Os radares já conseguem "ler" muito mais coisas do que nós imaginamos. E não estamos falando só de excesso de velocidade. O uso de inteligência artificial permitiu que esses equipamentos eletrônicos assumissem uma importância cada vez maior na fiscalização de trânsito das cidades brasileiras.
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Um levantamento feito por iG Carros junto às prefeituras das principais capitais brasileiras aponta que a presença desses equipamentos é cada vez mais comum. Em Salvador (BA), por exemplo, todos os 183 radares empregados na fiscalização de trânsito na cidade empregam a tecnologia de leitura de placas.
O segredo desses equipamentos é uma tecnologia chamada de OCR (sigla em inglês para Reconhecimento Óptico de Caracteres). No lugar de apenas registrar uma foto do infrator, esse sistema permite ler a placa e características do veículo, permitindo identificar, por exemplo, carros roubados, com o licenciamento vencido ou circulando em zonas restritas para determinados tipos de veículos.
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Em Belo Horizonte (MG), metade dos 541 equipamentos empregados na cidade já são inteligentes. Em 2018, apesar da frota rodante ter praticamente dobrado em dez anos, ultrapassando a marca de 2 milhões de veículos, a taxa de atropelamentos já havia caído de 27,88 para cada 10 mil automóveis para 7,23 a cada 10 mil.
Com foco na redução de acidentes, a capital mineira quer empregar também equipamentos que sejam capazes de identificar, ao mesmo tempo, o avanço do sinal vermelho, paradas sobre a faixa de pedestres e também conversões proibidas. Mesma tecnologia que já é empregada em São Paulo (SP), cidade onde a CET informa a existência de 880 locais com fiscalização eletrônica.
De acordo com Ricardo Carnieri, gerente de engenharia da Pumatronix, empresa brasileira que desenvolve soluções para o monitoramento de trânsito, atualmente a identificação de veículos roubados e da evasão de pedágio são as aplicações mais comuns.
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Ele destaca que a escassez de dados e de profissionais especializados é uma das principais barreiras para o desenvolvimento da inteligência artificial no Brasil e ajudam a colocar o País, atrás de Estados Unidos e China, atuais referências. Mas mesmo com um volume de pesquisas inferior ao dos principais mercados do mundo, várias empresas brasileiras já são capazes de desenvolver soluções técnicas de ponta.
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Embora o uso "punitivo" seja o mais frequente para a tecnologia no Brasil, a inteligência artificial também pode ter aplicações muito mais benéficas para o motorista. "A mesma tecnologia dos radares pode ser empregada, por exemplo, na otimização do tempo dos semáforos, no monitoramento de vagas e de veículos estacionados nos estacionamentos rotativos e também para medir o tempo médio de traslado em rodovias e vias urbanas, oferecendo dados de trânsito mais precisos para a engenharia de tráfego ", explicou.