A Land Rover teve que tirar o Defender de linha em 2016, uma vez que o clássico modelo já não atendia aos novos padrões de proteção a pedestres em atropelamentos e, tampouco, trazia itens de segurança como airbags ou barras laterais de proteção.
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No Salão de Frankfurt do ano passado, depois de muitos anúncios e expectativa, a marca britânica apresentou um novo Defender . Os fãs mais ortodoxos ficaram chocados: do modelo original sobrou apenas o nome...
A nova geração tem visual moderno, porte bem maior, estrutura monobloco e muita complicação tecnológica. Os preços foram às nuvens.
Apesar de continuar muito valente nas trilhas (agora garantindo-se em recursos eletrônicos), o Defender traiu sua essência original de 1948: deixou de ser uma ferramenta pura e simples para se tornar um utilitário de luxo. Esse símbolo britânico já não é, sequer, produzido em Solihull, na Inglaterra, mas sim em Nitra, na Eslováquia.
Clone aprimorado
Sir Jim Ratcliffe é um dos fãs que ficaram inconformados com tantas mudanças. Terceiro homem mais rico do Reino Unido e dono da indústria química Ineos, ele tentou comprar da Jaguar Land Rover o maquinário que era usado na produção do Defender original, mas sua proposta foi rejeitada.
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Ao perceber que Ratcliffe não daria o braço a torcer e fabricaria seu próprio sucessor do Defender, a Tata, empresa indiana que controla a Jaguar Land Rover , tentou patentear a silhueta do modelo antigo. O pedido, contudo, não foi aceito pelo órgão britânico que cuida de propriedade intelectual.
Agora, Ratcliffe apresenta as primeiras imagens do Ineos Grenadier, seu 4x4 puro e simples — quase um clone do antigo Defender 110.
Estão lá as formas básicas com a peculiar linha de cintura e até as “alpine lights”, janelinhas estreitas nos laterais do teto. A dianteira ficou (sutilmente) mas abaulada, atendendo às normas de proteção a pedestres.
Segundo seu idealizador, o Ineos Grenadier será um “veículo para realizar trabalhos”, sem qualquer frescura de utilitário de luxo. Não haverá sistema multimídia sequer como opcional. O interior, contudo, será mais cômodo (sem o volante torto do Defender), e terá airbags.
A MBTech, divisão do grupo Mercedes-Benz que também presta serviços para outros fabricantes cuidou do projeto. O chassi de longarinas de aço, feito em Portugal, é separado da carroceria de alumínio. A transmissão é 4x4 permanente, com bloqueio nos três diferenciais e o onipresente câmbio automático ZF de oito marchas.
O motor é o BMW de seis cilindros em linha e 3 litros, em versões a gasolina e a diesel. Já a suspensão, com dois eixos rígidos e molas helicoidais, é fornecida pela austríaca Magna Steyr. A montagem final será em Bridgent, no País de Gales.
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O Ineos Grenadier começará a ser vendido no ano que vem e, segundo o fabricante, não será muito mais caro do que seu inspirador.
— Será tão capaz quanto o velho Defender , só que mais confiável — diz Ratcliffe.
Em resumo, é tudo o que a Land Rover devia ter feito...