O brasileiro tem algumas características únicas no que diz respeito ao meio cultural e a modificação de carros . Os proprietários da "família quadrada" da Volkswagen, por exemplo, gostam de colocar as rodas "Orbitais", que fizeram tanto sucesso nos anos 90. Kits de escape mais livres e sistema de som potentes também são frequentes em todas as classes sociais. Mas nem todas as customizações são bem vistas.
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Algumas pessoas acabam fazendo instalações para tirar vantagem de seus veículos. Partindo disso, a reportagem do iG Carros enumera métodos de modificação de carros que podem trazer riscos, tanto ao motorista quanto para terceiros.
1 - Engate bola
Um clássico da cultura automotiva brasileira. Na esperança de proteger o parachoque traseiro contra pancadas, alguns motoristas instalam o famoso engate de formato esférico. Há também aqueles que usem por estética (vai entender), mas o objetivo principal é sempre garantir a integridade do automóvel.
Trata-se de um tiro-cego e equivocado por parte dos proprietários. O para-choque está lá justamente para proteger o seu veículo, e portanto, não há a necessidade de um apêndice para tal. Outra questão que poucos se atentam é que o engate está acoplado diretamente à estrutura do carro.
No caso de uma colisão mais forte, os danos estruturais no seu carro podem ser irreparáveis. E toda a energia da batida não será dissipada como deveria, o que implica em mais força para arremessar os ocupantes. Fora isso, o engate pode ferir pedestres, mesmo com o carro parado.
2 - Lâmpadas mais potentes
Também é normal que motoristas troquem suas lâmpadas por modelos mais potentes. Apesar de melhorar a visibilidade, há uma legislação que indica o nível máximo de luz que uma lâmpada automotiva deverá emitir. Muitas vezes, modelos paralelos acabam sendo muito mais ofuscantes para terceiros.
Vale dizer que a substituição de lâmpadas halógenas por modelos de LED não é mais permitida. Mudar a temperatura da iluminação (mais branca ou azulada) também está proibido. Basicamente, o que vale é seguir o padrão original da fabricante.
Instalar kit para usar faróis com lâmpadas de xenônio no lugar das convencionais também é proibido. Entre outros detalhes, esse tipo de lâmpada exige sistema que lava as lentes com jato de água, como os lavadores de para-brisa.
3 - Insulfilm
Segurança pública é um problema em todas as cidades brasileiras, e muitos se sentem mais seguros quando os vidros estão escurecidos - inclusive o parabrisa dianteiro. Isso dificulta que pedestres vejam quem está dentro do carro, mas também traz empecilhos para o proprietário.
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A visibilidade noturna para o motorista também fica totalmente comprometida. E a lei é bem clara: o parabrisa deve permitir a passagem de 75% de luminosidade, e para as janelas dianteiras e traseiras, os índices devem ser de 70% e 28%, respectivamente. Para mais detalhes, consulte a resolução 254 do Contran.
Dentro das especificações, porém, as películas nos vidros filtram os raios UV (o que ajuda a conservar detalhes do interior do carro), ajudam a manter uma temperatura agradável no interior do veículo e aumentam ligeiramente a resistência dos vidros.
4 - Desbloqueio de central multimídia
Elas caíram no gosto do brasileiro, e em alguns casos já são até critério de compra. Talvez isso explique o sucesso do Onix, um dos primeiros modelos populares a integrar o sistema de mídia MyLink. Mas vale dizer que várias delas possuem recursos de segurança que são desbloqueados pelos proprietários.
A conexão Bluetooth e a visualização da TV digital são alguns dos recursos que ficam bloqueados enquanto o carro está em movimento. O objetivo, claro, é assegurar que o motorista não tenha distrações além do trânsito. Mas existem “hacks” bem simples que impedem este tipo de bloqueio de segurança.
A partir disso, nem é preciso entrar em mais detalhes para concluir que o risco do motorista se distrair com o carro em movimento e causar um acidente é alto. Mesmo assim, há pessoas que acham um exagero o bloqueio dos aparelhos.
5 - Presilha para cinto de segurança
Às vezes, a regulagem de altura do cinto de segurança não é suficiente para o conforto. Alguns motoristas preferem que o aparato fique mais folgado, e recorrem às famosas presilhas. Em uma rápida consulta no Mercado Livre, encontramos até mesmo pacotes de três ou quatro abraçadeiras do tipo “enforca-gato”, para todos os ocupantes do veículo.
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Em qualquer dispositivo de segurança, há um propósito. Se o seu tórax estiver afastado do cinto, no caso de um impacto, seu corpo será projetado para frente com velocidade e causará algum machucado mais sério. Neste caso, entre os aparatos de modificação do carro , a presilha acaba sendo um dos mais perigosos.
Como dizia uma campanha a favor da segurança no trânsito, mais do que o cinto, o que pode apertar mais é o gesso, dizeres do garoto-propaganda da peça publicitária, que foi o piloto Rubens Barrichello.