O setor automobilístico brasileiro registrou forte crescimento no terceiro trimestre de 2024, com um aumento de 10% nas vendas em comparação ao mesmo período do ano anterior. O dado foi divulgado pela recente edição da Análise Setorial do Data OLX Autos.
O crescimento abrangeu tanto veículos novos quanto usados, com os primeiros apresentando um salto de 14%, enquanto o mercado de usados cresceu 9%.
Flávio Passos, vice-presidente de Autos e Bens de Consumo do Grupo OLX, destacou: "Apesar do otimismo para 2024, devemos observar uma desaceleração temporária nas vendas nos próximos meses".
Projeções e desafios para o setor
A Anfavea revisou suas previsões, estimando um crescimento entre 5,7% e 10,9% nas vendas de veículos novos para 2024. Já a Fenauto mantém sua projeção de aproximadamente 15,5 milhões de unidades vendidas no segmento de seminovos e usados até o final do ano.
O cenário econômico apresenta sinais mistos. Enquanto o PIB brasileiro foi revisado para 3% em 2024, indicando recuperação, desafios como o aumento da taxa Selic e a inflação em alta persistem. O IPCA registrou 4,42% em setembro, com a inflação de veículos novos desacelerando para 1,56%.
Curiosamente, o mercado de usados experimentou deflação, com queda de 2,48%. Esta dinâmica de preços pode influenciar as decisões de compra dos consumidores nos próximos meses, especialmente considerando as expectativas de novos aumentos na taxa de juros.
Preferências regionais revelam tendências de consumo
O estudo também lançou luz sobre as preferências dos consumidores nas diferentes regiões do país. No Centro-Oeste, os SUVs seminovos de 0 a 3 anos dominaram as buscas com 26,5% de participação, enquanto no Nordeste, este mesmo segmento atingiu 30,2%.
Curiosamente, os hatches mantêm sua popularidade em ambas as regiões, especialmente em veículos mais antigos. No Centro-Oeste, o Volkswagen Gol 2010 liderou as buscas, representando 9% do total. Já no Nordeste, o Chevrolet Onix 2020 foi o mais procurado, com 9,1% das pesquisas.
A cor branca emerge como favorita em ambas as regiões, com mais de 31% das preferências. Este dado pode refletir tanto questões práticas, como a eficiência térmica em climas quentes, quanto tendências estéticas atuais.