez que o Ford Fusion deverá ser descontinuado em breve na fábrica de Hermosillo, no México, para dar lugar à produção de um novo modelo. A marca pode estar se referindo ao crossover Focus Active, previsto para o começo de 2020.
Apesar da nova aposta, a Ford teve lucro líquido de US$ 1,74 bilhão no primeiro trimestre de 2018, ante US$ 1,6 bilhão do mesmo período do ano passado. Além da América do Norte, a marca também foi bem na Europa. Ásia e América do Sul, entretanto, puxam a conta para baixo.
E o Brasil?
Os caminhos da Ford no Brasil não são diferentes. Um dos planos da marca para o Brasil é o Kuga. O SUV viria para preencher a lacuna que existe hoje entre EcoSport e Edge, no mesmo posicionamento de mercado do Jeep Compass. Como o Ford Ka vende bem, a marca continuará tocando o barco no segmento de carros de entrada. O modelo receberá uma nova versão Freestyle, com pegada aventureira e novo motor 1.5, de três cilindros, que poderá ser acoplado ao câmbio automático de seis marchas, a partir do início do primeiro semestre, entre junho e julho, segundo apurou a reportagem de iG Carros.
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A integração de um novo conjunto mecânico no Ka também revela um outro lado da abordagem da Ford no Brasil. O Fiesta foi passado para segundo plano, ganhando apenas uma reestilização leve e algumas alterações mecânicas no ano passado. Ao menos no Brasil, o modelo não ganhará uma nova geração. O irmão maior, o Focus, também não é certo, uma vez que as vendas de hatches médios estão cada vez menores e representam menos de 1% do mercado atualmente no Brasil.