A Alfa Romeo pode não chamar atenção como antigamente, mas tem uma história gloriosa ao ponto de influenciar o presente e o futuro. Inspirada no passado, a marca italiana está preparando o lançamento de uma máquina que é inspirada nos seus supercarros de antigamente. A apresentação está marcada para o dia 30 de agosto, segundo postagem da fabricante no twitter.
A mensagem é acompanhada apenas da imagem de um coração - chamado pelos italianos de cuore, símbolo da marca desde tempos imemoriais. Talvez o lugar onde ocorrerá a apresentação dê uma pista: o museu Alfa da cidade sede de Milão.
É lá que se encontram vários Alfas históricos, obviamente. Entre eles, o Tipo 33 de competição e o 33 Stradale, sua versão de rua. O carro de corrida pode não ter triunfado sobre os Porsches da época, mas amealhou muitas vitórias. No entanto, foi o segundo modelo que ficou mais para a história.
Sensualmente sinuoso, dotado de portas borboletas e assentado em rodas Campagnolo, o 33 Stradale foi feito entre 1967 e 1969, período no qual foram feitas apenas 18 unidades. Não é por acaso que os remanescentes podem custar mais de 40 milhões de reais.
O design é a obra prima da vida do Franco Scaglione, designer que fez carreira na Bertone, a carroceria de alumínio foi feita pela Carozzeria Marazzi e, por último, o chassi era fabricado pela Aeronautica Sicula, uma construtora de aeronaves, detalhes técnicos que garantiram o peso de 700 kg. Resultado: o motor V8 2.0 de 230 cv o leva de zero a 100 km/h em menos de 6 segundos e a velocidade máxima supera os 260 km/h, desempenho que coloca medo em muito esportivo moderno.
Ter um supercarro que enalteça o sucesso da marca nas competições é algo que não é feito na Alfa há tempos, uma iniciativa que casa perfeitamente com a participação da fabricante na Fórmula 1.
Voltando ao mundo de 2023, o novo supercarro deve ser inspirado justamente no 33 Stradale em nome, design e proposta de ser o novo topo de linha da Alfa Romeo. Mas seu preço deve ser bem mais, aham, acessível: cerca de 1,1 milhão de euros, o equivalente a 5,7 milhões de reais.
Ainda não há nome definido publicamente, porém, segundo o pessoal da Autocar, a produção será limitada a 33 carros, o que reforça mais um pouco a ideia de que será algo baseado na história do 33 Stradale.
O que está mais certo é o fato da motorização ser V6. Alguns apontam que o seis cilindros usado em outros Alfas deve ser o escolhido, no entanto, o mais provável é que o fabricante tenha optado por um de origem mais nobre. Neste caso, seria o 3.0 biturbo do Maserati MC20. Batizado como Netuno, o seis cilindros gera 630 cv e 74,4 kgfm de torque, números que podem ser ampliados com a participação de um propulsor elétrico.
Por outro lado, há também especulações afirmando que o batismo 6C é um forte candidato, uma denominação usada na antiguidade para os antigos Alfas de seis cilindros, deixando o termo 8C para os de oito. É algo que se repetiu não muito tempo atrás, o Alfa Romeo 8C Competizione, de 2008, e o 4C, de 2013, são exemplos de carros denominados de acordo com essa regra de usar a numeração de cilindros do motor como parte do nome.