Produzido desde 1980, o VW Gol liderou as vendas de carros zero-quilômetro por 27 anos (1987 a 2014), mas se despediu das linhas de montagem no dia 23 de dezembro de 2022, com direito a série de despedida e tudo mais.
Apesar disso, com quase 7 milhões de unidades vendidas no mercado nacional, ao longo de mais de quatro décadas (muitas delas ainda em circulação), algumas versões valem a pena comprar não só pelo bom custo-benefício oferecido, mas pela grande chance de valorização.
Confira cinco dos modelos que ainda estão “esquecidos no mercado”, e que você pode ter como investimento de baixo custo e, quem sabe, lucrativo.
1) Gol TSi (G2) - Preço médio: R$ 28,5 mil
Com a alta do valor pedido pelo Gol GTI - alguns deles chegando a valer mais de R$ 200 mil -, o TSi pode ser a saída.
O esportivo TSi foi lançado em 1996 a partir da geração 2 do Gol, conhecida como “Bolinha”. Sua missão era repetir o mesmo sucesso dos antigos GTS , o que não aconteceu, já que o hatch só tinha alterações estéticas. O motor disponível era o 1.8 , o mesmo da versão GL, mas sem alterações mecânicas que fizessem jus à credencial de esportivo.
Ele rende 90 cv e 14,3 kgfm
de torque, números pífios para um esportivo. De zero a 100 km/h o hatch faz em 11,5 segundos e atinge a velocidade máxima de 179 km/h. Só para efeito de comparação, o GTi 8V de 1996 tem propulsor 2.0 8V de 109 cv e 17 kgfm de torque.
Com isso, faz de zero a 100 km/h em 11,2 segundos e atinge a velocidade final de 185 km/h.
Em 1997, a versão TSi passou a contar com a mesma mecânica 2.0 8V do GTi, enquanto este foi vendido apenas com o 2.0 16V de 141 cv e 17,8 kgfm de torque , oferecido desde 1995.
Por fora, rodas de cinco raios, spoiler e frisos e capa dos retrovisores pintados destacavam dos demais. Por dentro, as diferenças visuais era apenas os bancos Recaro (diferentes dos que equipavam o GTi) e o volante de três raios, emprestados do GTi.
Pesquisando em sites de classificados como Webmotors, OLX e Mercado Livre, a média de preços de um TSi é de R $28,5 mil e pode ser um bom negócio em se tratando de valorização, ainda mais que são veículos que tiveram menor tiragem do que o Gol GTi.
2) Gol Rallye 1.6 8V (G4) - Preço médio: R$ 30 mil
Achar uma unidade do modelo é quase uma missão impossível, lembrando que a versão Rallye também foi fabricada na carroceria G3 (em 2004) e G5 (a partir de 2010), esta última achada com mais facilidade. Voltando ao G4, ele foi lançado em 2007 e tem como destaque a suspensão elevada em 2,7 centímetros em relação ao convencional. O motor era o mesmo das demais versões, ou seja, o 1.6 flex de 103/101 cv a 5.750 rpm e torque de 14,5/14,2 kgfm a 3.000 giros.
Por fora, os para-choques não tinham pintura e o dianteiro acrescentava faróis de neblina, faróis de milha, rodas de liga leve aro 15 e pneus com 195 mm de largura. Já internamente, havia acabamento cinza com bancos em tecido de mesmo tom, mas com detalhes em amarelo e fios entrelaçados em cinza, além do nome Rallye bordado em amarelo.
3) Gol Power 1.6 Flex (G3) - Preço médio: R$ 23,5 mil
Se você quer entrar na era da tecnologia flexível, talvez o Gol Power possa ser uma opção interessante. É dele o mérito do primeiro veículo nacional a ter como opção o motor que pode rodar com etanol/gasolina ou a mistura dos dois juntos. O sistema de gerenciamento de injeção vinha SFS da Magneti Marelli, cujo software é capaz de em poucos instantes adaptar o propulsor ao tipo de combustível presente no tanque.
Por conta da ação corrosiva do etanol, a Volkswagen fez uma série de adaptações de componentes e sistemas como, por exemplo, tanque, bomba, bicos de injeção, velas de ignição, catalisador, sistema de escapamento, entre outros.
Foi lançado em 2003, só na opção com motor 1.6, e popularizou o mercado dos automóveis flexíveis no Brasil, arrastando a concorrência a fazer o mesmo. É uma das variantes com melhor custo-benefício. Rende 97 cv de potência e 14,1 kgfm de torque .
4) Gol 2.0 GTi GIII - Preço médio: R$ 40 mil
Tudo bem que ele não tem a mesma esportividade das duas portas presentes nas gerações I e II, mas é uma opção interessante para entrar no mundo dos GTi, modelos que, do nada, começaram a inflacionar no mercado nacional.
Por fora, a diferença do GTi da terceira geração se comparado aos outros modelos da linhagem está basicamente no aerofólio, nas rodas de cinco raios de aro 15 e freios traseiros a disco. Os spoilers laterais - ou popularmente conhecidos como saias laterais -, que deixam o hatch mais esportivo, não estavam mais presentes nessa geração do Gol. Na parte interna, a diferença ficava por conta da opção do revestimento de couro. Fora isso, não havia nada de diferente, nem mesmo os tradicionais bancos Recaro que fizeram fama no modelo.
Oferecido apenas com motor 2.0 16 válvulas , o esportivo tinha 145 cv de potência e torque de 18,4 kgfm, números que impunham respeito para um hatch discreto na aparência, e que o levava a ir de 0 a 100 km/h em 8,7 s e chegar aos 206 km/h.
Apesar de raro, o último dos Gol GTi pode ser uma opção de investimento, considerando que o auge da primeira e segunda geração já está batendo a casa dos R$ 80 mil , em média, conforme apuramos em alguns sites de classificados.
5) Gol Track (G6 e G7) – Preço médio: R$ 45 mil
A Track surgiu em 2013 junto com a Rally G6 , sendo uma opção mais básica de hatch aventureiro com motor 1.0 e preço mais em conta, tendo visual levemente modificado e suspensão elevada. É uma opção interessante para aqueles que buscam um modelo mais econômico e com capacidade de enfrentar pisos esburacados e outros obstáculos.
O propulsor é o mesmo das versões mais simples do popular, no caso o 1.0 de 82/75 cv de potência e 10,4/9,7 kgfm de torque, o que lhe dá chance de fazer de 0 a 100 km/h em 13,3 segundos e atingir a velocidade final de 169 km/h.
A ideia da marca Volkswagen era concorrer diretamente com o Fiat Uno Way, também só com motor 1.0. Apesar da simplicidade, já trazia os exigidos freios ABS e dois airbags. A principal diferença do Gol Track em relação aos demais é a suspensão elevada em 2,3 cm.
Na linha 2017, toda a linha Gol foi reestilizada e adotou o novo motor 1.0 de três cilindros e 82/75 cv de potência e torque de 10,4/9,7 kgfm, que passou a equipar a Track também.