Estabilidade na economia, oferta de empregos e boa qualidade de vida. É fato que esses e outros índices, atualmente, tornaram-se apenas sonhos modestos para os brasileiros. As consequências diretas - que são sentidas no bolso - são os aumentos sucessivos nos impostos e o encarecimento generalizado dos preços. E o pior de tudo é que ainda não há qualquer evidência ou perspectiva de uma melhoria disso tudo, a começar pela improvável reforma da política, mesmo em um longo prazo. Deste modo, muitos questionam se ter um carro vale a pena pelos altos custos que isso representa hoje em dia no Brasil.
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Entretanto, mesmo que muitos reflitam sobre até que ponto ter um carro vale a pena , de acordo com a Anfavea, a produção de veículos cresceu 40% em abril, enquanto as vendas de veículos novos teve alta de 38,5% comparado com o mesmo período de 2017.
Além disso, segundo a Fenauto (Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos Automotores), sabe-se que mais de 14 milhões de carros usados serão vendidos no Brasil até o fim do ano, enquanto que há três anos esse número era de 10 milhões. Os dados mostram claramente a retomada desse setor, bem como o reaquecimento da produção de carros novos que pode movimentar o mercado como um todo.
Como assim?
Ao tentar explicar essa contradição entre a economia em queda e o reaquecimento do setor automotivo, Maurício Feldman - CEO da plataforma Volanty, que negocia seminovos no Rio e chegará à São Paulo em agosto - defende que o motivo para isso acontecer é que o público ainda dá muita importância em possuir um carro.
Durante a entrevista, o empreendedor diz que, por ter contato direto tanto com compradores quanto com vendedores, nota que o carro no Brasil ainda é uma questão de status, bem como muitas vezes ainda é uma das compras mais importantes que as família podem fazer na vida.
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Uma das questões centrais que levam à decisão se vale a pena ter um carro hoje em dia no Brasil está ligada à questão dos custos. Mesmo para quem usa bastante o carro diariamente, o que se gasta com táxi, Uber e outros meios de transporte difcilmente pode superar os gastos com gasolina, manutenção, impostos, depreciação e outros. Entretanto, para quem pode, deve-se levar em conta a conveniência, a liberdade, a privacidade e praticidade de se ter um carro - principalmente quando se fala em famílias com crianças pequenas. Assim, do mesmo modo que é vantajoso aos que usam o carro diariamente, Maurício pondera que, aos que os usam com pouca frequência, não vale a pena sustentar um.
Por isso que, ao final da entrevista, concluiu-se que esses são os maiores motivos pelos quais os aplicativos continuarão a crescer (mesmo que não tanto quanto de três anos para cá), tal como as vendas de carros novos e seminovos, uma vez que enquanto um compensa mais para alguns, o outro compensa mais para outros. “Vale destacar que aquecimento do mercado de novos implica no aumento consecutivo do de carros seminovos, uma vez que mais deles serão vendidos”, lembra Maurício Feldman.
Vale a pena ter um carro?
Ao analisar os dados da Anfavea quanto a produção de carros novos, e da Fenauto para as vendas de carros usados, o que se constata é que o crescimento do mercado de seminovos é superior ao dos novos. Isso porque, ao relacionar com o depoimento de Maurício Feldman, muitos brasileiros usam o carro diariamente, muitos valorizam o status que o automóvel representa, muitos valorizam a privacidade e o conforto, bem como muitos usam no dia-a-dia.
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Entretanto, são poucos os que se convencem a pagar vezes mais pelo carro novo, que muitas vezes são os mesmos modelos e versões encontrados seminovos em bom estado - com alguns poucos equipamentos a menos ou nem isso - mas sem ter que se submeter às maiores taxas de depreciação, que são mais intensas na retirada do 0km da concessionária.
Logo, se for para dar um conselho aos que usam os carros com frequência, esse seria: ter carro vale a pena se você souber como comprar um bom carro usado e tiver muita necessidade de ter um. Senão, usufrua dos aplicativos e de outros meio de transporte disponíveis hoje em dia para se defender da crise econômica que vivemos atualmente.