Após diversos adiamentos e alterações nos pedidos, a Rota 2030 deverá ser assinada pelo Presidente Michel Temer até semana que vem, conforme a declaração de José Luiz Gandini, presidente da Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras). De acordo com o executivo, Temer se reuniu com as autoridades da Anfavea e Fenabrave durante a última terça-feira (1) para discutir as resoluções sobre o novo regime automotivo que irá suceder o Inovar-Auto.
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Entre outros tópicos, a Rota 2030 pauta a recuperação da base de fornecedores, localização de tecnologia, relações trabalhistas, eficiência energética, pesquisa e desenvolvimento, segurança, inspeção veicular e alterações na parte de logística e tributação.
É certo que o IPI de carros elétricos deverá baixar dos 25% para algo entre 7% e 18%. A estimativa é alta e determinante para o andamento da eletrificação do Brasil, mas nem o próprio presidente da Abeifa foi capaz de afirmar se a conta final estará mais próxima dos 7% que dos 18%. “Isso ainda será discutido com os ministérios”, disse o executivo à reportagem de iG Carros. Atualmente, o IPI de carros híbridos no Brasil está entre 2% e 7%, o que não deverá mudar.
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Entre as novidades, sabemos que o imposto de importação de 35% continua valendo para o Brasil. As marcas do núcleo da Abeifa (como Kia, Volvo, BMW, JAC Motors, Lifan, entre outras) teriam subsídios do Governo Federal para melhorar suas operações no Brasil, mas os detalhes também não foram definidos.
Também estão indefinidos os “pênaltis” para as empresas que não assinarem o Rota 2030. “Assinando o novo regime automotivo, estamos nos comprometendo com uma série de questões energéticas” diz Gandini. “Não é justo que os associados da Abeifa sigam uma série de regras sobre emissões sendo que outras marcas terão veículos fora das normas”, completou o executivo.
Câmbio, inflação e custos...
A maior parte dos custos de marcas importadas estão ligados ao câmbio. Neste momento, o dólar está na casa dos R$ 3,55, com aumento de 6% apenas em abril. A previsão da Abeifa é de que veículos importados ficarão mais caros nos próximos meses. “Nossos carros dependem da variação do câmbio, e uma série de variáveis podem definir isso. Estamos em ano de eleição e ninguém consegue dar um palpite sobre o que acontecerá até o fim de 2018”, continua Gandini.
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No primeiro quadrimestre de 2018, as marcas associadas à Abeifa já abriram 16 novas concessionárias, com previsão de inaugurar mais 38 até o fim do ano. Com 3.237 unidades emplacadas em abril, o setor de importados registra queda de 6,4% nas vendas, ante março de 2018. Apesar da demora do Rota 2030 , o aumento é de 58,4% ao comparar com o mesmo período de 2017. As cinco marcas que mais venderam durante o quadrimestre foram Kia (4.115) Volvo (1.631), JAC (1.430) Lifan (959) e BMW (800).