Corolla repete o sucesso de mercado também entre os sedãs médios usados
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Corolla repete o sucesso de mercado também entre os sedãs médios usados

O Toyota Corolla atingiu 81% de dominância do segmento dos sedãs médios no primeiro semestre deste ano. É um número que não deixa espaço para muitos concorrentes, sendo que um dos raros desafiantes é o Nissan Sentra, modelo que tem 8% da fatia. No entanto, houve uma época em que não havia só um carro alfa nesse nicho, muito pelo contrário. Foi sonhando com o passado que o iG Carros selecionou cinco sedãs médios usados que merecem ser adotados, uma adoção que não sairá por mais de R$ 50 mil.

Chevrolet Cruze

Chevrolet Cruze LTZ 1.8 ainda tem estilo bem agradável
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Chevrolet Cruze LTZ 1.8 ainda tem estilo bem agradável

Enquanto o Cruze atual está saindo de linha, a primeira geração do Chevrolet permanece sendo uma boa opção de usado. O nível de equipamentos e a boa confiabilidade são duas das qualidades que o credenciam a competir de de igual a igual com modelos da época, uma seleção que inclui os medalhões Honda Civic e Toyota Corolla

O modelo pode não ter o motor 1.4 turbo do carro atual, mas conta com o competente 1.8 16V de 144/140 cv de potência a 6.300 rpm e 18,9/17,8 kgfm de torque (sempre etanol/gasolina). Há opções de câmbio manual ou automático, ambos com seis marchas. 

Com a transmissão automática, a aceleração de zero a 100 km/h é cumprida em bons 10,2 segundos. Já o consumo médio (cidade e estrada) com etanol é de irrisórios 6,7 km/l, número que passa a ser de 10 km/l com gasolina. Acho que eu não preciso explicar com qual combustível você deve rodar. 

A geração indicada nunca recebeu o 1.4 turbo que equipa a atual
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A geração indicada nunca recebeu o 1.4 turbo que equipa a atual

No geral, os carros encontrados são de modelos produzidos até 2014, ano no qual já haviam passado pelo discreto facelift. Falando em estilo, o três volumes aposta mais na ousadia na dianteira, agradando até hoje pelo conjunto. 

Embora a maioria dos Cruzes encontrados seja da versão LT, a recomendação é garimpar. Dá para achar um LTZ com cerca de 100 mil km rodados dentro do limite de R$ 50 mil. 

Diferentemente dos sedãs japoneses, o nível de equipamentos é elevado. O top de linha traz ar-condicionado automático, revestimentos de couro, retrovisores externos rebatíveis eletricamente, rodas de liga leve aro 17, sensor de estacionamento traseiro, partida por botão, central multimídia de sete polegadas, GPS integrado e teto solar. A segurança é elevada para um carro de quase dez anos de idade: há seis airbags (frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina) e controles eletrônicos de estabilidade e tração. 

Interior da versão LTZ traz revestimento bicolor com couro marrom
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Interior da versão LTZ traz revestimento bicolor com couro marrom

Mais do que fundamental na categoria, o espaço interno é bom. O modelo de 4,60 metros de comprimento tem entre-eixos de 2,68 m e oferece volume de 450 litros no porta-malas. Dá para levar quatro pessoas de 1,80 m e ainda sobrar um espacinho. 

No dia a dia, o Cruze usado vai lhe agradar em pontos como a direção e suspensão muito bem calibradas. A ergonomia dos ajustes e dos bancos são marcantes até para os dias atuais.

Honda Civic

New Civic foi uma das gerações mais revolucionárias do sedã japonês
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New Civic foi uma das gerações mais revolucionárias do sedã japonês

Somente a ordem alfabética dos fabricantes deixou o Civic à frente do Corolla, certo? Não, o Honda tem qualidades para superar o Toyota indicado abaixo. A começar pela dirigibilidade e design. O chamado New Civic foi lançado em 2006, mas, quase 20 anos depois, nem parece que faz tanto tempo. A oitava geração do sedã foi uma das mais felizes da história do modelo.

A começar pelo estilo. A dianteira em cunha, colunas avançadas e traseira curta e côncava agradam muitos fãs. Por dentro, a sensação de modernidade permanece. O painel em duas alturas, o volante ovalizado e a alavanca do freio de mão curtinha dão o tom de ousadia.

Embora ainda não tenha motor 2.0, opção que era restrita ao Si e que só foi oferecida na geração seguinte, o carro aposta no competente motor 1.8 16V 140/138 cv a 6.200 rpm e 17,7/17,5 kgfm a 4.300 rpm. O câmbio é automático de cinco velocidades e borboletas para troca de marchas no volante. São necessários 10,2 s para ir aos 100 km/h. 

Na média entre cidade e estrada, o sedã faz 8,6 km/l de etanol e 12 km/l na gasolina, números bem interessantes.

Traseira côncava e lanternas espichadas que imitam LEDs marcam o design
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Traseira côncava e lanternas espichadas que imitam LEDs marcam o design


Foi fácil encontrar modelos de 2009 a 2011 por até R$ 50 mil. Se você quiser um dos mais recentes, terá que optar pela versão LXL, configuração intermediária que foi lançada em 2010. O problema é que ela deve coisas bobas, exemplo do computador de bordo!

Também dá para levar para casa a opção EXS, a top de linha, que já ganhou o facelift de 2009 e se destaca por ter ar-condicionado digital, direção elétrica (era hidráulica nos modelos anteriores), bancos de couro, sistema de áudio com seis CDs (lembra da disqueteira?) - não havia bluetooth -, faróis de neblina, controle de velocidade de cruzeiro e, principalmente, os indispensáveis controles eletrônicos de tração e de estabilidade. Você só terá que optar por um carro um ou dois anos mais velho que o LXL. 

Painel em dois andares foi algo muito arrojado para a época
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Painel em dois andares foi algo muito arrojado para a época

Com 4,49 m de comprimento e 2,70 m de entre-eixos, o sedã tem bom espaço para cinco pessoas - a ausência de túnel central é uma das responsáveis. No entanto, o porta-malas tem apenas 340 litros, volume um tico superior ao oferecido pelo Renault Sandero. Além de ser baixa em comparação aos concorrentes, a capacidade é bem inferior também em relação aos 506 l do primeiro Honda City.

Para compensar, a direção é super direta, extrair prazer ao volante é com o Civic mesmo. A suspensão traseira é a única independente da lista. Por outro lado, o ajuste dele é rígido, sem deixar de levar todos os desaforos do piso para dentro da cabine. 

Nissan Sentra

Nissan Sentra antigo tem design agradável, mas é bem mais conservador que o atual
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Nissan Sentra antigo tem design agradável, mas é bem mais conservador que o atual


Como a nova geração do modelo foi lançada no Brasil somente neste ano, o Nissan Sentra usado ainda é muito encontrado no mercado. A motorização é parecida com a de muitos sedãs médios vendidos por aqui nos últimos anos: a associação clássica entre motor 2.0 e câmbio CVT.

Capaz de gerar 140 cv a 5.100 rpm e 20 kgfm a 4.800 rpm, o quatro cilindros é flex. O câmbio automático é do tipo CVT, sem ter simulações de marcha e borboletas no volante.

A versão SL, a top de linha, costuma ser encontrada até mesmo com teto solar
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A versão SL, a top de linha, costuma ser encontrada até mesmo com teto solar

Em comparação ao novo Sentra e seu novo conjunto de motor/transmissão, o desempenho não é tão bom quanto. De zero a 100 km/h, o Nissan leva 10,1 s. O consumo de combustível não chega a ser um senão. São 8 km/l de média com etanol e 11,5 km/l de gasolina - sempre cidade/estrada.

Ninguém terá dificuldade de encontrar exemplares feitos entre 2014 e 2015. Em geral, quase todos têm mais de 100 mil km rodados. Por outro lado, já dá para optar pela versão top de linha, a SL, que traz seis airbags (frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina), partida sem chave, sensores de estacionamento traseiros, bancos de couro e teto solar, item que era opcional, mas que é fácil de ser encontrado.

Design interior é bom, o que perde pontos é a calibragem pesada da direção
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Design interior é bom, o que perde pontos é a calibragem pesada da direção


Em termos de tamanho, o sedã só pede para o Jetta, com 4,62 m de comprimento, 2,4 cm a menos que o VW. O Nissan não é penalizado pelo tamanho, como é o caso do Civic. O Honda tem apenas 4,49 m, o que atrapalhou e muito o espaço para bagagens. Que seja, o que mais importa em termos de espaço para pessoas é o entre-eixos, medida que chega a ótimos 2,70 m no Sentra. O porta-malas de 503 l é o segundo maior da nossa lista, perdendo apenas para o Jetta.


Andando pelas ruas, a primeira coisa que dá para notar é que o três volumes tem uma rodagem muito mais para Corolla do que para Civic. O grande ponto que o diferencia é, na verdade, um defeito: a direção dura, um problema que também afeta outros Nissans. 


Toyota Corolla

O Toyota Corolla tem o menor espaço interno dos carros da lista
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O Toyota Corolla tem o menor espaço interno dos carros da lista


Não colocar o Corolla em uma lista de sedãs médios é o equivalente a dispensar o feijão em uma feijoada. O Toyota é uma entidade em um segmento concorrido, uma aclamação que não é de hoje. Também foi assim com a décima geração, justamente a que foi contemporânea do Civic da lista. 

Em relação ao capítulo motorização, o Corolla tem duas opções: 1.8 16V ou 2.0 16V. A primeira é a mais facilmente encontrada na faixa abaixo dos R$ 50 mil, mas nem por isso você precisa optar por ela, já que a segunda opção também pode ter bons exemplares à sua espera, só que a oferta será menor. 

Vamos ao 1.8 16V. O propulsor menor já se equivale ao do New Civic da matéria, gerando 136/132 cv a 6.000 rpm e 17,5/17,3 kgfm a 4.200 giros. A caixa automática tem apenas quatro marchas, uma tecnologia anacrônica diante das cinco do Civic e seis do Cruze. O que importa é que ela cumpre direitinho o seu serviço. 

Motor 2.0 foi lançado para as versões XEi e Altis (foto), apresentando uma performance superior
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Motor 2.0 foi lançado para as versões XEi e Altis (foto), apresentando uma performance superior

A arrancada de zero a 100 km/h é negociada em 11,8 s. Quando o assunto é consumo, o Corolla 1.8 perfaz 8,4 km/l de média com etanol e 11,8 km/l com gasolina. 

Queridinho da massa, o 2.0 16V rende 153/142 cv a 5.800 rpm e 20,7/19,8 kgfm a 4.800 rpm. O câmbio automático continua a ser de quatro marchas, mas recebe borboletas para melhorar o seu relacionamento com ele.  

Como não poderia deixar de ser, o desempenho é melhor. Ir de zero a 100 km/h toma 10,6 s. Já o consumo médio com etanol fica em 8km/l, resultado bem ruim, mas que melhora para 10,5 km/l de gasolina.

Deu para encontrar modelos com fabricação entre 2008 e 2011, quase todos com quilometragem entre 100 mil e 200 mil km. A fama de resistente talvez não amedronte o típico interessado em um Corolla da época. 

A maioria dos carros pesquisados é da versão GLi 1.8, mas também há o XEi 1.8 e 2.0. De série, há ar-condicionado, trio elétrico, volante multifuncional. Só que o XEi soma a isso ar-condicionado digital, revestimentos de couro, faróis de neblina, retrovisores rebatíveis eletronicamente, acendimento automático dos faróis e controle de cruzeiro. Afora isso, também há airbags laterais dianteiros. Não há controles de estabilidade e de tração em nenhum dos dois.

Como foi construído sobre a plataforma da geração anterior, o Corolla não tem muito espaço interno para pessoas. O comprimento de 4,54 m é extenso, o que pega mesmo é o entre-eixos de diminutos 2,60 m, 1 cm a mais do que o Sandero. Não é possível levar com folga passageiros traseiros com mais de 1,80 m. Como forma de compensação, o porta-malas abriga 470 l. 

Volkswagen Jetta

Volkwagen Jetta tinha motor turbo apenas na versão Highline
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Volkwagen Jetta tinha motor turbo apenas na versão Highline

A geração indicada foi lançada no Brasil em 2011, cinco anos depois que o Santana saiu de linha por aqui. O modelo clássico foi substituído antes pelo careta Bora. Foi o Jetta que assumiu o papel de sedã com motor 2.0 aspirado e preço mais competitivo. 

A despeito da versão Highline 2.0 TSI ser a mais cultuada, a aspirada não faz feio em termos de solidez e nível de equipamentos. Além disso, mais de 90% dos carros encontrados são da versão Comfortline 2.0, que não tem turbo e câmbio de dupla embreagem, gerando um nível de confiança mecânica melhor do que a variante mais cara. 

Há uma vantagem do estilo conservador da VW: ele envelhece bem. O Jetta da geração anterior tem linhas arredondadas somente na frente e traseira, a seção central aposta em vincos e uma inclinação agradável da linha dos vidros - não vou falar de BMW nessa hora..

O 1.4 turbo veio somente com o facelift, mas o valor é bem superior aos dos carros indicados
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O 1.4 turbo veio somente com o facelift, mas o valor é bem superior aos dos carros indicados

A mecânica recorre ao conhecido e venerado motor “AP 2.0 8V do Santana”. Está certo, essa parte não é verdade, embora seja algo repetido à exaustão na internet. O fato é que o 2.0 é da família EA113, uma unidade mais moderna. O apelido de Santanão perde um pouco o sentido.

Vamos aos números: são 120/116 cv a 5.000 rpm e 18,4/17,7 kgfm a 4.000 rpm, números que são regidos pelo câmbio automático de seis marchas com trocas sequenciais. É pouco rendimento para lidar com o peso de 1.346 kg.

Se você for comparar aos 7,3 s gastos pelo Highline 2.0 TSI na prova de zero a 100 km/h, talvez fique frustrado. Entretanto, os 11,1 s gastos pelo Comfortline 2.0 não são desastrosos, são apenas pacatos.

Visual interno segue o clássico da VW, sem requintes no acabamento
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Visual interno segue o clássico da VW, sem requintes no acabamento

Na relação com o posto de combustível, o Jetta será mais íntimo do que o desejado. A média combinada entre cidade e estrada com etanol é de 7 km/l. E como é com gasolina? 9,8 km/l, resultado que também não é para ser comemorado muito.

Geralmente, os carros garimpados foram feitos entre 2011 e 2013. O Comfortline pode vir com a central multimídia (opcional mais do que comum), ar-condicionado de duas zonas, revestimento de couro, volante multifuncional, controles eletrônicos de tração e de estabilidade e airbags laterais.

O Jetta mede 4,64 m de comprimento e chega a 2,65 m de entre-eixos. Levar quatro pessoas de um pouco mais de 1,80 m não é incômodo. E ainda dá para levar a bagagem dos ocupantes com folga, uma vez que o porta-malas comporta ótimos 510 l.

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