Se o universo dos carros de corrida já é bem diferente dos carros de rua, imagina quando falamos dos caminhões de corrida. No mesmo dia em que fomos para o Autódromo de Interlagos (SP) — a convite da equipe Mercedes-Benz — pudemos não só dar uma volta no passageiro do caminhão da Copa Truck, como também analisar de perto como são esses veículos e os bastidores da categoria.
Em relação ao caminhão comum, a cabine é rebaixada, são colocados santantônios, bancos e cintos de corrida, o trem de força é realocado para a traseira e o eixo cardã é aliviado, bem como a potência e o torque são dobrados de 500 cv e 250 kgfm para mais de 1000 cv e 500 kgfm, com um turbocompressor imenso que gera mais de 3 bar de pressão, até os 3000 rpm. O resultado são mais de 240 km/h nas retas de Interlagos.
Para gerir tudo isso, encontramos complexos sistemas de refrigeração de freios, uma estrutura para lá de robusta e inúmeros itens de segurança. Quem nos detalha esses e outros aspectos, no nosso podcast de hoje, é o piloto Roberval Andrade , caminhoneiro e piloto da Truck há mais de 20 anos. Ouça a entrevista na íntegra a seguir.
“A evolução dos caminhões desde os anos 2000 é notória. Em 2002 tinha 750 cv. O Mercedes de lá para cá evoluiu com a chegada da era eletrônica. Regulamento, estrutura, leveza dos chassis, potência e dinâmica melhoraram muito”, afirma o piloto.
Bastante curioso como um caminhão de corrida se diferencia dos caminhões de rua. Roberval diz que “os caminhões de rua são mais altos, mais macios e mais pesados. Ao contrário do caminhão Truck, que é rígido, tem um metro a menos de altura, 2 metros a menos de comprimento, teve muitos dos equipamentos retirados, passa a oferecer um novo conjunto de freios, com sistemas de irrigação com água e muito mais”.