O Centro de Desenvolvimento da Ford do Brasil anuncia a sua consolidação como exportadora de projetos para filiais da marca, no mundo. Com 1500 funcionários na sede, que fica em Camaçari (Bahia), os principais focos são a mobilidade, eletrificação, conectividade automotiva e automação de veículos. A previsão é a geração de uma receita de R$ 500 milhões em 2022.
Trata-se de um dos nove centros da Ford no mundo, e está entre os maiores e mais completos do Hemisfério Sul. Nos últimos meses, as demandas por serviço cresceram em volume e complexidade e, atualmente, 85% do trabalho é focado em projetos globais.
Entrevistamos o André Oliveira, diretor de engenharia da Ford na América do Sul, para descobrirmos mais do que está por trás desse projeto. No podcast, também procuramos entender de que forma o mercado interno poderá ser beneficiado. Seja de maneira direta ou indireta. Ouça a seguir.
Apesar de ainda não estarem totalmente acertados para o Brasil, apuramos com André que a Ford tem planos de trazer modelos como o Mustang Mach-E e a F-150 Lightning , ambos carros elétricos 100%. A empresa tem planos para fortalecer sua participação no segmento dos eletrificados, que só tende a se expandir no Brasil.
Entretanto, o diretor alega que a Ford não acha interessante expandir a rede pública de carregadores — algo que tem sido feito por outras marcas, de forma colaborativa. Ao invés disso, acredita que os carregadores que virão junto dos carros, para uso particular, e que a autonomia dos modelos, já serão suficientes para atender o cliente.
Entre os projetos, a fabricante destaca a criação de elementos visuais para a divisão de carros de luxo americana, Lincoln . Além disso, o time brasileiro foca na implementação de tecnologias eletrificadas em modelos para o mercado global, bem como o desenvolvimento das futuras gerações do sistema de multimídia da Ford.
O time brasileiro também é responsável pela criação e pelo aprimoramento de um terço das funcionalidades embarcadas nos veículos Ford ao redor do mundo, a exemplo do “One Pedal Drive” do Mustang Mach-E – que permite dirigir usando apenas o acelerador, sem acionar o pedal do freio – e da “Zone Lighting”, que controla as luzes externas da picape F-150 .
No desenvolvimento dos veículos autônomos , os brasileiros trabalham para adequar a carroceria para posicionamento de sensores, radares e câmeras e seus sistemas de limpeza, com a devida padronização. Quanto à conectividade, desenvolvem softwares, com destaque para a conclusão do sistema de conectividade e monitoramento para a Ford Transit .
A Ford Brasil também investe em pesquisa, com mais de 70 patentes globais conquistadas. Em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), da Bahia, são, ao todo, mais de 200 profissionais distribuídos em 17 estados brasileiros. Atuam em 120 projetos, a maioria voltada à conectividade, inteligência artificial e big data.