Mercedes-Benz Arocs 8x4: Dentro da linha da marca, o modelo é um dos mais aptos para o trabalho em jazidas
Guilherme Menezes /iG Carros
Mercedes-Benz Arocs 8x4: Dentro da linha da marca, o modelo é um dos mais aptos para o trabalho em jazidas

A engenharia dos caminhões é algo realmente fascinante. Seja porque pode passar dos 240 km/h em Interlagos, quando especificado para a Copa Truck (sem grandes modificações do seu conjunto mecânico) , ou por conseguir transportar peso equivalente a 40 carros compactos. Pudemos presenciar ambas as situações, mas, no caso, vamos falar mais detalhes sobre esse último fato.

Fomos até o Espírito Santo para mais uma aventura . Da capital Vitória, andamos mais de duas horas de van até a cidade de Colatina. Dali, percorremos uma distância equivalente até a pequena e longínqua cidade de Governador Lindenberg, que tem uma população estimada de 13 mil habitantes, segundo censo realizado em 2021.

Lá está situada uma das maiores jazidas de granito branco do mundo, da empresa Cattegran, que é a maior fonte de receita da cidade. O material costuma ser bastante utilizado como piso de shoppings, fachadas de prédios, superfícies para banheiros, entre outras aplicações. O preço sugerido do Mercedes-Benz Arocs gira em torno de R$ 1,1 milhão.

Segundo o CEO Renan Catelan Filho, os caminhões da Mercedes-Benz são utilizados na jazida há mais de 60 anos. O que levou a empresa à sua última aquisição: um lote de cinco unidades do Arocs 8x4 . Além deles, estão presentes algumas unidades do modelo Axor, que é menor, mas ainda muito valente, e que tem maior capacidade de manobras — podendo ser mais utilizado em locais mais estreitos.

Lançado no final do ano passado, o Arocs é um caminhão da categoria extrapesado. Tem capacidade técnica para até 58 toneladas de PBT (peso bruto total) e 150 toneladas de CMT (capacidade máxima de tração). Trata-se de um veículo preparado para receber básculas de 20 a 24 metros cúbicos de capacidade volumétrica de carga.

Conforme apuramos com o Vice-Presidente da divisão de caminhões da marca no Brasil, Roberto Leoncini, cada unidade dos veículos é configurada para exercer atividades especificadas pelo cliente. No caso, as unidades estão preparadas para o trabalho em jazidas.

O motor Mercedes-Benz OM 460 LA , de 13 litros, gera uma potência de 510 cv a 1.800 rpm, 250 kgfm a 1.100 rpm. Quando estávamos lotados de pedras na caçamba, nos testes que realizamos (pelo banco do passageiro), seus oito pneus do tipo OTR (para fora-de-estrada) com rodas de 24 polegadas (e tração em quatro delas), puderam levar quase 40 toneladas de pedras a uma inclinação de 35º. Isso na terceira marcha e a 1500 rpm. O Arocs deu conta do recado, sem problemas.

Interessante, também, é a utilização de instrumentos modernos — alguns deles presentes até nos automóveis (leves) da marca. Entre eles, vem com volante multifuncional , piloto automático, chave com controle remoto, display do painel com tela de 10,4 centímetros, ar condicionado de série (digital opcional), alavanca de marcha na coluna de direção e banco do motorista pneumático com cinto de segurança integrado. Sem falar que a cabine atua como célula de sobrevivência, em caso de acidentes.

Como se não bastasse, traz rádio MP3 com Bluetooth e conector USB, tomada de ar comprimido para limpeza interna, tapetes de borracha, redes para objetos na traseira, preparação para câmera de ré e para rádio PX, teclas adicionais para implementos e dois porta-objetos internos com tampa atrás dos bancos com capacidade total de 430 litros (2 x 215 litros).

A aventura durou o dia todo. E para quem gosta de veículos grandes e do extremo da engenharia , conhecer de perto o que essas máquinas são capazes de fazer é realmente diferente de tudo o que estamos acostumados por aí. Experiências como essa são tão impressionantes e desafiam tanto as leis da física quanto os supercarros mais radicais. Caminhões não deixam de ser super-máquinas também, afinal de contas.

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