Gasolina sintética da Porsche será uma realidade que poderá abastecer qualquer modelo à combustão.
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Gasolina sintética da Porsche será uma realidade que poderá abastecer qualquer modelo à combustão.

Em 2024, a  indústria automotiva está em plena transformação, impulsionada pela transição energética . A busca por  combustíveis sustentáveis tem gerado debates e inovações, enquanto as fabricantes de veículos exploram alternativas ao uso de combustíveis fósseis tradicionais.

A eletrificação dos veículos tem se destacado como um caminho promissor. No entanto, as marcas e governos também estão considerando maneiras de tornar os motores a combustão mais eficientes e ecologicamente corretos, com altas expectativas para os próximos 60 anos.

Até o final de 2023, pelo menos 20 fabricantes já anunciaram prazos para encerrar a produção de veículos a combustão. A maioria fixou 2030 como o ano para lançar apenas modelos elétricos, mas essa abordagem está sendo reavaliada diante de novas possibilidades.

Revisões nas metas globais

Embora os veículos elétricos continuem a atrair interesse, há sinais de que a próxima década não será totalmente dominada por eles. O Reino Unido, por exemplo, adiou para 2035 a meta de proibir a venda de carros a combustão. Nos Estados Unidos, a previsão é que 67% das vendas sejam de elétricos até 2032.

Algumas montadoras, como Toyota, Subaru e Mazda, estão colaborando para desenvolver motores a combustão que sejam compatíveis com combustíveis sintéticos neutros em carbono, como o hidrogênio. Esses motores também poderão utilizar gasolina e diesel durante a fase de transição.

Os combustíveis sintéticos, produzidos a partir de dióxido de carbono e hidrogênio, estão emergindo como uma solução viável na transição energética. Eles oferecem a promessa de reduzir a pegada de carbono dos veículos a combustão.

Inovações em combustíveis alternativos

Um exemplo notável é o eFuel, desenvolvido pela Porsche. Produzido no Chile, este combustível sintético é obtido a partir do hidrogênio e do CO2. O eFuel permite uma operação quase neutra em CO2 e oferece desempenho comparável ao da gasolina convencional.

Além de automóveis, o eFuel tem potencial para uso em aviões e barcos, como querosene e diesel limpos. Embora o metanol também seja uma opção, sua toxicidade limita seu uso em grande escala. O custo elevado de produção continua sendo um desafio.

Atualmente, transformar CO2 e hidrogênio em combustível é cerca de quatro vezes mais caro que produzir combustíveis fósseis. No entanto, espera-se que os custos caiam à medida que a tecnologia avança e novos processos são desenvolvidos.

A fábrica da Porsche em Punta Arenas, Chile, produz 130 mil litros de eFuel por ano. A meta é atingir 550 milhões de litros anuais até 2028. Simultaneamente, a Porsche planeja que 80% de seus veículos sejam elétricos até 2030.

Com uma frota global de 1,3 bilhão de carros a combustão projetada para as próximas décadas, os combustíveis sintéticos oferecem uma alternativa, alinhando-se a legislações ambientais mais rigorosas em várias regiões do mundo.

** Jornalista formado pela PUC-SP, atuando como repórter do IG Carros. Já atuou também nas editorias de esportes e ESG.

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