A Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores) alerta que a pandemia causada pelo novo coronavírus provocou uma série de atrasos no desenvolvimento, testes e implementações de sustentabilidade nos veículos comercializados no Brasil, impedindo a adequação a novas metas de emissão.
Segundo o órgão, há a necessidade de reavaliar os prazos para as próximas metas do Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores), que deveriam ser cumpridas em 2022 para modelos leves e 2023 para veículos pesados.
As fabricantes associadas pedem que novos prazos para o controle de emissões sejam estipulados de forma realista, transparente e com bom senso, uma vez que a pandemia ainda afeta profundamente o setor automotivo.
“Nossos profissionais não estão imunes ao coronavírus , por isso este apelo ao bom senso também no nosso caso. Não temos nada a esconder da sociedade. Pelo contrário, temos orgulho de nossas contribuições à melhoria na qualidade do ar, e de todas as novas tecnologias que estamos preparando para dar mais um salto nesse sentido”, diz Luiz Carlos Moraes, Presidente da Anfavea.
Novas propostas
A Anfavea divulga que postergar os prazos para os novos protocolos de controle de emissões entre 12 e 18 meses será suficiente para recuperar o atraso que ocorreu em 2020 por conta da pandemia . Outros países, como Estados Unidos, México, Japão e China, também postergaram a entrada em vigor de novos limites de emissão por conta do novo coronavírus .
Segundo a Anfavea, o Proconve deve considerar que os trabalhos de desenvolvimento continuam, mas estão limitados pelas barreiras sanitárias da pandemia. Também é do entendimento do órgão que a adequação de novas datas não compromete o meio ambiente, tampouco acarreta em mais mortes por problemas respiratórios.
“Devido à pandemia e à retração das vendas de veículos, estima-se que a quantidade de veículos comercializados será de 3 a 5 milhões de unidades a menos que o previsto no período de 2020 a 2024”, divulga a Anfavea . “Portanto, mesmo que as vendas dos veículos L6 e P7 sejam prorrogadas por mais um ou dois anos, ainda assim, a quantidade comercializada será inferior ao previsto pelo CONAMA quando aprovou as novas fases", conclui.