Os pneus dos carros de passeio são desenvolvidos para durar tranquilamente algumas dezenas de milhares de quilômetros. Mas esse tempo pode variar para mais ou para menos, dependendo dos cuidados (ou da falta de...) que o motorista adota guiando o veículo ou quando ele está estacionado.
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Confira abaixo alguns dos hábitos que encurtam a vida útil dos pneus e o que os fabricantes recomendam para prolongar a quilometragem deste componente.
1 - Impactos
Hábito comum para muitos motoristas, estacionar o veículo com o pneu apoiado na guia é muito prejudicial. De acordo com Felipe Zacarias, piloto de teste do Campo de Provas da Goodyear, essa prática pode ocasionar uma fissura na malha interna de aço dos pneus e danos aparentes, como a perda de "lascas" das laterais do pneu. Pelo mesmo motivo, deve se evitar passar por obstáculos como buracos e tampas de bueiro.
O dano interno no pneu pode ser percebido pela necessidade constante de calibragem e também pela vibração do volante em rodovias mesmo com o balanceamento em dia. Em alguns casos, pode resultar ainda no surgimento de bolhas, que podem provocar o estouro do pneu com o carro em movimento.
2 - Desalinhado e descalibrado
Rodar com o carro desalinhado também é outra prática que encurta a vida útil dos pneus. Embora seja mais comum a necessidade de acerto de geometria das rodas dianteiras, vários modelos de veículo também exigem o alinhamento das rodas traseiras. Pneus com bordas dentadas ou esgarçadas são um sinal claro de pneus rodado fora de prumo.
Rodar com rodas desbalanceados também provoca desgaste irregular. Pressão baixa ou alta demais também é prejudicial. A Michelin destaca que a calibragem deve ser checada sempre com os pneus frios (não expostos diretamente ao Sol, que tenham sido usados a mais de 2 horas ou tenham percorrido menos de 3 km a baixa velocidade). Caso contrário, adicione 4 ou 5 libras à pressão recomendada pelo fabricante do carro. Essa informação pode ser checada no manual ou em partes da lataria, como a tampa do tanque de combustível ou na coluna central.
3 - Reparo mal feito
A maior parte dos furos e cortes de até 6 mm na banda de rodagem podem ser reparados. Mas para isso o recomendado a desmontagem, com reparo interno feito com enchimento tipo plug ou "tarugo".
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De acordo com a fabricante Bridgestone, o reparo do tipo macarrão não é recomendado por não exigir a desmontagem do pneu e por não vedar a perfuração no interior. Os reparos "a quente" ou "a frio" também não são recomendáveis, já que vedam o furo na parte interna, mas não selam a perfuração na área externa.
4 - Montagem ruim
Montar pneus pequenos demais para as rodas (por exemplo, pneus de 17" em rodas de 17,5") ou em rodas em mau estado pode provocar danos na estrutura dos pneus que não são visíveis externamente.
Muito vista em vídeos na internet, a prática usar substâncias inflamáveis e fogo para a montagem dos pneus também é outra coisa aparentemente inofensiva que é condenada pelos fabricantes. A Continental destaca que, além de ser insegura, essa técnica pode provocar danos indetectáveis na estrutura do pneu e da roda, que podem falhar com o veículo em uso.
5 - Limpeza
Embora a tentação de deixar o pneu brilhando seja grande, é preciso ter cuidado quanto a isso. A Bridgestone, por exemplo, recomenda a limpeza apenas com água e sabão neutro.
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A explicação para isso é que produtos químicos com gasolina, thinner ou querosene atacam a borracha do pneu, provocando a deterioração precoce do material.