Existem muitas perguntas que são inexplicáveis, ou que dependem de pessoa para pessoa; uma delas é quanto a felicidade vale. Essa é uma pergunta interessante, mas para quem aprecia pistas, esportividade, diversão e o ronco dos motores, R$ 416.990 pode ser uma das respostas. Estamos falando do Toyota GR Corolla , o hatch esportivo da Toyota e o carro mais caro que a marca vende no Brasil, mas, acredite, é espetacular.
Fomos convidados pela marca para dar uma volta no Autódromo de Interlagos, como passageiro, com o hatch esportivo, equipado com um motor 1.6 turbo de três cilindros e injeção direta, que entrega 307 cv a 6.000 rpm e 37,7 kgfm de torque a 3.000 rpm, o que levou à uma experiência de puro arrepio. De 0 a 100 km/h? Apenas 4,9 segundos. O câmbio manual de seis velocidades, é o melhor possível para quem gosta de carros esportivos, com trocas de marcha precisas e firmes, graças aos engates duros e certeiros. E não para por aí, atinge uma velocidade máxima de 229 km/h (controlada eletronicamente).
Nas primeiras curvas, é possível sentir o quanto o GR Corolla segura. Os freios a disco são ventilados nas quatro rodas, o que ajuda a resfriá-los mais rapidamente e evita o superaquecimento. Ao frear na placa de 150 metros, ele para com tranquilidade, a tempo para acertar a próxima curva e tracionar.
As suspensões McPherson na frente e os braços sobrepostos atrás são ideais para este carro, que faz curvas enquanto o piloto conversa, ou seja, de forma tranquila, permitindo uma excelente precisão em qualquer direção. Na curva do laranjinha (curva em alta), é possível mantê-la com o pé quase inteiro no acelerador no meio da curva. Além disso, o pneu de perfil baixo e largo (235/40 R18) auxilia nessas situações, devido a bela aderência por estar quase “grudado” no chão, com apenas 120 mm de altura em relação ao solo.
A suspensão de braços sobrepostos consegue otimizar o espaço sob o carro, sendo favorável para motores posicionados longitudinalmente. Além disso, permite que o capô do veículo tenha uma altura reduzida, resultando em uma menor área frontal e uma melhor aerodinâmica.
Outra vantagem é a tração integral deste Corolla , que é algo extremamente interessante. Ela pode ser ajustada em três modos diferentes, de acordo com a preferência do condutor, seja mais traseira ou mais dianteira. Os tipos de distribuição são 60:40, 50:50 ou 30:70 entre os eixos dianteiro e traseiro, respectivamente. O piloto da Ipiranga Racing, César Ramos , nos conduziu usando 30% de tração na dianteira e 70% na traseira.
Parecia que o GR Corolla tem mais potência do que realmente possui.
Os modos de condução incluem Sport , o qual utilizamos durante o teste, claro, Comfort e Eco . O modo Sport que experimentamos altera a resposta do motor e o som do escapamento, gerando um ronco empolgante, que aliás, destaca um dos lados mais divertidos de um dos carros esportivos mais puros e cativantes disponíveis no Brasil.
O esforço para reduzir o peso também teve mais por aqui. Todas as chapas são mais finas, resultando em uma economia total de 4,8 kg. Por exemplo, os para-choques foram afinados, reduzindo 1 kg de peso. Na versão Circuit (R$ 461.990), que testamos, o teto de fibra de carbono substitui o teto padrão, diminuindo o peso de 8 kg para 5,5 kg (-2,5 kg), o que ajuda a reduzir o centro de gravidade. Os braços da suspensão também foram aligeirados, economizando 5 kg. Essas mudanças fazem com que o Corolla hatch esportivo tenha um peso de 1.485 kg. Conseguimos atingir 206 km/h na reta principal de Interlagos com certa facilidade.
A potência é tão bruta para este hatch que conta com três abafadores traseiros e um extrator na base para cobri-los e evitar que fiquem expostos, como o do SUV irmão.
O interior apresenta um visual esportivo e o painel é semelhante ao do Corolla sedã, mas com boas diferenças. O que terá de igual mesmo é o sistema de ar-condicionado de duas zonas. O sistema multimídia é menor do que o oferecido no sedã. O painel de instrumentos é totalmente digital e exibe funções importantes, como pressão do turbo, força G, entre outros.
Os bancos esportivos são revestidos em suede na maior parte, com uma parte em couro. Costuras vermelhas são evidentes nos bancos e no painel. O volante também tem uma pegada esportiva e é muito bem calibrado.
Desde o lançamento em julho de 2023, importado do Japão em um lote de 99 unidades , todos os modelos são numerados com a inscrição no console central. Deste lote, 20% corresponde à versão Core (R$ 416.990), que já oferece um conjunto completo de recursos, como piloto automático adaptativo, reconhecimento de placas, pinças vermelhas e saída de ar para o capô, entre outros.
Os restantes 80% correspondem à versão topo, a Circuit Edition (R$ 461.990) que é R$ 45 mil mais cara e adiciona sensores de ponto cego, teto de fibra de carbono - como citado - carregador por indução e o head-up display (HUD).
E se você estiver interessado no veículo, a Toyota talvez o convide para algumas voltas em Interlagos, ajudando a tomar a decisão certa. Foi isso que a marca fez com clientes indecisos que acabaram mudando de ideia.