O quanto de informação seu carro e os aplicativos que você usa sabem sobre você? E o pior, o que as fabricantes fazem com as informações que elas coletam? Dificilmente você sabe a resposta para essas perguntas, mas senadores dos Estados Unidos estão buscando encontrá-las e descobriram que algumas fabricantes venderam informações sigilosas por 26 centavos de dólar, ou R$ 1,46.
Em Março, o The New York Times publicou uma reportagem mostrando como alguns fabricantes vendiam informações pessoais relacionadas aos hábitos de direção dos clientes para outras empresas.
Segundo uma carta enviada por dois senadores à Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, GM , Honda e Hyundai venderam informações sigilosas dos condutores para uma empresa chamada Verisk, especializada em análise de dados.
A carta afirma que as fabricantes, as informações repassadas para a Verisk foram revendidas para seguradoras, que usavam esses dados para determinar pontuações de risco. Um dos programas pegava dados do veículo e analisava como os motoristas dirigiam, o que mais tarde influenciava em seus valores de seguro. Curiosamente, todos os dados foram coletados de carros com conexão Wi-Fi.
Quanto eles pagavam por informação?
Conforme o documento de autoria dos senadores Ron Wyden e Edward J. Markey, a Honda recebeu US$ 25.920 (R$ 145,784) por quatro anos de informações sobre 97 mil carros, o que dá uma média de US$ 0,26 (R$ 1,46) por carro. Já a Hyundai recebeu porco mais de 1 milhão de dólares (R$ 5,6 mi) por seis anos de informações de 1,71 milhão de veículos, o que significa US$ 0,61 centavos (R$ 3,43) por carro.
A carta ainda menciona que a General Motors também vendeu informações sigilosas, mas o valor não foi revelado. O New York Times sugere que pelo menos 8 milhões de veículos tiveram seus dados privados vendidos.
De acordo com os senadores, os clientes de GM e Honda precisavam autorizar que suas informações sigilosas fossem compartilhadas para utilizar o sistema de wi-fi , enquanto a Hyundai confirmou que os clientes conectados ao Wi-fi em seus carros eram automaticamente registrados para compartilhar seus dados com a Verisk.
Programa encerrado após polêmica
O jornal afirma que a Verisk encerrou as vendas de informações sigilosas após a primeira reportagem sobre o tema em março, mas os senadores pedem que a Comissão de Comércio do país investigue a prática em toda a indústria e penalize os executivos responsáveis.