Além de produzir carros , a Toyota é conhecida pelo método de produção eficiente de suas fábricas pelo mundo. No processo de produção de um carro da fabricante japonesa, os seres humanos ainda possuem um papel crucial seja operando máquinas ou checando medidas em peças, e para evitar riscos, a fabricante desenvolveu “ dedos falsos ” para ampliar a segurança dos seus funcionários .
Desenvolvido desde 2018 , os dedos falsos são frutos de uma colaboração entre Toyota , Panasonic e a Universidade de Nagoya . O projeto é liderado por Takeo Mori , Gerente do departamento de engenharia de produção da Toyota .
No projeto inicial da Panasonic , os dedos falsos seriam responsáveis por coletar informação de forma computadorizada, entretanto, a Toyota adaptou o projeto por necessitar de algo de desenvolvimento mais veloz, mais prático e “analógico”.
A ideia é usar os dispositivos em situações que podem causar riscos de lesões , principalmente para ajustar a força que as máquinas exercem durante o processo de produção. Segundo Mori, existem cerca de seis tipos de lesões nos dedos evitados pelo dispositivo criado pela Toyota .
O dedo falso conta com uma haste para o operador segurar o dispositivo, uma parte de aço inoxidável que “simula” um osso e utiliza pele de porco na superfície, pois, de acordo com a Toyota , possui elasticidade e propriedades que se aproximam da pele humana. Mas os dedos falsos podem ser ainda mais complexos, há dedos feitos para simular o de um homem de meia idade, de idosos, mulheres mais jovens, por exemplo.
Segundo Mori, o desenvolvimento desses dedos falsos na indústria é importante, uma vez que a taxa de natalidade declina e a população envelhece, cada vez mais os funcionários estarão em contato com robôs nas fábricas, o que certamente irá aumentar os casos de lesões e acidentes. Além disso, peças automotivas são pontudas, rígidas e pesadas , e a ferramenta é uma aliada em medições que podem acabar oferecendo riscos.
Utilização prática no desenvolvimento de novos carros
Ser pensado para o futuro não impede que o dispositivo seja utilizado no presente . De acordo com o engenheiro, o departamento responsável pelo desenvolvimento dos tampões de porta-malas solicitou algumas unidades dos dedos falsos para realizar testes de segurança .
Esse é um exemplo de como essa tecnologia pode ser aplicada no desenvolvimento real dos carros e evitar recalls caríssimos. No Brasil, no início dos anos 2000, a Volkswagen teve problemas no sistema de rebatimento do banco traseiro do Fox , que decepava os dedos dos clientes. O problema foi resolvido após recall, mas essa tecnologia pode ter salvo tempo e dinheiro da fabricante alemã.