Em meio à crise do abastecimento de insumos às indústrias - que parece que está longe de ter um fim -, o mês de abril - além de contar com cinco dias úteis a menos que março e três feriados prolongados - foi castigado com nada menos que nove fábricas paralisadas (de um total de 13 neste ano). Com isso, segundo a Anfavea, o período registrou uma queda de 19,4% na produção de autoveículos.
Isso significa que o total de 178,9 mil unidades produzidas foi 19,4% inferior ao de março e 3,9% menor que o de abril do ano passado
, quando a crise dos semicondutores estava em seu momento mais crítico. Já no acumulado do ano, houve uma alta de 4,8% sobre os primeiros quatro meses de 2022, ou seja, 714,9 mil automóveis.
Em contrapartida, nos emplacamentos de autoveículos, as 160,7 mil unidades representaram um recuo de 19,2%
sobre o volume de março, e um a créscimo de 9,2% sobre o mesmo mês do ano passado.
“Mesmo com as dificuldades de crédito e juros elevados que afetam sobretudo as vendas no varejo, emplacamos até agora 633 mil unidades em 2023, 14% a mais que no ano passado, quando a crise era somente de falta de oferta”, analisou o Presidente Márcio de Lima Leite.
Ainda de acordo com a associação, nas exportações, o período também foi de baixa. Só para exemplificar, nos países no qual o Brasil exporta o recuo foi de -13% para Argentina, -18% para México, -20% para Colômbia e -48% para Chile. A
Argentina, por exemplo, que é um país bastante participativo e importante para a economia brasileira, recebeu um total de 34 mil unidades, uma queda de 24% sobre março e sobre abril de 2022.
“Parte dessa baixa de 24% nas exportações para o mercado argentino se deve a uma intensa restrição das importações na Argentina por questões cambiais ao longo das três primeiras semanas do mês”, explica Leite.
Ao final das apresentações, o executivo comentou que o mês de maio será um período decisivo para a oferta da procura e demanda, visando que será um mês completo, sem feriados.
“ Maio será um termômetro para o nosso mercado, o que definirá de como o número de produção, emplacamentos e exportações será para os próximos meses ”, explicou.
Leite destacou ainda que a média diária de vendas de autoveículos em abril foi a melhor do ano, com 8,9 mil unidades/dia, mas que boa parte desse crescimento se deve à demanda reprimida das locadoras . No mês, 50% dos emplacamentos de automóveis e comerciais leves foram em Vendas Diretas , canal que inclui locadoras, pessoas jurídicas, taxistas, frotas corporativas, PCD, governo, produtores rurais etc.
Outro segmento que vem preocupando é o de caminhões,
cujas vendas recuaram 16,5% sobre o mês de abril de 2022
, consequência do elevado e inevitável custo para adequar a frota à oitava fase do programa de controle de emissões.