BYD King desembarcando no porto de Suape (PE)
Divulgação/BYD
BYD King desembarcando no porto de Suape (PE)

Em poucos dias, a alíquota aplicada aos veículos elétricos e híbridos importados subirá para 18% e 25%, respectivamente (com os PHEVs aumentando para 20%), devido a uma medida do governo federal . No entanto, a Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) solicitou ao governo do presidente  Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que antecipe a obrigatoriedade desses impostos para 35% a fim de frear a importação desses veículos.

Essa alíquota de 35% será aplicada a todos os veículos (HEV, PHEV e elétricos) somente em julho de 2026, quando a cobrança seria finalizada. Porém, a entidade entende que aumentar essa alíquota de uma vez já é necessário para conter o aumento da importação de veículos híbridos e elétricos no Brasil, principalmente da China, de onde vem a grande maioria desses veículos.

"Continuamos reféns das importações. Elas atacam nossa competitividade, agora e no futuro. Se o Brasil quiser ter um olhar à frente e ser um grande competidor, precisamos analisar as importações com viés de preocupação. Com este volume crescente, hoje é um risco para nossa indústria" , disse Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, em entrevista ao portal  AutoData.

"Se for melhor trazer da China do que produzir no Brasil, farão, porque é negócio. Se você tem um mercado aberto como o nosso, se a tarifa não é suficiente para barrar as importações, é preciso repensar esta tarifa. O Brasil perderá fabricantes e só vão sobrar os novatos. Precisamos dar este passo: antecipar a tarifa. É a primeira vez que falamos disso. A Anfavea propõe que a tarifa do imposto de importação seja repensada" , finalizou.

Nos primeiros cinco meses deste ano, houve um aumento de 38% na importação de veículos, sendo que 82% desses veículos são importados da China. A maioria deles são das conhecidas GWM e BYD , que têm crescido no mercado de veículos híbridos e elétricos.

Segundo o governo federal, esses impostos visam incentivar a indústria automobilística no país, com a criação de fábricas no Brasil para que essas marcas produzam seus carros localmente, evitando assim os impostos. Isso faz parte do programa Mover (Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação).

A medida também prevê oferecer incentivos fiscais de R$ 19,3 bilhões até 2028 para as montadoras. As companhias poderão usar este valor para abatimento de impostos federais, investindo em pesquisas, novos projetos e desenvolvimento, entre outros. 

Dessa forma, o programa visa incentivar as companhias a produzirem carros híbridos e elétricos no Brasil, além de reduzir a importação. Por isso, diversas montadoras começaram a investir no país entre 2023 e 2024, totalizando cerca de R$ 130 bilhões até 2030.

Um exemplo concreto é a BYD e a GWM , que já anunciaram suas fábricas no Brasil e os carros que irão produzir. A BYD t erá sua planta em Camaçari, na Bahia, antiga instalação da Ford, para produzir o Dolphin Mini, Dolphin, Yuan Plus e Song Plus . O Dolphin será o primeiro entre eles, com produção prevista para o final deste ano e comercialização em 2025. A picape Shark e o sedã King também são um dos planejamentos para produção.

GWM Haval H6 GT no porto de Vitória
Divulgação
GWM Haval H6 GT no porto de Vitória

Já a GWM fará sua fábrica em Iracemápolis, interior de São Paulo, onde era a fábrica da Mercedes-Benz. Lá, eles começarão com o SUV Haval H6 e, posteriormente, com a picape Poer. Para receber incentivos do governo, a montadora iniciará a produção somente no segundo semestre, em vez de maio, como era previsto inicialmente.

Enquanto os carros não são produzidos, os consumidores devem se preparar para o próximo semestre, que verá os preços dos veículos eletrificados aumentarem. Isso, claro, caso o governo federal não acate a sugestão da Anfavea. Veja como ficarão as alíquotas nos próximos meses:

Julho de 2024:

- Carros híbridos: 25%

- Carros híbridos plug-in: 20%

- Carros elétricos: 18%

Julho de 2025:

- Carros híbridos: 30%

- Carros híbridos plug-in: 28%

- Carros elétricos: 25%

Julho de 2026:

- Carros híbridos: 35%

- Carros híbridos plug-in: 35%

- Carros elétricos: 35%

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