O Fusca , idealizado no início da década de 30 pelo astuto Ferdinand Porsche , o mesmo criador dos famosos carros-esporte que levam seu nome, sem dúvida é um dos modelos de mais popularidade da indústria automobilística.
O projeto Fusca de desenho e mecânica simples teve várias e leves reestilizações, porém sem perder as linhas básicas que fizeram deste mito um clássico da indústria automobilística.
A ideia principal era oferecer um carro simples para o povo. A princípio o motor tinha 995 cc e 19 cv , sendo que com o tempo a sua cilindrada foi aperfeiçoando e o motor boxer, de cilindros opostos, chegava a 1.584 cc e 54 cv.
A partir daí o famoso motor de quatro cilindros opostos com refrigeração a ar começou a fazer sucesso, não só no Fusca, mas também em outros carros derivados da mesma mecânica deste. Um exemplo são, além dos outros VW SP II, Brasília, TL, Zé-do-Caixão, Variant I e II, Kombi , os também esportivos fora-de-série da Puma, Miura e Envemo Super 90 .
Assim como milhares de fãs do VW Fusca
, muitos aproveitam este carinho pelo carro para preservar toda a sua história, seja ele original, transformado ou preparado, todos chegam a gastar pequenas fortunas só para satisfazerem seu ego.
O projeto
O Fusca
foi um interessante projeto, criado pelo ditador alemão Adolph Ritler
e encomendado ao professor Ferdinand Porsche
, hoje um dos nomes mais aclamados quando se fala em criação de carros de alto desempenho.
A ideia do veículo, segundo as intenções do líder nazista, teria que ter propostas um tanto quanto práticas que atendessem desde pequenas famílias até serviços bélicos. Seu motor inicialmente era um VW r efrigerado a ar de 1,2 litro (1.131 cc) de apenas 25 cv , que atingia a velocidade máxima de 100 km/h , suficiente para enfrentar as subidas com até 30% de elevação.
Seu consumo médio ficava na casa dos 12,5 km/l. Ainda assim, o carro teria câmbio de quatro marchas, sendo a primeira não sincronizada e um sistema elétrico de 6 v, características que atendiam todas as exigências de Hitler.
O espaço para quatro pessoas era suficiente. Assim, o projeto KDF, – Kraft Durch Freude – ou traduzindo para o português, força através da alegria , estava para nascer.
Mas, somente em 1936 vieram os primeiros protótipos
, já prontos para serem comercializados. Os primeiros modelos vinham desprovidos de para-choques e vigia traseiro e possuíam uma estranha e curiosa entrada de ar.
As portas possuíam uma abertura em sentido anti-horário e eram desprovidas de lanternas e quebra ventos. Em 1937, outros novos 30 projetos eram testados com o apoio da indústria automotiva alemã. No ano seguinte, era construída uma nova fábrica em Hanover, onde seriam produzidas algumas unidades do carro.
Leia Também
Logo depois, Hitler havia definido o nome, Volkswagen , ou Carro do Povo . Assim estava pronto um produto que viraria uma lenda no mercado automobilístico.
No Brasil
Em 1950 vieram as primeiras versões importadas pra cá, sendo que o primeiro exemplar foi vendido ao colecionador André Matarazzo. Nos primeiros três anos, o carro foi um sucesso de imediato. Em 1953, a Volkswagen
alugou um pequeno galpão no bairro do Ipiranga, em São Paulo para começar a produzir as primeiras unidades do Fusca.
Quatro anos depois era inaugurada a fábrica Anchieta, localizada nas margens da rodovia de mesmo nome na cidade de São Bernardo do Campo, na grande São Paulo, e logo depois, em 1959, o primeiro Fusca nacional chegava para ser comercializado durando até o ano de 1986 sem praticamente nenhuma reestilização marcante ao longo deste período.
A volta do Fusca
Numa tentativa de reaver o conceito dos carros populares de mais cilindrada, no ano de 1993, o então presidente da república Itamar Franco
fez uma sugestão à fábrica da Volkswagen
para que voltasse um dos carrinhos mais queridos do brasileiro, o famoso Fusca.
Produzido entre os anos de 1993 a meados de 1996, o Fusquinha - como era chamado carinhosamente - recebeu o apelido de série ' Itamar' em homenagem ao executivo. No geral a carroceria era a mesma que fez sucesso entre os anos 80, série que ganhou o apelido de 'Fusca Fafá' em alusão a cantora Fafá de Belém.
Entre as sutis diferenças, estavam: novas cores, adoção de ignição eletrônica, catalisador, retrovisor do lado direito, pneus radiais, pára-brisa laminados, cano de escape com única saída em vez de duas na antiga série, bancos com novos desenhos, painel das portas na cor cinza e volante acolchoado em espuma.
Esta série infelizmente acabou não vingando devido aos novos populares com projetos mais promissores que entravam no mercado. Com um investimento de 30 milhões pela volta do Fusca, o projeto rendeu apenas 47.700 veículos comercializados.
Desde a época de seu lançamento no Brasil até o final de sua produção em 1996, o Fusca praticamente manteve as mesmas linhas clássicas que fez dele um sucesso pelos quatro cantos do mundo somando a incrível marca de 3.372.000 unidades vendidas no Brasil.
Só por curiosidade, no Brasil, o último Fusca foi fabricado em 1996 com uma série exclusiva denominada ' Série Ouro' que vinha a mais faróis de neblina, adesivo comemorativo da edição e nova grafia 'Fusca' em alto relevo colada na tampa traseira.
Realmente o Fusca
foi e continua sendo um sucesso que permanece até hoje não só na mente de muitos entusiastas, mas também de muitos proprietários que um dia já desejaram em tê-lo e só hoje puderam realizar o grande sonho.